domingo, 9 de dezembro de 2007

Cimeira UE - África


A Cimeira UE-África chegou ao fim.
Quase todos os noticiários centraram as suas “notícias” em baboseiras laterais como o trânsito, uns ensaios de manifestações nas imediações da FIL, as refeições e as tendas. E centraram o circo nas personalidades de Mugabe e de Kadhafi.
O que se discutia de concreto dentro da FIL? Pouco se sabe.
Basta ler esta notícia sobre uma declaração do chefe de Governo espanhol, Zapatero. O título da notícia é uma baboseira. O relevante está no meio: "A imigração ilegal é um grande fracasso colectivo. Foi proposto um grande acordo entre a União Europeia e África para combater a imigração irregular". E nesta declaração explicou que desenvolvendo África evita-se a imigração ilegal (“Imigração irregular” é o quê?). Em vez de se centrar no fundamental, noticia o acessório.

Esta manhã, na rádio, ouvi que tinha sido proposto uma abertura mútua de fronteiras entre UE a África, facilitando assim trocas comerciais. A bondade europeia é tocante. Entram matérias-primas africanas, e os países europeus vendem os produtos. É uma imposição da Organização Mundial do Comércio… mas a liberalização não funciona igualmente para os dois lados. Lembro-me os famosos “14 pontos de Wilson”, no início do séc. XX… Como esta questão comercial foi polémica, a Comissão europeia, atráves da presidência, disponibilizou-se para continuar as negociações ao mais alto nível nos próximos anos, por forma a desbloquear a situação.

As declarações de Sócrates na sessão de encerramento são de uma vacuidade absoluta.
A entrevista do José Manuel Mestre, na SIC Notícias, a Durão Barroso, no fim da cimeira, esclareceu mais que vários dias de pseudo-notícias.

Mas, após ter lido “Portugal – o pioneiro da globalização”, não podemos deixar de sorrir ao ouvir tanta declaração bem intencionada dos vários líderes presentes na cimeira. Tendo presente alguma análise histórica, estes eventos só podem ser vistos em perspectiva.
Claro que a Parceria Estratégica EU-África é importante. Claro que os entendimentos alcançados são importantes (Durão Abrroso disse: "Desta cimeira sai um plano de acção para os próximos três anos, contemplando as áreas das migrações, da energia, dos direitos humanos, das alterações climáticas e da investigação científica"). Mas uma perspectiva histórica relativiza tudo isto.
No ABRUPTO:
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