quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Dilema capitalista

A crise financeira - que pleonasmo... - voltou a dar evidentes sinais da sua profundidade por terras americanas.
Depois de a semana passada ter sido "marcada pela intervenção do Tesouro dos EUA na Fannie Mae e na Freddie Mac - dois gigantes do segmento grossista do mercado de crédito hipotecário americano, cujas perdas tiveram de ser nacionalizadas para evitar a sua falência" - e da falência do Lehman Brothers, hoje foi a vez de salvar a AIG, principal seguradora americana.

Todos estes episódios têm obrigado a uma mudança de postura dos organismos deste mundo capitalista e liberal, e intervir nos mercados através da injecção de milhares de milhões de dólares.
Surgem, de repente, duas questões:
- se não há intervenção estatal, e há a falência, põe-se em andamento uma bola de neve que irá arrastar muitas empresas e milhares de pessoas para a bancarrota;
- se o Estado intervém, é como se o crime compensasse. O Estado evita o mal maior, mas dá um sinal errado ao mercado, segundo o qual haverá garantias para cobrir truques financeiros e riscos corridos desnecessariamente e apenas em nome de lucros fáceis.

O capitalismo passa por dias complicados.
Karl Marx deve estar a rir e a lembrar-se de ter dito que o capitalismo ruiria por si mesmo.

1 comentário:

Cris disse...

Este post lembrou-me, embora não muito a propósito, um pensamento que li há pouco tempo: "O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O comunismo também".
Quanto à intervenção do Estado, trata-se realmente de evitar o mal maior, mas concordo contigo. Deve ser excepção... não regra.É quase como um filho querer ser independente mas saber que pode fazer os disparates todos que quiser com o dinheiro, porque vai ter sempre os paizinhos para o desenrascar sempre que precisar.
Bjocas doces!