quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Miguel Relvas: "Muitos países da União Europeia só têm 12 vencimentos"


Quem leu o Expresso da semana passada ficou com a ideia de que, mais ano, menos ano, só teremos 12 vencimentos por ano.
Ficou também com a ideia de que esta horizontalização dos vencimentos seria feita distribuindo 2 vencimentos (subsídios de férias e de natal) pelos 12 meses que o ano tem. 
Não nego que a coisa faz sentido, evitando que as empresas tenham picos de custos nos meses em que pagam estes subsídios. E que é necessário educar as pessoas para gerir um orçamento desta forma.
Mas é necessário ter em conta que, na situação actual, não há nenhuma empresa em condições de fazer os aumentos de vencimentos que esta horizontalização implicava.

Claro que já há vozes a dizer que os 12 vencimentos é que é bom - eliminando pura e simplesmente os subsídios. Ou seja, uma redução muito significativa dos vencimentos anuais dos trabalhadores. Não.

Admito que, tendo em conta a situação do país, se exija mais aos contribuintes. Mas não inventem pretextos para reduzir ainda mais os já baixos vencimentos dos trabalhadores portugueses. 
E, por outro lado, as empresas estão sempre em crise mas apresentam sempre lucros, ou têm condições para aumentar vencimentos e complementos de topo. Falar de distribuição das dificuldades não pode ser só conversa fiada. Nem como os beneficiários de subvenções vitalícias...
Sim, hoje sou do contra.

Quanto à notícia acima: três países não é bem "muitos". A UE é constituída por 27.

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