A meio da tarde, entrei no metro no Campo Pequeno. Nessa estação entrou também Ana Drago, deputada do BE, de luto e evidências de ter estado no velório de Miguel Portas.
No Campo Grande, entram dois velhotes reformados. Cruzaram-se com a Ana de saída, mas não a reconheceram ou não repararam quem era.
Por coincidência, os senhores vinham a reclamar da crise, da vida... Que isto está pior que no tempo de Salazar... Que é só "firmas" e "comércio" a fechar... Que o pior vai ser para a juventude...
Antes destes queixumes todos, um deles atira qualquer coisa como "este nunca roubou nada" a propósito do Miguel, e acusa o outro (o Paulo) de se encher e de tudo o que os portugueses gostam de acusar os políticos...
Não deixa de ser curioso que, para muitos portugueses, os políticos são todos ladrões. Uma classe inteira constituída por ladrões (quase que aposto que cirurgicamente devem excluir os camaradas do PCP e do BE...). Gostava de saber se conseguiriam classificar outras classes completamente como ladrões: polícias, sapateiros, informáticos, jornalistas, administrativos, padeiros, condutores, outra coisa qualquer...
Curiosamente, os políticos são escolhidos democraticamente pelos portugueses; esses políticos pertencem também à classe "portugueses"... apenas têm a diferença de "serem ladrões".
Além disto, os portugueses gostam de acusar os políticos de convidarem os amigos para outros cargos. Então vão convidar quem? O Zé Manel de Bragança que não conhecem de lado nenhum, cuja formação e qualidades desconhecem? Se o português fosse político e precisasse de alguém para um cargo, quem iria convidar: o amigo que conhece ou o Zé Manel de Bragança, que nunca viu?
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