Com os EUA na recta final da campanha para as presidenciais de Novembro, é hora de fazer alguns comentários:
- é curioso ver a embalagem com que George W. Bush se apresentou no início dos seus mandatos há oito anos: contra os escândalos de Clinton (considero que este fez mal quando se submeteu ao porno procurador-geral devido ao caso Lewinsky), ostentando pureza por todos os lados (exibiam Britney Spears, virgem, como modelo), e com os valores da América como grinalda. À beira do fim da sua presidência, a contabilidade nestes aspectos não é brilhante (atenção que não falo da guerra contra o terrorismo e guerra do Iraque), e o contraste entre propósitos e concretizações não podia ser mais díspar.
- tenho para mim que, caso os mandatos de Clinton tivessem sido iniciados com um ataque como o das Torres Gémeas, ele não tomaria medidas muito diferentes das que tomou George W. Bush. Mas haveria uma diferença fundamental: Clinton manteria sempre os países aliados do seu lado e não se teriam dado as polémicas que ensombraram a "guerra contra o terrorismo" protagonizada por Bush. Não por fazer diferente, mas por falar diferente, por ser um sedutor. O problema de Bush é ser muito menos brilhante e conversador que Clinton, e a comunicação social e opinion makers ocidentais não gostarem dele.
(Declaração de interesses: sou fã de Bill Clinton. Mas não sou dos que acha que Bush é o perfeito idiota que se pinta na comunicação social. Em nenhum país, e muito menos nos EUA com o seu permanente escrutínio sobre estes cargos, ninguém chega à Casa Branca sem algumas qualificações mínimas).
- a guerra contra o terrorismo ficará como uma marca do presidente Bush. Não pelos "incidentes" que a marcam, mas por ter sido uma decisão acertada no actual contexto das relações internacionais. E aqui surge a pergunta cuja resposta não agrada aos críticos de Bush: quantos mais atentados terroristas teriam havido sem a política de combate ao terrorismo por ele iniciada?
- uma caricatura que anda por aí:
... foi o superavit deixado por Bill Clinton que permitiu a George W. Bush encetar a guerra ao terrorismo. E fazer alguns disparates orçamentais.
- tenho algumas dúvidas de que Barack Obama seja eleito presidente em Novembro. A comunicação social e opinion makers ocidentais não votam nas eleições americanas; o eleitorado americano é tendencialmente republicano (basta ver uma relação de presidentes eleitos por cada partido); "mudança" e "yes, we can" não são política; o Partido Democrata cometeu um erro ao escolher Obama como seu candidato; Obama cometeu um erro ao não escolher Hillary Clinton como sua candidata a vice-presidente; Sarah Palin, candidata republicana, foi eficaz no discurso de ontem ao referir-se à experiência / inexperiência dela face a Obama com este soundbyte: ele "escreveu dois livros de memórias, mas não redigiu uma única lei nem apresentou uma única reforma, mesmo quando fazia parte do parlamento local de Illinois".
- revolucionário na presidência dos EUA era ter uma mulher no cargo, não um homem afro-americano.
- uma caricatura que anda por aí:
... foi o superavit deixado por Bill Clinton que permitiu a George W. Bush encetar a guerra ao terrorismo. E fazer alguns disparates orçamentais.
- tenho algumas dúvidas de que Barack Obama seja eleito presidente em Novembro. A comunicação social e opinion makers ocidentais não votam nas eleições americanas; o eleitorado americano é tendencialmente republicano (basta ver uma relação de presidentes eleitos por cada partido); "mudança" e "yes, we can" não são política; o Partido Democrata cometeu um erro ao escolher Obama como seu candidato; Obama cometeu um erro ao não escolher Hillary Clinton como sua candidata a vice-presidente; Sarah Palin, candidata republicana, foi eficaz no discurso de ontem ao referir-se à experiência / inexperiência dela face a Obama com este soundbyte: ele "escreveu dois livros de memórias, mas não redigiu uma única lei nem apresentou uma única reforma, mesmo quando fazia parte do parlamento local de Illinois".
- revolucionário na presidência dos EUA era ter uma mulher no cargo, não um homem afro-americano.
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