domingo, 29 de março de 2009

Ainda a propósito do preservativo

O Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, "considerou hoje que proibir o preservativo é consentir em muitas mortes e criticou a imprensa por não aproveitar bem o poder do Papa para denunciar a corrupção em África."

"O bispo de Viseu entende que os doentes com SIDA que não prescindem de ter relações sexuais devem usar preservativo para não transmitirem esta doença a outros.
Para Ilídio Leandro, a este propósito, há que distinguir a lei geral de questões relacionadas com doentes infectados."

"O bispo do Porto diz que não se pode confundir «expedientes» com «soluções» na questão do uso do preservativo. D. Manuel Clemente reagia a declarações do bispo de Viseu que disse que os doentes com SIDA com vida sexual activa devem usar preservativo."

Entretanto, no Facebook surgiu uma iniciativa para enviar uns milhares de preservativos para o Vaticano.

Maria José Nogueira Pinto, no seu habitual artigo no DN, aborda também esta polémica.
Um excerto:
"Para além disto - um ínfimo episódio no contexto da digressão africana - o Papa falou de tudo o que realmente interessa: a corrupção, o desperdício de recursos, o tribalismo, a lei do mais forte, a particular situação das mulheres, a fome, a doença, o imperativo da paz. Os milhões de africanos que caminharam ao encontro do Papa fizeram-no com o espírito de confiança que a Igreja cimentou nesses países onde está, não apenas na liturgia dos templos, mas no terreno, junto das populações, cuidando, tratando, acolhendo, provendo, como pode, à satisfação das suas necessidades mais básicas. Neste Continente que tantos dão de barato como "perdido", a Igreja desenvolve diariamente mil e uma acções junto daqueles que a geografia privou de toda a dignidade."

E, só para chatear, as caricaturas que este assunto tem inspirado ao António:

Em Dezembro de 1992

Em Março de 2009

1 comentário:

Anónimo disse...

O problema da Igreja é que quando fala... ou diz disparates... ou fala do que interessa mas não põe em prática o que diz.
O que vale é que existem honrosas excepções (personificadas em padres, religiosas e missionários) que ainda dignificam uma instituição que teima em ser hipócrita e retrógada em hábitos e mentalidades.
Cris