Se inicialmente a candidata natural do Partido Democrata era Hillary Clinton, este afro-americano soube impor-se com um discurso de mudança e esperança. E chegou lá.
No entanto, Hillary Clinton não está a fazer barata a sua “desistência”. Mesmo depois da matemática ter falado, ela ainda não desistiu. E volta a falar-se de um ticket Obama-Clinton.
Não acredito nessa junção por vários motivos: em vez de somar votos, vai retirar. Há os que dizem que quem votou agora em Hillary vai depois votar em Obama – não acredito. Tal como do lado dos que votaram Obama, com base na mudança, não vão votar nele caso tenha Hillary como vice.
Não acredito que Hillary queira ser vice de Obama. E se este quiser, está a contradizer todo o seu discurso de mudança.
Há duas semanas, Maria João Avillez escreveu isto na Sábado:
“Cá em casa não se pratica o culto de Obama. Nunca nos impressionamos com ele, não se lhe conhece uma ideia, é uma carta fechada, a sua “juventude” não nos comove. Mas comove o mundo, irremediavelmente preso no fundo de um poço de superficialidade. Obama é uma cara nova, é jovem, quer “mudar” – embora se ignore o quê - , vamos a isso. Eles, eu não”.
A última pessoa que seduziu com as palavras e que tinha muitas "soluções" era engenheiro e chama-se António Guterres. Vê-se em que estado deixou Portugal...
Será "change", será "hope", mas é certamente marketing.
Ver este post no Incontinente Verbais.
1 comentário:
Espero sinceramente que a Hillary não fique como vice. Se ela se propuser ou aceitar esse cargo parece-me aquilo que acho que ela é:agarrada ao poder.
Por outro lado, duvido que Obama a queira como vice, não só por ela mas pelo marido. Bill Clinton foi um grande presidente e pode sempre dar bons conselhos. Mas não creio que Obama queira viver a sua presidência com ele "atrelado". Para além do facto de ainda correr o risco de ouvir dizer que as coisas correm bem graças aos conselhos que recebe do Clinton.
Estou a pensar segundo os moldes da política portuguesa. Não sei como funciona por lá e... além disso, temos de contar sempre com o factor surpresa que a vida política sempre tem.
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