A história de duas pessoas, cujas vidas se cruzaram por um acaso. Ele, um jovem adolescente; ela, mais velha, uma mulher com um estrito sentido do dever. Mesmo não compreendendo – ou não querendo compreender – as consequências dessa obediência ao dever. Envolvem-se, apaixonam-se, à medida que Michael lê clássicos para Hanna.
Um drama absolutamente envolvente e comovente.
Cada um fará a leitura que entender do filme, certamente pessoal. No entanto, algumas reflexões foram-me surgindo enquanto o via:
- As cenas no tribunal e nas aulas de direito são notáveis. E há a velha questão: os países regem-se, não pela moral, mas pela lei. A dicotomia é entre legal/ilegal, não entre certo/errado. E os julgamentos têm de ser feitos à luz da lei vigente aquando dos acontecimentos.
- Michael (Ralph Fiennes) tem, quanto a mim, um papel semelhante ao desempenhado em “A Duquesa”. Neste é um homem distante, que não sabe lidar com os sentimentos, e chega a ser cruel. Em “O Leitor” a distância é semelhante, mas devido à incapacidade de saber lidar com os sentimentos, de se abrir com alguém. Incapaz de lidar consigo mesmo, manteve um segredo durante toda uma vida. Às tantas, acaba por confessar que nunca se abriu com ninguém relativamente ao episódio que o marcou profundamente na adolescência. Numa conversa com a sua filha, pergunta: “How wrong can you be?”
- no tribunal, quando Hanna e as suas colegas vão sendo interrogadas, apetece perguntar como Jesus Cristo perante Pilatos: “o que é a verdade?”
- Frase na conversa entre Michael e o professor de Direito: “O que importa não é o que achamos, mas o que fazemos”.
- Quão profundamente podem algumas pessoas marcar-nos? E por quanto tempo? Nesta história, é por uma vida.
- “Até onde iria para proteger um segredo?” Ainda mais sabendo que o outro o oculta por vergonha...
- Kate Winslet é uma justa vencedora do Oscar de melhor actriz. Tem um desempenho notável!
- o jovem Michael Berg, desempenhado por David Kross (miúdo nascido em 1990...) está também excelente.
Site oficial aqui.
Outro aqui.
Desde “O Estranho Caso de Benjamin Button” – que pôs os meus critérios cinematográficos nos píncaros – que não via um filme que batesse forte como este. Encheu-me as medidas, este filme!
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Quanto à escolha do melhor actor... falta-me ver "Milk" e o desempenho de Sean Penn para poder tirar as minhas conclusões. Fora isso, Brad Pitt é transcendente em "O Estranho Caso Benjamin Button".
Tenho dito.
Os vencedores de 2009, por categorias, são os seguintes:
Filme - "Quem Quer Ser Bilionário?"
Realizador - Danny Boyle ("Quem Quer Ser Bilionário?")
Actor - Sean Penn ("Milk")
Actriz - Kate Winslet ("O Leitor")
Actor Secundário - Heath Ledger ("Cavaleiro das Trevas")
Actriz Secundária - Penélope Cruz ("Vicky Cristina Barcelona")
Argumento Original - Dustin Lance Black ("Milk")
Argumento Adaptado - Simon Beaufoy ("Quem Quer Ser Bilionário?")
Animação - "Wall-E"
Curta-Metragem de Animação - "La Maison en Petits Cubes", de Kunio Kato
Filme Estrangeiro - "Departures" (Japão)
Banda Sonora - A.R. Rahman ("Quem Quer Ser Bilionário?")
Melhor Canção - "Jai Ho", de A.R. Rahman ("Quem Quer Ser Bilionário?")
Documentário (Longa-Metragem) - "Homem no Arame", de James Marsh
Documentário (Curta-Metragem) - "Smile Pinki"
Fotografia - "Quem Quer Ser Bilionário?"
Efeitos Visuais - "O Estranho Caso de Benjamin Button"
Direcção Artística - "O Estranho Caso de Benjamin Button"
Montagem - "Quem Quer Ser Bilionário?"
Montagem Sonora - "Cavaleiro das Trevas"
Mistura de Som - "Quem Quer Ser Bilionário?"
Guarda-Roupa - "A Duquesa"
Caracterização - "O Estranho Caso de Benjamin Button"
Curta-Metragem - "Spielzeugland", de Jochen Alexander Freydank
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