terça-feira, 20 de outubro de 2009

Caim - mais uma polémica à Saramago

Que José Saramago gosta de polémica, já sabíamos. Até porque ajuda a vender os seus livros...
Agora, aproveitando o lançamento de Caim, Saramago atira-se à Bíblia e, por tabela, à Igreja Católica.
Antes de mais, um escritor Nobel não devia desconhecer que a Bíblia é, em muitas das suas partes, uma obra mitológica. A própria Igreja reconhece isso (por exemplo, aproveitando comemorações recentes, o mito da criação do Homem é entendido como tal, e há até quem defenda que a teoria darwinista é compatível com a mensagem bíblica).

Ao afirmar que a "Bíblia é manual de maus costumes", Saramago ignora o contexto e a finalidade com que os livros que a compõem foram escritos. E até a própria mensagem central de que a Bíblia é portadora.
Por esta ordem de patetices, também eu posso afirmar que as obras de
Marx e Engels, "O Manifesto do Partido Comunista" e "O Capital", são responsáveis pelas notáveis ditaduras e atrocidades que os regimes comunistas praticaram.
Não se deve confundir a mensagem com o mensageiro...


Pondo de lado este momento genial de marketing à Saramago, estou curioso para ler este novo romance.
Não omito que gosto das obras de José Saramago. A melhor de todas, quanto a mim, foi "O Ensaio sobre a Cegueira".

Sobre "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", que tanta polémica gerou quando foi lançado, acho que é uma fantástica interpretação da vida de Jesus Cristo. Um romance muito bem conseguido. Que gostava de reler um dia destes.

4 comentários:

Marta disse...

Saramago, apesar de toda a reconsideração como escritor, já provou inumeras vezes, pelos seus comentários pejorativos à Biblia, que todos os prémios literários de que foi galardoado, incluíndo o Prémio Nobel, foram-lhe atribuídos injustamente. Pois, alguém que ganha um Prémio Nobel, para além de grande escritor, como é José Saramago, também é necessario ter conhecimento de outras obras, e quando se faz críticas de algum livro, quer positivas ou negativas é necessário ter um total conhecimendo destas, o que não tem sido demonstrado nos seus comentários à Biblia. Pois, quem a conhece, sabe que a sua Palavra é de incentivo ao amor uns pelos outros e pelo que nos rodeia, e à pacificidade, e não como Saramago fez questão de dizer, uma Palavra que "incentiva à violência". Como se pode comprovar na Bíblia em Mateus 5:44 "Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" e ainda em Mateus 22: 37-39 "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." e ainda mais em 1Coríntios 13:4-7 "A caridade é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.". São apenas 3 exemplos de versículos bíblicos sobre o amor, mas quase todos eles em toda a bíblia apergoam os mesmos princípios, que são o amor e a verdade. Estes são os ensinamentos que todas as crianças do mundo deveriam ter a obrigação de tomar conhecimento, e não serem proibídas de ler, pois talvez seria a leitura desta mensagem que mudaria o mundo e o futuro.

O maior livro, com a maior e mais bondosa verdadeira mensagem é agora, pelo senhor do prémio nobel, ridicularizado e incredibilizado. Será mesmo este homem digno de criticar algo para além dos seus Livros?
"Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas" Apocalipse 1:3

Anónimo disse...

A biblia possui passsagens de rara beleza, tais como homicidios, infanticidios, pragas e quejandos.
Deus, a existir, é um sádico.

Então não foi um anjarolo que matou os primogénitos no Egipto?
Mas que raio de bondade é esta?
Mas há mais...
Leiam a biblia toda...

liis nogueira disse...

Nem o "Manifesto...", nem "O Capital" (qualquer brutinho sabe que não se trata de um programa político) gerarem as tais coisas que no "post" se dizem
Porque é que não falam do Mein Kampf... Ou das teorias do Churchill a recomendar a destruição de etnias inteiras. Em que obra se basearam os gringos para a destruição quase total dos Índios, em que obra se basearam os espanhois para a extinção total e absoluta dos índios de Cuba.
Já agora, gostava que o douto pensador nos mostrasse onde, em que pontos de "O Capital" ou do "Manifesto", se fala de genocídios? Transcreva, filho, transcreva.

Luis Nogueira

Ricardo Jorge Rodrigues disse...

Opinião em:

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