domingo, 22 de abril de 2007

CDS - ecce homo


«Paulo Portas arrancou ontem uma vitória esmagadora sobre Ribeiro e Castro nas eleições directas do CDS-PP, regressando assim à liderança do partido dois anos após se ter demitido na sequência da derrota nas legislativas de 2005.
Dos 7563 votantes, Paulo Portas recolheu 5642 votos (74,6 por cento) e Ribeiro e Castro 1883 (24,9 por cento), tendo-se registado 38 votos nulos e em branco. À excepção de Viana do Castelo, que deu vantagem ao líder cessante, Portas ganhou em todos os distritos, o que representa uma vontade clara dos militantes em romper com a prometida continuidade do projecto de Ribeiro e Castro.» (PÚBLICO)

«"Compreendo a satisfação dos que, ao longo dos dois últimos anos, se concentraram no objectivo de oposição interna e vêem assim coroados de êxito os seus esforços", afirmou o também eurodeputado. Que fez um apelo a que ninguém deixe o partido.» (DN)

Consumada a mudança, agora a oposição.
Espero que consistente, não apenas de show off, com novidades. Com políticas alternativas.

O facto de Paulo Portas só hoje ter reagido oficialmente aos resultados - e à sua eleição - é apenas a prova de que ninguém como ele sabe, e pode, criar factos políticos.
Ontem, toda a comunicação social falou das eleiçoes directas no CDS. Hoje têm de falar do discurso de Portas.
E hoje voltou a falar da intenção de um grande partido de direita...
Uma coisa é certa: voltou a política por gozo, maquiavélica, com acções fortes e de encher o olho. Viu-se na declaração de hoje de Paulo Portas. Aquele mal disfarçado sorriso...
Portugal tem alguns políticos que têm gozo em estar na política, ou em fingir que estão fora: Mário Soares, AlbertoJoão Jardim, Marcelo Rebelo de Sousa, e Paulo Portas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Portas tirou do caminho Manuel Monteiro, a sua criatura, até que chegou ao Governo, onde esteve com Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, entre 2002 e 2005. Foi ministro de Estado, da Defesa e daquela "coisa um pouco vaga" que é o Mar, para usar uma definição do próprio Paulo Portas... Em 2005, o "furacão" José Sócrates deixou o CDS/PP abaixo dos 10 por cento e Portas foi à sua vida. Foi, não, disse que ia. Mas nunca foi. Andou sempre por aí. Até arrumar com José Ribeiro e Castro. Sócrates que se cuide...

Cris disse...

Achei piada ao argumento usado por PP: que queria tirar o CDS-PP da crise. Esquece-se que foi ele que deixou o Partido em crise ou,pelo menos, o deixou quando estava em crise.
Agora vem armar-se em salvador da Pátria? Nunca gostei dele, agora muito menos. E parvo foi o Ribeiro e Castro, que serviu de carneiro para o sacrifício enquanto PP tirou umas férias.
E ainda se admiram de haver uma alta taxa de abstenção quando se vai a votos??? Pudera, quando nem os próprios políticos dignificam a política que fazem!...