"Isto começa a ser demasiado preocupante. Portugal vai divergir do rendimento médio da zona euro até 2017, segundo a insuspeita OCDE. Os outros países vão crescer a um ritmo anual médio de 2,1% e nós de 1,4%. Ou seja, vamos empobrecer ainda mais em relação à Europa. Serão duas décadas perdidas, em vez de uma.
O Economic Outlook mostra que os países de leste em grandes dificuldades durante a crise financeira ficarão melhor do que nós já em 2011. Em 2012, República Checa e a Hungria cumprem os critérios de Maastricht da zona euro e crescem a ritmo anual de 3%. Portugal não cumpre os critérios e parece que não há problema nenhum.
Os números são esmagadores. O défice externo português (que mede o ritmo a que nos endividamos), será de - 11,1% do PIB em 2011. Isto vai acumulando em dívida externa, que alguns economistas dizem já ter passado os 100% do PIB. O desemprego em 2011 será de 9,9% e o défice orçamental de -7,8% do PIB. Os avisos do relatório são tremendos. Portugal começa a ser um case study de como não fazer.
E, no entanto, a oposição continua sem se definir. E estas questões não são sequer discutidas. Toda a gente parece aceitar o seu destino fatal, como se o caminho fosse obrigatório e este túnel não tivesse responsáveis."
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