terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Eluana Englaro

A polémica continua sobre a morte da italiana Eluana Englaro, a mulher italiana de 38 anos há dois anos em estado vegetativo persistente.(PÚBLICO)

Quando vi e vejo notícias sobre as posições defendidas por alguns especialistas, fico perturbado. Tenho dificuldade em aceitar quer uma, quer outra das soluções.
Até onde é vida e a partir de onde é morte? Quem o pode delimitar?
A polémica à volta deste caso, embrulhada em política entre Berlusconi e o presidente italiano, choca-me.
Sei de um caso de alguém que esteve em coma, sem reacções ao exterior, mas que ouvia perfeitamente o que diziam os familiares que a visitavam. Ela queria responder, mas o corpo não reagia em conformidade. Que estado é este?

Percebo bem o dilema e drama dos familiares em situações-limite destas.
E, ao chegar ao fim, há algo que atormenta: e quando a cabeça funciona e o corpo já não tem reparação?
Lembro-me de três casos assim: João Paulo II, a jovem modelo brasileira que faleceu há algumas semanas, e o meu pai.

Curvo-me. As palavras não chegam.

2 comentários:

Anónimo disse...

Post bonito, especialmente a última frase.
Não discordo da eutanásia. A vida é para ser vivida em dignidade e existem situações limite em que a dignidade já não existe.
Às vezes penso que se a minha mãe passar por uma situação dessas, por mais que me custasse separar dela, não suportaria vê-la sofrer... ou não vendo esse sofrimento (porque nem sempre dá para o confirmar), vê-la num estado vegetativo sem retorno. É um duplo sofrimento desnecessário. Mais tarde ou mais cedo a pessoa tem de partir... Então ao menos que parta com o menor sofrimento possível. Não se trata de descartar a vida humana, mas sim libertá-la. Quem ama deixa patir... por maior que seja a dor de quem tem de ficar.
Bjos,
Cris

Anónimo disse...

PS: Claro que falar é fácil. Esta é uma perspectiva racional de quem nunca passou pela situação. Creio que, passando por ela, agiria de acordo com esta perspectiva. Mas não sei até que ponto - quando imperam as emoções -não teria um comportamento completamente oposto.
Bjos,
Cris