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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Divagações aveirenses

1 - à chegada, muito vento e 18º. Há muita gente de manga curta, meninas de alças. Agradável, sem dúvida, mas frio. Ou eu é que tenho o termómetro avariado.
2 - após um pequeno passeio pela cidade, um facto: Aveiro é um das minhas cidades de eleição.
As outras são Lisboa, Funchal e Machico.
E faltam conhecer algumas pela Europa.
3 - aquela esplanada frente ao Hotel Meliá Ria...

domingo, 12 de junho de 2011

domingo, 14 de junho de 2009

À descoberta de... Aveiro (dias 2 e 3)

O segundo dia em Aveiro começou cedo.
Sendo sábado, quis ir à praça do peixe, vê-la em funcionamento, cheia de gente.
Desilusão. Cheguei lá por volta das 9h e estava praticamente vazia. Nem clientes, nem vendedores. Deu tão-só para dar uma volta e tirar algumas fotos à exposição que lá estava devido à pesca excessiva, com peixes a cair do tecto. Interessante, a ideia da exposição.

De seguida, como era perto, fui à Igreja da Apresentação. Por fora, bastante simples. Por dentro, vestida de motivos dourados.

O meu destino nessa manhã era longínquo, pelo que fiquei à beira do Canal Central à espera da camioneta, enquanto ia vendo o ambiente. Aguardava partir rumo à Costa Nova e à Barra. Era ali que ia encontrar as coloridas casas típicas de Aveiro e o famoso farol. A viagem levou cerca de 30 minutos.
Durante o percurso vou reparando no ambiente piscatório, nas pessoas de meia idade a andar de bicicleta, numa rua gigante, na Gafanha da Nazaré, que me fez lembrar a Nazaré. Só faltavam os letreiros ou as pessoas a dizer “aluga-se”.
Ao chegar à Costa Nova, o maravilhamento. Ali estava uma série das tradicionais casinhas coloridas. O dia soalheiro acompanhava.

Andei ali a espreitar as casas, a fotografar aquela alameda de cores, com a Ria ali em frente.
O sol estava quente, apesar da brisa constante.

Acabei por sentar-me numa esplanada. Descansar, reabastecer energias, ler a Visão. Ainda perguntei se o percurso até à Barra era longe, e como se ia lá ter.
Havia um passadiço sobre as dunas, ali atrás da igreja.

Passadiço convidativo. De um lado dunas. Do outro mar e mar e mar. E a brisa fresca a bater. Não se dava pelo calor.

Segui pelo passadiço… que infelizmente não acompanhava todo o percurso até à Barra. Tive de voltar à estrada. À torreira. Tenho de comprar um daqueles chapéus à Sampaio.
Muitas casas de verão, de praia, naquela zona. E um pormenor curioso neste concelho de Ílhavo: há passeio durante uns metros, ou durante uma casa, depois deixa de haver, mais à frente volta a haver… uau!
Chego à Barra, não sei quantos quilómetros à frente, completamente exausto. E eu, que nem me vou abaixo assim facilmente em caminhadas… Acabo por procurar sombra, e um sítio para almoçar. Acreditam se disser que comi um “menu executivo” por apenas 6€ e com direito a sopa, peixe grelhado, bebida e café?

O Farol de Aveiro, na Barra, impõe respeito. Enorme! Apenas acho estranho ter as cores esbatidas. Suponho que seja pelo sol e brisa constantes na zona.

Ali ao lado, um cartaz com um "trilho natureza", entre a Ria e o Mar. A castanho, os percursos com passadiço. O circuito inteiro são 11,5 Km. Eu fiz o percurso entre o extremo esquerdo e o lado direito, onde está uma seta, no fim do passadiço. É só calcular os quilómetros...

É hora de regressar a Aveiro. Procurar uma paragem e ficar à espera da camioneta, pois não imagino a que horas passaria a próxima. Pouco depois chegou uma rapariga que tinha vindo de manhã. Olha para um papelinho de horários. Pergunto-lhe a que horas seria o próximo, mas também não sabe. É inglesa (ou seja lá o que for, fala inglês…) e também não sabe nada de nada. Turistas, bah!
Uns 20 minutos à espera e eis que voltamos a Aveiro.

Na cidade, ando pela Praça da República e pela Praça Marquês de Pombal.


Lembro-me de a senhora do hotel ter referido um percurso ao lado da Universidade de Aveiro, na parte de baixo. Vou à procura, faço uma parte do percurso, mas não tem nada de especial. É um lamaçal, com um estrada muito estranha, pouco frequentada. Não me inspirou confiança e voltei ao centro da cidade.
Ainda fui até à Estação. E de lá meti-me por uma “paralela” à Lourenço Peixinho, tentando ver o que havia por ali. Era uma zona velha da cidade. Muitos prédios degradados.
Acabo sentado numa esplanada da enorme Praça Marquês de Pombal. Descanso, leio o jornal…
Ainda passo pelo Rossio e ali fico a ver os moliceiros, o Canal Central, as cores de um fim de tarde. Definitivamente adoptei aquele espaço.


Ao fim do dia, o fenómeno musical das andorinhas repete-se.

Aveiro fica bonito ao cair da noite.
Mas hoje foi um dia extenuante. A caminhada entre a Costa Nova e a Barra foi cansativa. Tenho a cara vermelha do sol… quase um pimento, não fosse noite de Santo António por terras de Lisboa. Um After Sun deve ajudar.

Amanhã será mais um dia.

O terceiro dia é mais calmo. A cidade está vista. Só faltam pormenores.
Logo de manhã, vou espreitar o canal que faltava, o Canal do Paraíso. Nome pomposo para um pequeno canal. Nada a relatar, além de ter encontrado vários gatos pelos arredores.

Faltava ir às Barrocas. Depois de encontrar o sítio no mapa, lá vou eu. Trata-se de uma igreja, encalhada numa zona habitacional, quase oculta. Está fechada.

Ali ao lado vejo uma coisa que nunca tinha visto ao vivo: um lavadouro público.

Regresso aos arredores do Fórum e por ali fico. A manhã está fresca. As pessoas começam a passar, as ruas a encher-se de gente.

Pouco depois é hora de voltar a Lisboa.

De outra cidade cantam que “tem mais encanto na hora da despedida”. Ainda nem parti e já sinto saudades de Aveiro.
Agarrei-me à cidade, ao seu ritmo, às suas cores, aos canais, aos jardins. É calma, pequena, sem a loucura de uma grande cidade. E tem espaços de repouso. Gostei imenso das praças que se abrem após ruas estreitas. Das esplanadas que nascem em muitos cantos. Da luz.
Depois de conhecer Aveiro, acho um abuso dizer que um dos adjectivos de Lisboa é “luz”.

Hei-de lá voltar, sem dúvida. Encheu-me as medidas.
É um sítio excelente para abrandar o ritmo. Para espairecer. Para permanecer.
E quero ver Aveiro vestida com as cores de Outono.


À descoberta de... Aveiro (dia 1)

Aproveitando os feriados e com uns dias de férias (tecnicamente é mais uma pausa…), fui à descoberta de Aveiro.
Mala a tiracolo, mapa na mão, e a indispensável máquina fotográfica.
Logo pela manhã do dia 11, apanho o InterCidades rumo à Veneza portuguesa, como também é conhecida a cidade.
Chego por volta do meio-dia. E começo a descobrir a cidade, enquanto atravesso a Av. Lourenço Peixinho rumo à Praça Humberto Delgado.
Ali a desorientação começa. Os mapas que consegui na net são maus. Andei às voltas quase uma hora. Muitas ruas não têm qualquer placa com o nome (uma dificuldade que se irá repetir nos dias seguintes), as pessoas a quem perguntei também não sabiam. Nem um polícia, que disse que “deve ser por ali”. Obrigadinho.
(Outra descoberta quanto à toponímia aveirense são várias ruas com o mesmo nome. A mais comum é Homem Cristo...).
Volto à Rua Clube dos Galitos, e encontro ali em frente um edifício com o hotel que procurava. Não era ali, mas sim numa rua ao lado. O hotel tem dois espaços: um é hotel, outro é residencial.
Encontrado o sítio para estadia, a pergunta sacramental: tem um mapa da cidade?
Tinha. E a senhora que me atendeu, sabendo já que eu ia um bocado à descoberta, esteve ali a indicar-me uma série de sítios a visitar. Óptimo.
Depois do almoço, a grande experiência em Aveiro: passear nos moliceiros pelos canais que abraçam a cidade. É indescritível!

E tive a sorte de o “meu” barco ser guiado por dois malucos: um velhote, que teria 83 anos, e um rapaz que, se o encontrasse na rua, eu teria cuidado: aspecto algures entre marginal e Jesus Cristo. São estes dois que se vêem ali no centro da foto...

Durante o passeio, o rapaz ia contando o motivo dos nomes dos canais, um pouco da história da cidade, ia explicando como era a apanha do moliço, o que se passou no fim do Canal do Côjo, para actualmente ter o Lago da Fonte Nova…. E, também ali, o Hotel Melià Ria, o único no país com 9 estrelas. Gargalhada geral no barco. (Ficai curiosos, mas não vou contar onde está a piada disto…).
Com estes guias brincalhões e bem dispostos aprendemos que há dois tipos de barcos:
- mercantel: de poucas cores, com capacidade até 22 toneladas;
- moliceiro: coloridos, com quatros painéis, com capacidade à volta de 5 toneladas, transportavam o moliço para adubar as terras. Nos painéis estão retratados momentos da cida de Aveiro, um painel a apelar à nacionalidade, e um com uma frase "maldosa".
- que os canais têm nomes diferentes para os marnotos (homens dos moliceiros) saberem onde iam deixar o moliço. Os canais, tal como as ruas, têm nomes diferentes. Por exemplo, o Canal das Pirâmides chama-se assim por ficar ao lado da Troncalhada, onde surgem as pirâmides de sal...

Neste passeio começo a ter a noção de uma coisa: Aveiro é uma cidade-espelho. Toda ela se reflecte nos canais, e isto dá-lhe umas cores mágicas, irreais.

Feito o passeio de barco, depois fui fazer a pé um passeio mais ou menos semelhante, contornando o Canal Central e o Canal de S. Roque. Queria tirar fotografias a alguns sítios que vi quando tinha passado no barco: a ponte da “Abraço”, a ponte de Carcavelos, umas casinhas coloridas que tinha visto por ali…

Ponde de Carcavelos sobre o Canal de S. Roque.

(ao fundo, a Ponte dos Botirões, a tal da Abraço)

É assim que vou parar ao Largo da Praça do Peixe. Uma praça toda modernaça, vestida de arquitectura bonita. E uma exposição no interior sobre espécies em extinção devido à pesca excessiva. O mercado estava fechado, mas sentei-me ali numa esplanada. Era hora de descansar, olhar, tirar uns apontamentos, estudar o mapa.
E reparo nesta particularidade...

Enquanto ali estou, aparece um senhor a tocar violino. Pobre, triste. Tenta entoar uma música portuguesa, a custo descubro qual. Ele, entretanto, tenta ganhar uma moeda das poucas pessoas na esplanada. Duas espanholas dão-lhe atenção. Ela lá vai, contente, tocar para elas. A moeda não veio, e foi embora tão triste como chegou.
Às espanholas disse que tinha tirado o curso na Escola de Música Pública Romena.

(atrás pode ver-se o Mercado do Peixe)

Após a pausa, vou tentar descobrir uma coisa que a senhora do hotel e o guia do barco tinham falado: a Troncalhada, onde são feitas as pirâmides de sal. Sigo junto ao Canal das Pirâmides. Chego a um espaço dividido em quadrículas gigantes, cheio de água, parece um pântano cuidado.

Oficialmente este local chama-se Eco-Museu Marinha da Troncalhada.

Regresso ao centro da cidade e tento descobrir a Sé. Ainda tenho de ficar à espera, pois uma procissão (é feriado, dia do Corpo de Deus) atravessa a rua. De seguida, desço por detrás do Fórum Aveiro (um centro comercial como todos os outros, mas em jeito de Campera, aberto. No Inverno, deve estar-se ali muito bem...).

A Sé não é nada de especial.

Ali ao centro, uma réplica do Cruzeiro de S. Domingos, monumento nacional. O original está no interior da Sé, para onde foi transportado em 1979.

Entretanto, sento-me nuns tijolos que lá estão para olhar o mapa, as indicações, o mail de uma aveirense... Fico a saber que ao fundo da avenida há um parque: o Parque Infante D. Pedro.

Fantástico! Verde, árvores imponentes, silêncio, pássaros, o fim do dia, um lago, patos… Um jardim Gulbenkian em estado quase selvagem. Muitas fotografias, à luz de um dia que se aproxima do ocaso. Aquelas cores... Fico maravilhado!

Quando ia a caminho deste parque, passei junto ao Museu Santa Joana Princesa. (Museu de Aveiro). Está fechado, mas à porta, isto:


Volto a subir a Av. Miguel Bombarda, a Av. Santa Joana, e vou até junto do Canal do Côjo. Caminho ao seu lado rumo ao Fórum Aveiro.
Depois de jantar, ando por ali e acabo por ficar no Rossio, tendo o Canal Central a cercar-me.

O pôr-do-sol chega.
Aveiro veste-se de novas cores. Os canais transformam-se em espelhos. São cores irreais.


Logo ao fim do primeiro dia, sou surpreendido por uma coisa fantástica, mesmo a meio da cidade: uma dança de andorinhas, com a sua melodia alegre e saltitante, sobre os céus centrais.

(clicar na imagem para aumentar e ver as andorinhas. Sem som :P)

Para primeira tarde, Aveiro apaixonou-me!

As cores vivas das casas, dos barcos, os canais, a mistura entre arquitectura Arte Nova, edifícios mais antigos e outros bem modernos, as praças enormes, as pontes a cruzarem os canais…
Acho que confessar que tirei quase 250 fotografias é uma boa medida… mesmo eu sendo um fotógrafo compulsivo.

Logo conto o segundo dia…

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Aveiro




Com uns feriados à vista, e com a vontade de sempre em visitar e conhecer esta cidade que sempre me seduziu...