segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A iníqua justiça

A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos e acusada de adultério, tem como “castigo imposto pela lei islâmica” a lapidação. Há ainda notícias que referem que ela terá assassinado o marido.
Apesar dos apelos e das manifestações em muitas cidades de todo o mundo, o regime iraniano mantém-se irredutível na sua "justiça".

Entretanto, "a França iniciou uma campanha contra a morte de Sakineh e pediu aos 27 países da União Europeia para realizar uma acção conjunta contra Teerão e assim salvar a iraniana". E Carla Bruni, mulher do presidente francês, "mostrou o seu apoio numa carta publicada online no site do filósofo e escritor Bernard-Henri Levy".
Resposta do Irão? O jornal Kayhan titula: “As prostitutas francesas unem-se aos protestos pelos direitos humanos”

Gostava de saber o que aconteceria se fosse a pecadora França a dizer um décimo disto sobre o Irão... Quantos mísseis haveria apontados aos infiéis?

É absolutamente inadmissível a pena de morte, seja por que motivo for. E não vale a pena exporem motivos, porque não aceito e não admito tal punição.

A propósito de intolerâncias, lições de moral e afins, leiam este trecho do Evangelho de S. João (8, 1 -11):

Jesus foi para o Monte das Oliveiras. De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar. Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?» Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o dedo na terra. Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra. Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles. Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»

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* nota de rodapé sobre justiça:
a ideia de Paulo Portas, no comício da rentrée, de propôr um referendo sobre matérias de justiça, nomeadamente penas e julgamentos, é um perfeito disparate. A justiça popular é um erro. E dali nunca saiu coisa boa.
O CDS tem muitas e boas matérias para ser oposição e apresentar soluções ao país. Não precisa de recorrer à demagogia e ao medo dos cidadãos.

1 comentário:

Sofia disse...

Este mundo não para de me arrepiar... os homens têm tanto que aprender! Qualquer abuso de poder... sobre a vida, a integridade de outrém é para mim uma perdição de quem a faz, uma perdição tão condenável, um refúgio e uma prisão a valores errados tão simplesmente desnecessária! Que valores, que direito têm os que abusam do poder? São mais que alguém? Talvez mais que outros abusadores piores, mas isso é ser pelo baixo e ficar-se pelo baixo! É ser irracionalmente egoista. Irracionalmente... um diabo!