Sendo sábado, quis ir à praça do peixe, vê-la em funcionamento, cheia de gente.
Desilusão. Cheguei lá por volta das 9h e estava praticamente vazia. Nem clientes, nem vendedores. Deu tão-só para dar uma volta e tirar algumas fotos à exposição que lá estava devido à pesca excessiva, com peixes a cair do tecto. Interessante, a ideia da exposição.
De seguida, como era perto, fui à Igreja da Apresentação. Por fora, bastante simples. Por dentro, vestida de motivos dourados.
O meu destino nessa manhã era longínquo, pelo que fiquei à beira do Canal Central à espera da camioneta, enquanto ia vendo o ambiente. Aguardava partir rumo à Costa Nova e à Barra. Era ali que ia encontrar as coloridas casas típicas de Aveiro e o famoso farol. A viagem levou cerca de 30 minutos.
Durante o percurso vou reparando no ambiente piscatório, nas pessoas de meia idade a andar de bicicleta, numa rua gigante, na Gafanha da Nazaré, que me fez lembrar a Nazaré. Só faltavam os letreiros ou as pessoas a dizer “aluga-se”.
Ao chegar à Costa Nova, o maravilhamento. Ali estava uma série das tradicionais casinhas coloridas. O dia soalheiro acompanhava.
Andei ali a espreitar as casas, a fotografar aquela alameda de cores, com a Ria ali em frente.
O sol estava quente, apesar da brisa constante.
Acabei por sentar-me numa esplanada. Descansar, reabastecer energias, ler a Visão. Ainda perguntei se o percurso até à Barra era longe, e como se ia lá ter.
Havia um passadiço sobre as dunas, ali atrás da igreja.
Passadiço convidativo. De um lado dunas. Do outro mar e mar e mar. E a brisa fresca a bater. Não se dava pelo calor.
Segui pelo passadiço… que infelizmente não acompanhava todo o percurso até à Barra. Tive de voltar à estrada. À torreira. Tenho de comprar um daqueles chapéus à Sampaio.
Muitas casas de verão, de praia, naquela zona. E um pormenor curioso neste concelho de Ílhavo: há passeio durante uns metros, ou durante uma casa, depois deixa de haver, mais à frente volta a haver… uau!
Chego à Barra, não sei quantos quilómetros à frente, completamente exausto. E eu, que nem me vou abaixo assim facilmente em caminhadas… Acabo por procurar sombra, e um sítio para almoçar. Acreditam se disser que comi um “menu executivo” por apenas 6€ e com direito a sopa, peixe grelhado, bebida e café?
O Farol de Aveiro, na Barra, impõe respeito. Enorme! Apenas acho estranho ter as cores esbatidas. Suponho que seja pelo sol e brisa constantes na zona.
Ali ao lado, um cartaz com um "trilho natureza", entre a Ria e o Mar. A castanho, os percursos com passadiço. O circuito inteiro são 11,5 Km. Eu fiz o percurso entre o extremo esquerdo e o lado direito, onde está uma seta, no fim do passadiço. É só calcular os quilómetros...
É hora de regressar a Aveiro. Procurar uma paragem e ficar à espera da camioneta, pois não imagino a que horas passaria a próxima. Pouco depois chegou uma rapariga que tinha vindo de manhã. Olha para um papelinho de horários. Pergunto-lhe a que horas seria o próximo, mas também não sabe. É inglesa (ou seja lá o que for, fala inglês…) e também não sabe nada de nada. Turistas, bah!
Uns 20 minutos à espera e eis que voltamos a Aveiro.
Na cidade, ando pela Praça da República e pela Praça Marquês de Pombal.
Lembro-me de a senhora do hotel ter referido um percurso ao lado da Universidade de Aveiro, na parte de baixo. Vou à procura, faço uma parte do percurso, mas não tem nada de especial. É um lamaçal, com um estrada muito estranha, pouco frequentada. Não me inspirou confiança e voltei ao centro da cidade.
Ainda fui até à Estação. E de lá meti-me por uma “paralela” à Lourenço Peixinho, tentando ver o que havia por ali. Era uma zona velha da cidade. Muitos prédios degradados.
Acabo sentado numa esplanada da enorme Praça Marquês de Pombal. Descanso, leio o jornal…
Ainda passo pelo Rossio e ali fico a ver os moliceiros, o Canal Central, as cores de um fim de tarde. Definitivamente adoptei aquele espaço.
Ao fim do dia, o fenómeno musical das andorinhas repete-se.
Aveiro fica bonito ao cair da noite.
Mas hoje foi um dia extenuante. A caminhada entre a Costa Nova e a Barra foi cansativa. Tenho a cara vermelha do sol… quase um pimento, não fosse noite de Santo António por terras de Lisboa. Um After Sun deve ajudar.
Amanhã será mais um dia.
O terceiro dia é mais calmo. A cidade está vista. Só faltam pormenores.
Logo de manhã, vou espreitar o canal que faltava, o Canal do Paraíso. Nome pomposo para um pequeno canal. Nada a relatar, além de ter encontrado vários gatos pelos arredores.
Faltava ir às Barrocas. Depois de encontrar o sítio no mapa, lá vou eu. Trata-se de uma igreja, encalhada numa zona habitacional, quase oculta. Está fechada.
Ali ao lado vejo uma coisa que nunca tinha visto ao vivo: um lavadouro público.
Regresso aos arredores do Fórum e por ali fico. A manhã está fresca. As pessoas começam a passar, as ruas a encher-se de gente.
Pouco depois é hora de voltar a Lisboa.
De outra cidade cantam que “tem mais encanto na hora da despedida”. Ainda nem parti e já sinto saudades de Aveiro.
Agarrei-me à cidade, ao seu ritmo, às suas cores, aos canais, aos jardins. É calma, pequena, sem a loucura de uma grande cidade. E tem espaços de repouso. Gostei imenso das praças que se abrem após ruas estreitas. Das esplanadas que nascem em muitos cantos. Da luz.
Depois de conhecer Aveiro, acho um abuso dizer que um dos adjectivos de Lisboa é “luz”.
Hei-de lá voltar, sem dúvida. Encheu-me as medidas.
É um sítio excelente para abrandar o ritmo. Para espairecer. Para permanecer.
E quero ver Aveiro vestida com as cores de Outono.
Desilusão. Cheguei lá por volta das 9h e estava praticamente vazia. Nem clientes, nem vendedores. Deu tão-só para dar uma volta e tirar algumas fotos à exposição que lá estava devido à pesca excessiva, com peixes a cair do tecto. Interessante, a ideia da exposição.
De seguida, como era perto, fui à Igreja da Apresentação. Por fora, bastante simples. Por dentro, vestida de motivos dourados.
O meu destino nessa manhã era longínquo, pelo que fiquei à beira do Canal Central à espera da camioneta, enquanto ia vendo o ambiente. Aguardava partir rumo à Costa Nova e à Barra. Era ali que ia encontrar as coloridas casas típicas de Aveiro e o famoso farol. A viagem levou cerca de 30 minutos.
Durante o percurso vou reparando no ambiente piscatório, nas pessoas de meia idade a andar de bicicleta, numa rua gigante, na Gafanha da Nazaré, que me fez lembrar a Nazaré. Só faltavam os letreiros ou as pessoas a dizer “aluga-se”.
Ao chegar à Costa Nova, o maravilhamento. Ali estava uma série das tradicionais casinhas coloridas. O dia soalheiro acompanhava.
Andei ali a espreitar as casas, a fotografar aquela alameda de cores, com a Ria ali em frente.
O sol estava quente, apesar da brisa constante.
Acabei por sentar-me numa esplanada. Descansar, reabastecer energias, ler a Visão. Ainda perguntei se o percurso até à Barra era longe, e como se ia lá ter.
Havia um passadiço sobre as dunas, ali atrás da igreja.
Passadiço convidativo. De um lado dunas. Do outro mar e mar e mar. E a brisa fresca a bater. Não se dava pelo calor.
Segui pelo passadiço… que infelizmente não acompanhava todo o percurso até à Barra. Tive de voltar à estrada. À torreira. Tenho de comprar um daqueles chapéus à Sampaio.
Muitas casas de verão, de praia, naquela zona. E um pormenor curioso neste concelho de Ílhavo: há passeio durante uns metros, ou durante uma casa, depois deixa de haver, mais à frente volta a haver… uau!
Chego à Barra, não sei quantos quilómetros à frente, completamente exausto. E eu, que nem me vou abaixo assim facilmente em caminhadas… Acabo por procurar sombra, e um sítio para almoçar. Acreditam se disser que comi um “menu executivo” por apenas 6€ e com direito a sopa, peixe grelhado, bebida e café?
O Farol de Aveiro, na Barra, impõe respeito. Enorme! Apenas acho estranho ter as cores esbatidas. Suponho que seja pelo sol e brisa constantes na zona.
Ali ao lado, um cartaz com um "trilho natureza", entre a Ria e o Mar. A castanho, os percursos com passadiço. O circuito inteiro são 11,5 Km. Eu fiz o percurso entre o extremo esquerdo e o lado direito, onde está uma seta, no fim do passadiço. É só calcular os quilómetros...
É hora de regressar a Aveiro. Procurar uma paragem e ficar à espera da camioneta, pois não imagino a que horas passaria a próxima. Pouco depois chegou uma rapariga que tinha vindo de manhã. Olha para um papelinho de horários. Pergunto-lhe a que horas seria o próximo, mas também não sabe. É inglesa (ou seja lá o que for, fala inglês…) e também não sabe nada de nada. Turistas, bah!
Uns 20 minutos à espera e eis que voltamos a Aveiro.
Na cidade, ando pela Praça da República e pela Praça Marquês de Pombal.
Lembro-me de a senhora do hotel ter referido um percurso ao lado da Universidade de Aveiro, na parte de baixo. Vou à procura, faço uma parte do percurso, mas não tem nada de especial. É um lamaçal, com um estrada muito estranha, pouco frequentada. Não me inspirou confiança e voltei ao centro da cidade.
Ainda fui até à Estação. E de lá meti-me por uma “paralela” à Lourenço Peixinho, tentando ver o que havia por ali. Era uma zona velha da cidade. Muitos prédios degradados.
Acabo sentado numa esplanada da enorme Praça Marquês de Pombal. Descanso, leio o jornal…
Ainda passo pelo Rossio e ali fico a ver os moliceiros, o Canal Central, as cores de um fim de tarde. Definitivamente adoptei aquele espaço.
Ao fim do dia, o fenómeno musical das andorinhas repete-se.
Aveiro fica bonito ao cair da noite.
Mas hoje foi um dia extenuante. A caminhada entre a Costa Nova e a Barra foi cansativa. Tenho a cara vermelha do sol… quase um pimento, não fosse noite de Santo António por terras de Lisboa. Um After Sun deve ajudar.
Amanhã será mais um dia.
O terceiro dia é mais calmo. A cidade está vista. Só faltam pormenores.
Logo de manhã, vou espreitar o canal que faltava, o Canal do Paraíso. Nome pomposo para um pequeno canal. Nada a relatar, além de ter encontrado vários gatos pelos arredores.
Faltava ir às Barrocas. Depois de encontrar o sítio no mapa, lá vou eu. Trata-se de uma igreja, encalhada numa zona habitacional, quase oculta. Está fechada.
Ali ao lado vejo uma coisa que nunca tinha visto ao vivo: um lavadouro público.
Regresso aos arredores do Fórum e por ali fico. A manhã está fresca. As pessoas começam a passar, as ruas a encher-se de gente.
Pouco depois é hora de voltar a Lisboa.
De outra cidade cantam que “tem mais encanto na hora da despedida”. Ainda nem parti e já sinto saudades de Aveiro.
Agarrei-me à cidade, ao seu ritmo, às suas cores, aos canais, aos jardins. É calma, pequena, sem a loucura de uma grande cidade. E tem espaços de repouso. Gostei imenso das praças que se abrem após ruas estreitas. Das esplanadas que nascem em muitos cantos. Da luz.
Depois de conhecer Aveiro, acho um abuso dizer que um dos adjectivos de Lisboa é “luz”.
Hei-de lá voltar, sem dúvida. Encheu-me as medidas.
É um sítio excelente para abrandar o ritmo. Para espairecer. Para permanecer.
E quero ver Aveiro vestida com as cores de Outono.
3 comentários:
Sem duvida uma viagem interessante, e coisas lindas que nos chegam pelas tuas mãos, cores maravilhosas, quase se sente o cheiro do rio:)
Beijinhos
gosto muito de Lisboa, mas Aveiro é, definitivamente, um segundo amor!!
Bom dia,
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