sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Direito de resposta

Um tal Luís Nogueira achou por bem deixar este comentário no post "Caim - mais uma polémica à Saramago":

«Nem o "Manifesto...", nem "O Capital" (qualquer brutinho sabe que não se trata de um programa político) gerarem as tais coisas que no "post" se dizem
Porque é que não falam do Mein Kampf... Ou das teorias do Churchill a recomendar a destruição de etnias inteiras. Em que obra se basearam os gringos para a destruição quase total dos Índios, em que obra se basearam os espanhois para a extinção total e absoluta dos índios de Cuba.
Já agora, gostava que o douto pensador nos mostrasse onde, em que pontos de "O Capital" ou do "Manifesto", se fala de genocídios? Transcreva, filho, transcreva.»

De realçar o tom de manifesta boa educação em que o faz...
Sim, claro que podia ter citado a obra de Hitler, mas para o caso, e uma vez que Saramago professa essa ideologia cujas raízes assentam nas teorias de Marx e Engels, não faria sentido.
Se o ilustre Luís Nogueira reler o que escrevi, notará certamente que eu não disse o que ele diz que eu disse. Vá lá reler o parágrafo, sff. E interprete correctamente.
Alguma serenidade na análise iria certamente ajudar.

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No mesmo post, um cidadão anónimo comentou o seguinte:

"A biblia possui passsagens de rara beleza, tais como homicidios, infanticidios, pragas e quejandos.
Deus, a existir, é um sádico.
Então não foi um anjarolo que matou os primogénitos no Egipto?
Mas que raio de bondade é esta?
Mas há mais...
Leiam a biblia toda..."

O mesmo tom sereno e bem educado...
Antes de mais, claro que a Bíblia também contém relatos de situações dessas. Até nos nossos dias os jornais e outros meios de comunicação social o fazem...
Quem matou os primogénitos fê-lo sob o mando de Herodes, é o que está na Bíblia. Um homem, rei por sinal. Não foi nenhum deus que ordenou tal barbaridade. A intenção de Herodes era eliminar todos os varões, pois ter-se-ia realizado a profecia do nascimento de um "rei" na figura de Jesus futuro Cristo, e ele via a sua posição posta em causa.
Não sendo eu mais do que um simples cidadão, é preciso separar factos (atenção ao itálico) de manifestos mitos, lendas e afins que também fazem parte da Bíblia. Até a própria Igreja faz essa separação e lê a Bíblia dentro desses parâmetros. Confundir eventuais factos históricos, e como tal passíveis de comprovação, com fábulas e histórias utilizadas para doutrinação é que não será muito abonatório para ninguém.

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Aproveitando este humilde texto: e se Saramago lesse algumas coisas da Bíblia para além de uns mitos que constam do Antigo Testamento?

Um último "aproveitamento": podem oferecer-me o livro Caim.
Desde já grato.

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