sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Arrumações: uma questão de relevância

Uma das vantagens das mudanças (ou uma espécie de) é fazer arrumações.
E isso permite-nos descobrir coisas cuja existência já não nos lembrávamos... e cuja utilidade é nula. Isto tanto para papéis como para roupas, e um sem número de bugigangas.
Começamos a ver e pensamos qual a utilidade daquilo tudo. Nenhuma!
Ocupamos espaço físico e ocupamos espaço em nós mesmos, na medida em que nos agarramos às coisas.
Sou um consumidor compulsivo de notícias. Isso implica a compra de jornais e revistas. Muitas revistas, por na altura considerar o seu conteúdo relevante, eram guardadas naquelas caixas de arquivo morto. Começo a abrir caixa atrás de caixa – eram 14! – e o conteúdo não serve de facto para nada. Vai tudo para a reciclagem.
As que ainda lhes acho interesse não chegam para encher uma caixa!
Guardo revistas que assinalam um acontecimento relevante, por exemplo, o 11 de Setembro, uma eleição… Lembram-se que em 2003 a paranóia era a “gripe atípica” que ia dizimar milhões por todo o mundo?!
A mesma coisa com roupa. Coisas que não usava há séculos estavam apenas a ocupar espaço. Solução: juntar tudo e dar à AMI. Há sempre quem precise, infelizmente.

Estas arrumações permitem pôr tudo em perspectiva, pormo-nos a nós mesmos em perspectiva, e ver o que é realmente importante. Analisar quais os nossos interesses, o que nos enche por dentro. Deixamos de ver apenas o momento, o curto prazo, e vemos mais além. O que é importante para nós, quem é importante para nós. Quem são os nossos VIPs e quais são as nossas VITs?

Arrumar provoca espaço. Físico e mental.
Liberta-nos de coisas irrelevantes.

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