quarta-feira, 2 de julho de 2008

Entrevista cor de laranja (e mais)

Ontem foi a entrevista cor de laranja: Manuela Ferreira Leite. Não vi a entrevista, mas hoje chegaram alguns ecos: parece que o cerne da entrevista foi umas coisas que ela disse sobre os casamentos homossexuais.

No Diário Digital:

«Eu não sou suficientemente retrógrada para ser contra as ligações homossexuais, aceito-as, são opções de cada um, é um problema de liberdade individual sobre o qual não me pronuncio. Pronuncio-me, sim, sobre o tentar atribuir o mesmo estatuto àquilo que é uma relação de duas pessoas do mesmo sexo igualmente ao estatuto de pessoas de sexo diferente», disse a presidente do PSD.

«Admito que esteja a fazer uma discriminação porque é uma situação que não é igual. A sociedade está organizada e tem determinado tipo de privilégios, de regalias e até de medidas fiscais no sentido de promover a família como algo que tem por objectivo a procriação. É uma realidade. Chame-lhe o que quiser, não chame é o mesmo nome. Uma coisa é casamento, outra coisa é qualquer outra coisa», acrescentou.

A senhora não disse nada de especial, mas, neste país de politicamente correctos e afins, os homossexuais vieram mostrar a sua indignação por tamanha intolerância.

Gosto de ver estas organizações insurgirem-se contra os “valores conservadores” e depois virem exigir os mesmos direitos de quem é conservador...

A falha de que se pode acusar Manuela Ferreira Leite é ter dito que a família "tem por objectivo a procriação". Não teve cuidado na forma como abordou o assunto, se bem que, tendo em conta as perspectivas demográficas e da segurança social, o Estado deve promover “a procriação”.

Devem ter falado das obras públicas que o PSD acha que são excessivas e que hão-de vir a ser pagas num dia longínquo por alguém. Convinha é que o PSD dissesse quais as obras públicas que não devem avançar para já. O aeroporto… acho bem que se faça (o Armazém 2 – perdão, Terminal 2 – da Portela é péssimo); o TGV há-de ser um belo elefante branco para andar às moscas, mas uma vez que faz parte da rede ferroviária europeia, vamos ter de construi-lo; etc, etc, etc.

Entretanto, os senhores do futebol já andam a exigir que Portugal organize o Mundial de 2018 – não em conjunto com Espanha (por acaso, como fazem países ricos, caso do recente europeu entre a Suíça e a Áustria), mas só nós porque sim. O povo é “malta fixe”, gosta de circo e paga tudo na mesma.

1 comentário:

Cris disse...

Sim, o que indignou foi o conceito de família para procriar. Gostava de saber então o que pensa sobre os casais infertéis... Não serão família também?
Calculo que também seja contra a adopção por homossexuais e prefira ver as criancinhas a sem criadas sem amor numa instituição onde moram 60 ou 70 todos os molho... do que felizes numa familia homossexual, que lhes dá uma vida estável e decente.
Talvez numa próxima entrevista nos possa esclarecer sobre mais alguns dos seus pontos de vista... Com as eleições tão perto, oportunidades não devem faltar.