segunda-feira, 9 de março de 2009

O Wrestler


Passados 20 anos sobre os seus dias de glória, Randy (Mickey Rourke) é um destroço humano, à procura de um caminho, de um pouco de felicidade, e sem GPS que o possa guiar. Procura, anda à volta, e é aquilo que o Markl já disse: “é uma história brutalmente comovente e sincera sobre um tipo com vontade de amar, mas uma tremenda incapacidade para o fazer e um dom para destruir muito daquilo em que toca.”

Não gosto de wrestling, sou incapaz de ver um minuto que seja disso na TV, e a parte do filme que é feita só disso maçou-me. Mas, quando o filme salta para a vida de Randy, ou melhor, para a sua falta de vida, é absolutamente comovente. Randy, o homem, só tem uma pessoa que gosta dele: a stripper Cassidy. É um homem carente dos outros e a quem ninguém consegue ouvir (bonita imagem, quando é ele que usa um aparelho auditivo). É um homem feito solidão, à qual, apesar da sua luta, não consegue escapar. Ninguém lhe consegue dar a mão a tempo. Nem a filha, nem Cassidy.
A cena em que Randy vai ter com a filha e a leva aonde iam quando ela era criança é desarmante. É um homem frágil tentando reconstruir aquilo que foi destruindo ao longo de anos, é um homem genuíno, é um homem transformado. Mas que, umas cenas à frente, por um lapso involuntário, destrói tudo novamente.
Pode um homem renascer sozinho?
Pode um homem ter redenção?

Este é um daqueles filmes de murro no estômago. Assim de repente, comparo-o a um grande filme de 2008: “O Lado Selvagem”.

História do filme aqui.

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