… E ao fim de vários meses temos novo governo.
O governo liderado por Pedro Passos Coelho e ontem divulgado é manifestamente de direita, como já acusaram algumas personalidades de esquerda. Não deixa de surpreender, sobretudo porque a esquerda perdeu as eleições rotundamente… e faz sentido que o partido vencedor constitua o governo.
Ainda hoje li num jornal que Vítor Gaspar, novo Ministro das Finanças, era um “falcão liberal”… qual é o problema?
A equipa governativa é forte técnica e politicamente.
Tecnicamente, tem Vítor Gaspar, Álvaro Santos Pereira, Paulo Macedo…
Politicamente, inclui membros dos núcleos duros dos dois partidos: Miguel Relvas, Miguel Macedo e Aguiar Branco pelo PSD; Pedro Mota Soares e Assunção Cristas pelo CDS.
Grande parte do elenco não tem experiência política e governativa. Se por um lado pode ser um óbice, por outro é uma vantagem, sendo livres de lóbis e grupos de interesses.
Depois há dois casos interessantes de ministros com ideias vincadas sobre matérias das pastas que vão titular: Nuno Crato (Educação) e Álvaro Santos Pereira (Economia). Vai ser interessante vê-los a mudar o estado da arte nas respectivas pastas. Ambos têm livros publicados sobre as matérias, e o da Economia mantém também um blogue, o Desmitos.
Os ministros do CDS, ambos jovens, são também uma surpresa.
Assunção Cristas, com uma subida meteórica, chega a uma pasta decisiva no futuro do país: Agricultura, Ambiente, Mar e Ordenamento do Território. E fica com um orçamento gigantesco a seu cargo. Ponderada e com ideias pensadas, há-de surpreender.
Pedro Mota Soares, novo ministro da Solidariedade e Segurança Social, é um parlamentar experimentado e domina os assuntos que agora vai tutelar. Há-de trazer ar novo á segurança social.
Paulo Portas chega aos Negócios Estrangeiros, pasta eminentemente política em que irá brilhar. Já quando ocupou a Defesa surpreendeu e foi considerado pelos militares o melhor ministro da pasta.
(Curiosidade: quando saiu da Defesa, Portas passou o ministério a Luís Amado; agora é a vez deste passar-lhe os Negócios Estrangeiros).
Na orgânica deste novo governo houve integração de vários ministérios que fazem sentido e o desaparecimento de outros. Destaque para as Obras Públicas e a Cultura.
Quanto à primeira, o país está equipado e precisa de apostar noutros domínios, designadamente a competitividade da economia (daí fazer sentido a integração neste ministério); quanto à Cultura, deve ser transversal e não faz sentido haver um ministério a tutelar uma área que deve ser livre e independente do Estado. Se houver educação, há cultura. A iniciativa da procura de cultura tem de partir de uma sociedade mais formada, informada e culta.
Em termo gerais, parece um governo à altura das circunstâncias e que espero seja capaz de promover as mudanças necessárias para colocar o país no rumo do desenvolvimento.
Só um país capaz de criar riqueza consegue ter uma sociedade desenvolvida e livre e suprir as necessidades dos mais carenciados. E um país só consegue distribuir riqueza se a tiver.
(Neste país temos de acabar com a ideai de eliminar os ricos. Temos de acabar é com os pobres e a pobreza).
Ministro de Estado e das Finanças – Vítor Gaspar
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – Paulo Portas
Ministro da Defesa Nacional – José Pedro Aguiar Branco
Ministro da Administração Interna – Miguel Macedo
Ministra da Justiça – Paula Teixeira da Cruz
Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – Miguel Relvas
Ministro da Economia e do Emprego – Álvaro Santos Pereira
Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território – Assunção Cristas
Ministro da Saúde – Paulo Macedo
Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência – Nuno Crato
Ministro da Solidariedade e da Segurança Social – Pedro Mota Soares
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros – Luís Marques Guedes
Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro – Carlos Moedas
Secretário de Estado da Cultura - Francisco José Viegas
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