domingo, 16 de outubro de 2011

Indignados?

Contam os noticiários que ontem houve "indignados" na rua. Consoante o gosto, foram milhares, milhões, centenas e até "centenas de milhar".
Há, sem dúvida, em muitos destes manifestantes situações dramáticas. Não o podemos negar nem esconder. Esses respeito-os.
Há, contudo, o protesto pelo protesto. Gente que não tem uma única solução a não ser estar contra tudo, ou seja, anarquistas. Gente que enche a boca de democracia, que fala em "assembleias populares", cuja única solução é partir tudo. Gente pobre, que vive vestida de iGadgets, e que é contra tudo aquilo de que no fundo beneficia. Gente que é contra o capitalismo, o liberalismo e tudo o que enquadra o mundo ocidental, até porque a vida que levam (ao nível das possibilidades tecnológicas, das facilidades de deslocação, etc, etc, etc) é perfeitamente possível nos modelos de sociedades que defendem, e os totalitarismos que apregoam iam permitir as suas veleidades revolucionárias... Gostava de ver esta gente a viver em Cuba, na China ou na Coreia do Norte...

Indignado fico eu quando vejo gente que escolheu o caminho que nos levou ao buraco vir agora queixar-se. Não foi por falta de avisos.
Indignado fico eu por saber que estes anos de regabofe nos lixaram a vida dramaticamente e por muitos anos.

E ainda há "a canalha": "Se há coisa que mete nojo, é a canalha que nos últimos anos nos arruinou como País e nos empobreceu como Povo, que hipotecou as futuras gerações com parcerias e obras faraónicas (como o elefante branco do aeroporto de Beja, por onde passaram 800 passageiros e custou 33 milhões de euros) e comprou votos prometento o céu e a terra, tentar atirar para Passos Coelho as culpas pelo estado calamitoso em que nos encontramos" (via Corta-fitas).


Esta malta de indignados e de canalha, que acusa este governo de "não ter feito nada em 4 meses", o que propõe?
Vá lá, uma única medida que não piore tudo ainda mais.

3 comentários:

Rapariga de Mochila disse...

Apesar de não pertencer a qualquer tipo de partido político, acho que Portugal escolheu um sinuoso caminho que não nos levará propriamente à prosperidade, pelo menos num ano. No entanto, Paços Coelho ou outro qualquer governante é obrigado pela Troika (é preciso referir que este "instrumento" europeu tem bastantes lucros com as quase bancarrotas dos países como nós) e pela Europa a assumir este tipo de acções.
Apesar de dizerem que raramente se comete o mesmo erro duas vezes, acho que a Europa está a cometer um terrível erro novamente. Se podemos ir pelo mais simples porquê escolher o mais complicado? Relembremos o crash de 1929. Os EUA, com Roosevelt, istalaram o "New Deal", ou seja, o governo, em vez de cortar nas obras públicas, seleccionou e apoiou todas aquelas que geravam mais lucro, empregando a população. Começaram igualmente, a fiscalizar as acções do mercado finaceiro, os salários e a jornada de trabalho foram fixados por lei, de modo a ser rentável a nível empresarial a escolha dos EUA, quer isto dizer tornaram-se rentáveis, tiraram pessoas do desemprego e competitivos.
Não sei quanto a níveis práticos se seria possível repetir a proeza, mas esta é a minha opinião. Desculpem a invasão de espaço.

GONIO disse...

Rapariga de Mochila, não houve qualquer invasão de espaço :)
Percebo a perspectiva, e também não vou dizer que estou feliz com o que o futuro nos reserva, mas onde é que há dinheiro para o Estado (seja em Portugal ou noutro sítio qualquer) seguir um caminho como o que Roosevelt implementou nos anos 30?
Há décadas que o nível de consumo em Portugal é superior ao rendimento disponível, e isso não é sustentável (seja num agregado familiar seja num país). O ajustamento e a descida dos níveis de despesa eram uma questão de tempo. E iriam causar muitos dramas.
Por outro lado, não é possível sustentar um Estado que consome quase 50% da riqueza criada no país.

Ah... o nome do primeiro-ministro é Passos Coelho.

Rapariga de Mochila disse...

Peço imensa desculpa o terrível engano do nome do nosso primeiro-ministro. Estava a escrever à pressa e não reli o que fiz. Mas o que eu queria dizer é que a culpa de nós estarmos a agir assim era também da política económica europeia, e não só de Portugal.