São sete as colinas, sete as ondas que te sacudiram,
Sete são os beijos que te pespego,
De graça, sem troco, à cautela no beco escuro.
São sete as noites do calendário em que me deito contigo,
No alto de um bairro sentimental, numa rua estreita,
Que aperta o meu e o teu coração, em uníssono.
Desde há anos, desde que me respiro,
Que acordo com o teu sorriso rasgado de amarelo,
Escancarado na ombreira da minha janela,
Nua e crua, armada com sete vidros invisíveis.
Vamos passear, dizias,
Lá em cima, atravessamos as sete chagas de Cristo,
Prefiro percorrer as linhas do teu coração,
Proteger-te dos turistas incómodos, esfomeados,
Em sorver fragmentos da tua alma.
Afinal tenho direito a bilhete grátis,
E assento em primeira fila.
Sacudo a canela das mãos ao vento,
Lambo a última crosta do pastel de nata.
Descubro sete chaves enterradas no meu bolso,
No final da linha, vou fechar à chave o teu coração.
Está tão perfeito e surpreendente, que me abstenho de colocar o nome que ela lhe deu. Porque pode ser lido e interpretado de diversas formas.
Sem comentários:
Enviar um comentário