sábado, 30 de abril de 2011

Pergunta pertinente

No Expresso desta semana o Henrique Medina faz 10 perguntas a propósito das próximas eleições legislativas.
Deixo aqui a 8ª:
"Se Manuela Ferreira Leite tinha razão em 2009, quando traçou um panorama negro do país enquanto Sócrates aumentava a função pública e prometia cheques-bebé, a conclusão é que o primeiro-ministro sabia menos do que Manuela, ou que enganou deliberadamente o eleitorado para vencer as eleições? E quem nos engana uma vez, duas, três vezes, não nos está a enganar agora?"

quinta-feira, 28 de abril de 2011

E de Sócrates, não?


A certa altura diz isto: “A Europa está nas mãos erradas – temos uma maioria conservadora no Parlamento Europeu, no Conselho da Europa, na Comissão Europeia, e esta combinação está a pressionar Portugal de forma muito, muito pesada (...) e eles só pensam numa coisa – austeridade, austeridade, austeridade”.


Faltou precisar: "e nós socialistas só pensamos numa coisa - gastar, gastar, gastar"


Depois de ler esta espécie de entrevista do dinamarquês Poul Rasmussen, não sei se ria ou se chore.

Estes senhores socialistas acham que são donos da verdade e da salvação depois de nos terem afundado?!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Portugal... um país em delírio

Bebés obrigados a levantar Cartão de Cidadão


Hospital Egas Moniz pede a doentes que tragam remédios de casa


Isto são exemplos de simplex e do Estado social tão defendido por este governo-maravilha...

Sócrates, o prestigitador

Sócrates apresentou hoje o seu programa às próximas eleições.
Ouve-se aquilo e pasma-se.

Defende o “estado social” que está a destruir com um afinco notável.
Diz que as forças da oposição forçaram a antecipação das eleições, acrescentando à crise económica uma séria crise política. O homem não se deve lembrar que foi ELE que se demitiu (sem negociar/dialogar com os partidos da oposição sobre o PEC IV).
Ontem, na TVI, disse que está aberto a negociar com todos os partidos. Coisa que nunca fez. Nem naquele carnaval antes da tomada de posse para o segundo mandato, em que falou com todos os partidos, o que significa que não queria entendimento com nenhum. E também não negociou quando foi apresentar o PEC IV a Bruxelas antes de falar com alguém em Lisboa.

Sócrates afirmou hoje: “Quem entender que se deve permitir o despedimento sem justa causa, quem achar que os contratos a prazo podem ser meramente verbais, quem pensar que os desempregados devem ser penalizados nas suas reformas, quem achar bem a privatização da Caixa Geral de Depósitos, quer quiser que o Serviço Nacional de Saúde deixe de ser tendencialmente gratuito, quem for contra a escola pública, pois sabe bem qual a sua opção, porque encontrará essa agenda de ataque ao Estado social nas principais forças da oposição”
Onde há um pingo de verdade nesta frase cujo objectivo é incutir medo?
Acusa o PSD de ainda não ter apresentado o seu programa. O PS só o apresentou hoje. O PSD vai apresentar na próxima semana. A diferença de uns dias é irrelevante.

O PSD, pateticamente, deixa vir a público várias ideias dos grupos de trabalho e que podem vir a integrar o seu programa às eleições. Sócrates, cheio de má-fé, acusa o PSD de apresentar medidas que vão destruir o estado social (e mais uma série de disparates) e arvora-se em santo salvador da pátria. Definitivamente, o PSD tem de aprender rapidamente como se faz campanha eficazmente.

Hoje, conclui a apresentação do programa do PS assim: “Temos um rumo, uma equipa e um programa para defender o país”
Façamos um exercício: substituir a palavra “defender” pela palavra “afundar”…

terça-feira, 26 de abril de 2011

As entrevistas

Na TVI, José Sócrates: nunca vi um lobo vestir tão bem a pele de cordeiro. Um absoluto santo.
Não percebo mesmo como em 6 anos chegámos ao abismo com tamanha responsabilidade e excelente governo...
Sócrates só perdeu a pose - por alguns segundos - quando Judite Sousa perguntou se ele acreditava mesmo no que estava a dizer. Mas logo vestiu a pele de cordeiro, vendedor de banha da cobra.
Deve ser o mentiroso mais eficaz de Portugal.
Infelizmente. 

Na RTP, Jerónimo de Sousa: tanto contorcionismo para responder seja ao que for. 
O homem é simples e genuíno, mas dá voltas e voltas para conseguir encaixar a cassete em todas as perguntas. E não sai disso.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril: 37 anos, 4 presidentes



Mais um aniversário do 25 de Abril.
Com a crise, a comemoração foi diferente. Com a Assembleia da República dissolvida, a cerimónia decorreu no Palácio de Belém. E o actual inquilino, Cavaco Silva, convidou os antecessores no cargo, transmitindo uma mensagem de unidade. 
E todos os discursos foram nesse sentido: unidade, entendimento, responsabilidade, verdade.
Do que ouvi dos discursos de Ramalho Eanes, de Mário Soares e de Jorge Sampaio, foi este que teve o melhor discurso. Um discurso claro - sem ser em sampaiês - que mostra caminhos. Sem lamúrias (palavra tão cara para ele), e olhando em frente.
Até me pareceu melhor discurso que o de Cavaco Silva.

Realço esta passagem da intervenção de Jorge Sampaio:

"A experiência que temos diz-nos ainda que a coragem a pôr na superação das dificuldades ganha afirmação e nitidez quando nos projectamos num horizonte mais largo evitando ficarmos confinados aos limites de um tempo curto. Temos de olhar em frente com desassombro e determinação. Olhar em frente, não para não vermos as dificuldades, mas para equacionar a sua solução numa perspectiva de sustentabilidade e de durabilidade. Por muito urgente que seja - e é! - resolver os problemas imediatos e prementes, não nos podemos deixar esgotar neles, porque isso nos diminui a capacidade de actuação. Um das razões por que chegámos à situação em que estamos foi a falta de sustentabilidade e a ausência de uma visão de longo prazo com que muitas vezes se decidiu e escolheu, comprometendo o futuro.

Sabemo-lo todos: Portugal enfrenta graves dificuldades e não vai ser fácil ultrapassá-las. Encarar a situação de frente é indispensável para conseguirmos fazer o que tem de ser feito. Contudo, mais grave do que os nossos problemas actuais é a sua longa persistência. E é a sua repetição cíclica, fazendo disso uma constante histórica. É o seu arrastamento e a sua degeneração em problemas cada vez mais graves. Reconhecer isto é a primeira condição de uma análise eficaz e de um agir consequente.

Este é o tempo de mudarmos todos radicalmente de atitude. Há que iniciar uma nova fase da nossa relação com o país, com a Europa e com o mundo. Necessitamos de mais perspectiva e de menos miragem, de mais exigência e de menos facilitismo, de mais rigor e de menos desperdício, de mais vontade e de menos voluntarismo. Precisamos de quebrar o ciclo vicioso de bipolaridade em que, depois de sermos os maiores, passamos a ser os piores, após o que voltamos a ser os maiores outra vez. Como ensinou Eduardo Lourenço, temos, colectivamente, de ajustar melhor o que somos com o que pensamos ser; a realidade com a nossa imagem dela."

E mais adiante:

"Fernando Pessoa escreveu um dia: “Uma nação que habitualmente pense mal de si mesma acabará por merecer o conceito de si que anteformou. Envenena-se mentalmente. O primeiro passo para uma regeneração, económica ou outra, de Portugal é criarmos um estado de espírito de confiança — mais, de certeza — nessa regeneração”."

Todos os discursos estão disponíveis no site da Presidência:

sábado, 23 de abril de 2011

Contas rosa

"Em Julho de 2009, José Sócrates proferiu a célebre piada de que, “Digam o que disserem, mas ainda está para nascer um primeiro-ministro que tenha feito melhor no défice”.
Para esse ano, o Governo começou por prever um défice de 2,2% do PIB (Outubro de 2008), depois de 3,9% (Janeiro de 2009), 5,9% (Maio de 2009), 8% (Novembro de 2009) e, finalmente, 9,3% (Janeiro de 2010).
Para 2010, o Governo começou por prever um défice de 8,3%, que depois desceu para 7,3% para mais tarde corrigir para 8,6% e, agora, para 9,1%...
Perante este descalabro percebo facilmente que o novo Ministro das Finanças, Silva Pereira, tenha vindo há dias tentar esconder a total incompetência do Governo quando afirmou que pôr em causa a transparência das contas públicas portuguesas sem nenhum fundamento [???] não é o melhor contributo para que possa prevalecer na negociação o interesse nacional”.
Quer que esta gente continue a afundar ainda mais o País?"

Olhando para o estado do país

Texto recebido por mail há alguns dias:

Nos últimos dias, a "campanha" eleitoral tem sido constituida por um rol de "factos" que só servem para distrair os(as) portugueses(as) daquilo que realmente é essencial. E o que é essencial são os Factos. E os factos são indesmentíveis. Não há argumentos que resistam aos arrasadores factos que este governo nos lega. E para quem não sabe, os factos que realmente interessam são os seguintes:

1) Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos

2) Temos a pior dívida pública (em % do PIB) dos últimos 160 anos. A dívida pública este ano vai rondar os 100% do PIB

3) Esta dívida pública histórica não inclui as dívidas das empresas públicas (mais 25% do PIB nacional)

4) Esta dívida pública sem precedentes não inclui os 60 mil milhões de euros das PPPs (35% do PIB adicionais), que foram utilizadas pelos nosso governantes para fazer obra (auto-estradas, hospitais, etc.) enquanto se adiava o seu pagamento para os próximos governos e as gerações futuras. As escolas também foram construídas a crédito.

5) Temos a pior taxa de desemprego dos últimos 90 anos (desde que há registos). Em 2005, a taxa de desemprego era de 6,6%. Em 2011, a taxa de desemprego chegou aos 11,1% e continua a aumentar.

6) Temos 620 mil desempregados, dos quais mais de 300 mil estão desempregados há mais de 12 meses

7) Temos a maior dívida externa dos últimos 120 anos.

8) A nossa dívida externa bruta é quase 8 vezes maior do que as nossas exportações

9) Estamos no top 10 dos países mais endividados do mundo em praticamente todos os indicadores possíveis

10) A nossa dívida externa bruta em 1995 era inferior a 40% do PIB. Hoje é de 240% do PIB

11) A nossa dívida externa líquida em 1995 era de 10% do PIB. Hoje é de quase 110% do PIB

12) As dívidas das famílias são cerca de 100% do PIB e 135% do rendimento disponível

13) As dívidas das empresas são equivalente a 150% do PIB

14) Cerca de 50% de todo endividamento nacional deve-se, directa ou indirectamente, ao nosso Estado

15) Temos a segunda maior vaga de emigração dos últimos 160 anos

16) Temos a segunda maior fuga de cérebros de toda a OCDE

17) Temos a pior taxa de poupança dos últimos 50 anos

18) Nos últimos 10 anos, tivemos défices da balança corrente que rondaram entre os 8% e os 10% do PIB

19) Há 1,6 milhões de casos pendentes nos tribunais civis. Em 1995, havia 63 mil. Portugal é ainda um dos países que mais gasta com os tribunais por habitante na Europa

20) Temos a terceira pior taxa de abandono escolar de toda a OCDE (só melhor do que o México e a Turquia)

21) Temos um Estado desproporcionado para o nosso país, um Estado cujo peso já ultrapassa os 50% do PIB

22) As entidades e organismos públicos contam-se aos milhares. Há 349 Institutos Públicos, 87 Direcções Regionais, 68 Direcções-Gerais, 25 Estruturas de Missões, 100 Estruturas Atípicas, 10 Entidades Administrativas Independentes, 2 Forças de Segurança, 8 entidades e sub-entidades das Forças Armadas, 3 Entidades Empresariais regionais, 6 Gabinetes, 1 Gabinete do Primeiro Ministro, 16 Gabinetes de Ministros, 38 Gabinetes de Secretários de Estado, 15 Gabinetes dos Secretários Regionais, 2 Gabinetes do Presidente Regional, 2 Gabinetes da Vice-Presidência dos Governos Regionais, 18 Governos Civis, 2 Áreas Metropolitanas, 9 Inspecções Regionais, 16 Inspecções-Gerais, 31 Órgãos Consultivos, 350 Órgãos Independentes (tribunais e afins), 17 Secretarias-Gerais, 17 Serviços de Apoio, 2 Gabinetes dos Representantes da República nas regiões autónomas, e ainda 308 Câmaras Municipais, 4260 Juntas de Freguesias. Há ainda as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, e as Comunidades Inter-Municipais.

22) Nos últimos anos, nada foi feito para cortar neste Estado omnipresente e despesista, embora já se cortaram salários, já se subiram impostos, já se reduziram pensões e já se impuseram vários pacotes de austeridade aos portugueses. O Estado tem ficado imune à austeridade

Isto não é política. São factos. Factos que andámos a negar durante anos até chegarmos a esta lamentável situação. Ora, se tomarmos em linha de conta estes factos, interessa perguntar: como é que foi possível chegar a esta situação? A verdade é que estes factos são obviamente arrasadores. Factos que, por isso, deviam ser repetidos até à exaustão até que todos nós nos consciencializássemos da gravidade da situação actual. Estes é que deviam ser os verdadeiros factos da campanha eleitoral. As distracções dos últimos dias só servem para desviar as atenções daquilo que é realmente importante.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Blogosferando - 49


Um texto certeiro da Maria Teixeira Alves, no Corta-fitas:

Farta de hipocrisia

1 - Acabei de perder um "amigo" do Facebook. Isto porque ele pôs um post a "gozar" com a mulher de Pedro Passos Coelho. Ao que eu perguntei se ele preferia que no lugar dela lá estivesse um homem. Obviamente deu-me a resposta previsível, mais ou menos isto: "Cada um dorme com quem quiser". Apercebendo-me que se orgulhava desta sua suposta superioridade moral. Indignei-me e perguntei-lhe " A sério?! É que acabas de embirrar com a mulher de Passos Coelho, se lá estivesse um homem ou uma ovelha já não gozarias, porque aí entra a tolerância pela 'vida privada de cada um'. Fazes-me lembrar uma amiga minha, que é a favor do casamento gay, e uma vez numa conversa sobre um casal de namorados que ia casar, ela disse-me EU SOU CONTRA O CASAMENTO. Ao que eu respondi, ÉS CONTRA, EXCEPTO SE FOR GAY, QUE ÉS A FAVOR. Acordem arautos da tolerância incoerente! " E zás ele apagou-me do Facebook. Aí está um exemplo de tolerância.

2 - O país de Sócrates é um país provinciano, que tem da modernidade uma ideia absolutamente fútil.Sócrates é, como a maioria das elites deste país, FÚTIL. Sócrates imaginou um país high-tech, imaginou um país cheio de auto-estradas e comboios modernos, uma cidade do futuro ao nível do melhor filme de ficção cientifica; sem casamentos; sem amor; sem fé; sem vida. Cheio de jogging, sushi, vida cosmopolita, individualismo, uniões gays. Isto é o país de Sócrates.
Mas depois esqueceu-se de dar o básico: os portugueses estavam em vias de ter um TGV, mas continuam sem ter acesso a DENTISTAS. Sabem que o serviço nacional de saúde não tem dentistas.? Os portugueses podem ter o TGV, mas estamos ao nível da idade média na medicina dentária que devia ser tão gratuita como o resto. Os portugueses fazem jogging com Ipod´s nos ouvidos, mas estão sem dentes, ou com os dentes estragados porque é caríssimo ir ao dentista. Os portugueses têm muitas auto-estradas e quase tiveram o TGV mas ninguém tem dinheiro para sair de casa dos pais. Não se consegue viver neste país com 500 e 600 euros por mês. Muita gente, licenciados, chegam aos 40 e não ganham mais de 1000 euros.
Percebem porque é que eu acho isto um absurdo?

Já sabem da última?

O Sócrates acabou de ser internado de urgência no Júlio de Matos. Só ouve passos de coelho, e portas a baterem.

Esclarecedor

Um país de idiotas, só pode...

A semana foi muito cansativa e sem tempo para nada... só deu para ir seguindo as letras grandes das notícias.
Apenas para citar um caso: as sondagens vindas a público ontem deixam-me em choque.
Numa, o PS ultrapassa do PSD, embora por umas décimas.
Noutra, o PS recupera e o PSD perde, mantendo-se este ainda à frente.

Para estes resultados:
- os tiros nos pés do PSD, com a novela Fernando Nobre à cabeça.
- a mensagem do PSD que não passa e parece andar a reboque do que se fala em cada dia.
- a eficácia do PS em passar tretas, e as pessoas gostarem de ser enganadas (não encontro outra explicação).

Além disto, um resultado que me agrada, apesar do fraco consolo: o CDS a ter bons indicadores nas sondagens, a rondar os dois dígitos.
Se tivermos em conta que no passado as sondagens davam 3% a 4% e os resultados eram superiores, com uma sondagem a dar 11% o CDS há-de ter entre 15% e 20% nas urnas. 
É positivo, mas o PSD precisa ter um rumo para ganhar as eleições. Caso contrário, havemos de ficar no pântano em que o PS nos meteu por muitos mais anos.

domingo, 17 de abril de 2011

Imagem sem palavras - 159


Nobre mais além

Normalmente os políticos são acusados de mudar de ideias com muita frequência, de hoje defenderem uma coisa e amanhã o seu contrário. No entanto, no mesmo partido.
Fernando Nobre vai mais longe. Muda de ideias e muda de partido/movimento que apoia.

Alguém percebeu uma linha de rumo na entrevista que deu esta noite na RTP?

Coisas do bom senso

Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI.

Desilusões

1 - 
Ainda bem que a CML não tem dívidas nem nada e pode gastar dinheiro assim...

2 -
Foi por influência dele, quando foi meu professor no ISCSP, que acabei por me filiar no CDS, nos idos de 2000/2001.
Sempre apreciei a sua frontalidade e clareza.
E lembro-me bem dele dizer várias vezes que politicamente estava ao centro, e que preferia falar com um comunista inteligente do que com alguém de direita idiota.
Nos últimos anos, enquanto presidente da AICEP, vi as suas intervenções como pondo o interesse nacional acima das questões partidárias. Embora descontando os elogios que ia fazendo a Sócrates.
Agora, com a sua escolha para integrar as listas do PS, é uma desilusão. Não faz sentido, depois de se olhar para o estado em que este governo deixou o país.
E não faz sentido ver um alto quadro do Estado, como ele é, entrar na política partidária desta forma.

As listas dos dois principais partidos a estas eleições legislativas deixam muito a desejar.
Pela parte que me toca, a minha escolha está feita há muito tempo.

sábado, 16 de abril de 2011

A nobreza de Nobre

O PSD deu um gigantesco tiro no pé com a escolha de Fernando Nobre para cabeça-de-lista por Lisboa.
Entretanto, o cidadão Nobre diz hoje ao Expresso o que já tinha dito antes: se não for eleito presidente da AR, renuncia de imediato ao mandato de deputado.

Quanto a mim, com este tipo de discurso, com a polémica gerada, e com os ziguezagues do cidadão Nobre, o melhor que o PSD fazia era mudar de candidato. E dizer que Nobre estava indisponível por ir viver para o Sri Lanka.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Contas certas ou propaganda?

Dias depois de a troika do FMI/BCE/CE chegar a Portugal para pôr as finanças em ordem, o governo revela que o orçamento corre maravilhosamente. 
A receita aumentou 15%; a despesa caiu 3,7%.
Não sei se se lembram que, há algumas semanas, o défice de 2010 iria ser de 6,9% (abaixo dos previsto 7,3%)... Entretanto, o défice foi revisto para 8,6%. 
Portanto, fabuloso...
Entretanto, o Governo pediu ajuda externa. E vários serviços públicos vieram dizer que não tinham dinheiro, que não pagavam à segurança social, etc, etc...

Apesar da crise...

"A crise não parece afectar as principais agências de viagens e cadeias hoteleiras, que confirmam um número de reservas para as férias da Páscoa superior ao do ano passado.
Os portugueses estão a preparar-se para fugir de Portugal enquanto o FMI está a entrar. Antes de conhecer mais um pacote de medidas de austeridade, os portugueses decidiram gastar os últimos cartuxos nas férias de Páscoa, preferencialmente para um país tropical com sol e praia. Em Portugal, o Algarve está praticamente esgotado. Para as agências de viagens e cadeias hoteleiras, o negócio da Páscoa está "ligeiramente acima do ano passado", admitem as empresas contactadas pelo Diário Económico.
Cabo Verde, Brasil e Caraíbas mantêm-se os destinos preferidos pelos portugueses para uma semana de férias na Páscoa e foram os primeiros a esgotar." (Diário Económico)

FMI vai ficar 10 anos em Portugal

"Portugal terá um prazo máximo de dez anos para pagar o pacote de ajuda financeira e durante três anos irá receber, pelo menos, duas visitas anuais das equipas do FMI para acompanhar a evolução das contas nacionais, segundo as regras dos fundos de auxílio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) a que o país irá recorrer.
O FMI dá ainda a opção de alargar a duração do plano de ajuda de três para quatro anos. O primeiro reembolso será feito em 2016." (SOL)

Resta-nos agradecer esta magnífica situação ao Engº Sócrates...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Blogosferando - 48


Sobre a escolha - disparatada - de Fernando Nobre para cabeça-de-lista do PSD em Lisboa, vale a pena ler estes textos no Albergue Espanhol:

O mal será deles?


Perante esta perspectiva...

Mais 5

Estela Barbot - serena e esclarecedora

O mesmo José Gomes Ferreira acutilante do post anterior numa excelente conversa/entrevista com Estela Barbot, conselheira portuguesa do FMI:

Esclarecedor

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Solução FMI

"A estabilidade depende de uma classe média forte que possa aumentar o consumo. Não conseguiremos isto se o crescimento económico não conduzir à criação de empregos decentes, nem se o crescimento recompensar a minoria dos mais favorecidos em detrimento dos numerosos marginalizados."

Uma palavra-chave: crescimento.
Sem isto, por mais voltas que se dê, não há solução.

O trabalho dos ajudantes

Um aspecto curioso e interessante da troika do BCE/FMI/Comissão Europeia é andar a pé.
Hoje desceram a pé do hotel, na Av. da Liberdade, para o Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço.
Sem aparato, sem show off. Sem táxis, sem carros topo de gama.
Ontem tinham à espera muitos jornalistas na porta principal do ministério. Hoje fintaram os jornalistas: entraram pelas portas laterais.

Estes comportamentos contrastam com os muitos que se vêem neste país.

Vêm trabalhar e não estão cá para mandar bitaites pela comunicação social.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Elogio do bom senso


Luís Amado é manifestamente o melhor ministro (sereno, ponderado, sem carnavais) desta tropa fandanga que é o governo.

Passos Coelho: começar a resolver

Vai ser preciso austeridade para o Estado, porque até hoje o Estado não fez austeridade”.


PSD. Ou a arte de dar tiros no pé

- Manuela Ferreira Leite também recusou ser cabeça-de-lista por Lisboa.
- a escolha de Fernando Nobre para cabeça-de-lista por Lisboa, oferecendo-lhe o lugar de presidente da AR. (Este exemplo vai mostrar que 1+ 1 não é 2 mas sim - 1).

Tendo em conta o currículo e o legado do PS no governo nos últimos 6 anos (para não olhar para o buraco que se começou a cavar em 1995 com Guterres), seria expectável que as sondagens dessem resultados aos socialistas bem abaixo dos 30%, e o PSD destacadíssimo e com maioria absoluta.

Causas desta anormalidade: 
- o PSD não tem sido eficaz a passar a mensagem, e há demasiados episódios como os citados inicialmente;
- o PS tem conseguido passar a sua versão dos factos, mentindo descaradamente e inventando um série de tretas;
- os cidadãos ou estão adormecidos, muito adormecidos, ou gostam de ser enganados.

Medina Carreira: para abrir os olhos


"Bom, dado o que está em causa é tão só o futuro dos nossos filhos e a própria sobrevivência da democracia em Portugal, não me parece exagerado perder algum tempo a desmontar a máquina de propaganda dos bandidos que se apoderaram do nosso país.
Já sei que alguns de vós estão fartos de ouvir falar disto e não querem saber, que sou deprimente, etc, mas é importante perceberem que o que nos vai acontecer é, sobretudo, nossa responsabilidade porque não quisemos saber durante demasiado tempo e agora estamos com um pé dentro do abismo e já não há possibilidade de escapar.
Estou convencido que aquilo a que assistimos nos últimos dias é uma verdadeira operação militar e um crime contra a pátria (mais um). Como sabem há muito que ando nos mercados (quantos dos analistas que dizem disparates nas TVs alguma vez estiveram nos ditos mercados?) e acompanho com especial preocupação (o meu Pai diria obsessão) a situação portuguesa há vários anos. Algumas verdades inconvenientes não batem certo com a "narrativa" socialista há muito preparada e agora posta em marcha pela comunicação social como uma verdadeira operação de PsyOps, montada pelo círculo íntimo do bandido e executada pelos jornalistas e comentadores "amigos" e dependentes das prebendas do poder (quase todos infelizmente, dado o estado do "jornalismo" que temos).
Ora acredito que o plano de operações desta gente não deve andar muito longe disto:
  1. Narrativa: Se Portugal aprovasse o PEC IV não haveria nenhum resgate. Verdade: Portugal já está ligado à máquina há mais de 1 ano (O BCE todos os dias salva a banca nacional de ter que fechar as portas dando-lhe liquidez e compra obrigações Portuguesas que mais ninguém quer - senão já teriamos taxas de juro nos 20% ou mais). Ora esta situação não se podia continuar a arrastar, como é óbvio. Portugal tem que fazer o rollover de muitos milhares de milhões em dívida já daqui a umas semanas só para poder pagar salários! Sócrates sabe perfeitamente que isso é impossível e que estávamos no fim da corda.  O resto é calculismo político e teatro. Como sempre fez.
  2. Narrativa: Sócrates estava a defender Portugal e com ele não entrava cá o FMI. Verdade: Portugal é que tem de se defender deste criminoso louco que levou o país para a ruína (há muito antecipada como todos sabem). A diabolização do FMI é mais uma táctica dos spin doctors de Sócrates. O FMI fará sempre parte de qualquer resgate, seja o do mecanismo do EFSF (que é o que está em vigor e foi usado pela Irlanda e pela Grécia), seja o do ESM (que está ainda em discussão entre os 27 e não se sabe quando, nem se, nem como irá ser aprovado).
  3. Narrativa: Estava tudo a correr tão bem e Portugal estava fora de perigo mas vieram estes "irresponsáveis" estragar tudo. Verdade: Perguntem aos contabilistas do BCE e da Comissão que cá estiveram a ver as contas quanto é que é o real buraco nas contas do Estado e vão cair para o lado (a seu tempo isto tudo se saberá). Alguém sinceramente fica surpreendido por descobrir que as finanças públicas estão todas marteladas e que os papéis que os socráticos enviam para Bruxelas para mostrar que são bons alunos não têm credibilidade nenhuma? E acham que lá em Bruxelas são todos parvos e não começam a desconfiar de tanto óasis em Portugal? Recordo que uma das razões pela qual a Grécia não contou com muita solidariedade alemã foi por ter martelado as contas sistematicamente, minando toda a confiança. Acham que a Goldman Sachs só fez swaps contabilísticos com Atenas? E todos sabemos que o engº relativo é um tipo rigoroso, estudioso e duma ética e honestidade à prova de bala, certo?
  4. Narrativa: Os mercados castigaram Portugal devido à crise política desencadeada pela oposição. Agora, com muita pena do incansável patriota Sócrates, vem aí o resgate que seria desnecessário. Verdade: É óbvio que os mercados não gostaram de ver o PEC chumbado (e que não tinha que ser votado, muito menos agora, mas isso leva-nos a outro ponto), mas o que eles querem saber é se a oposição vai ou não cumprir as metas acordadas à socapa por Sócrates em Bruxelas (deliberadamente feito como se fosse uma operação secreta porque esse aspecto era peça essencial da sua encenação). E já todos cá dentro e lá fora sabem que o PSD e CDS vão viabilizar as medidas de austeridade e muito mais. É impressionante como a máquina do governo conseguiu passar a mensagem lá para fora que a oposição não aceitava mais austeridade. Essa desinformação deliberada é que prejudica o país lá fora porque cria inquietação artificial sobre as metas da austeridade. Mesmo assim os mercados não tiveram nenhuma reacção intempestiva porque o que os preocupa é apenas as metas. Mais nada. O resto é folclore para consumo interno. E, tal como a queda do governo e o resgate iminente não foram surpresa para mim, também não o foram para os mercados, que já contavam com isto há muito (basta ver um gráfico dos CDS sobre Portugal nos últimos 2 anos, e especialmente nos últimos meses). Porque é que os media não dizem que a bolsa lisboeta subiu mais de 1% no dia a seguir à queda? Simples, porque não convém para a narrativa que querem vender ao nosso povo facilmente manipulável (julgam eles depois de 6 anos a fazê-lo impunemente).
Bom, há sempre mais pontos da narrativa para desmascarar mas não sei se isto é útil para alguém ou se é já óbvio para todos. E como é 5ª feira e estou a ficar irritado só a escrever sobre este assunto termino por aqui. Se quiserem que eu vá escrevendo mais digam, porque isto dá muito trabalho."

domingo, 10 de abril de 2011

A ver as horas...

aqui.


E depois cliquem novamente no relógio.

Blogosferando - 47



"O Mal de Portugal...
... não é a aldrabice dos gregos nem a ganância dos bancos da Irlanda. Portugal está a ser castigado por razões honestas: por ter gastado mais do que ganhou e ter achado que talvez se pudesse safar.
Miguel Esteves Cardoso - Público"

Mentalidades. Um aspecto do problema

Ontem, num centro comercial do centro de Lisboa, dois homens de meia idade sentados à conversa. Um alemão, o outro pareceu-me português. Um de cabeça erguida, o outro mais parecia um marginal.
O alemão, com o seu sotaque característico, dizia ao outro: um alemão médio tem 3 a 4 meses de reserva (de ordenado). Não tem créditos, não faz créditos para comprar uma TV ou ir de férias. 
E de seguida deu o exemplo do pai quando comprou o carro...

Claro que é preciso ter presente dois pormenores:
- a capacidade de produção de riqueza, o nível de riqueza e rendimento da Alemanha;
- a mentalidade alemã.

E é por isso que em Portugal há "crise... mas pouco. Portugueses esgotam gadgets, férias e concertos."
Exemplos práticos de mentalidades diferentes em versão nacional:
iPad 2 esgotou em três dias
- Corrida às férias da Páscoa
- Campeões das máquinas Nespresso
- 50 euros para ver Lady GaGa? Vamos embora
- Pulseiras Pandora são um fenómeno
- Nintendo 3DS está a voar das prateleiras
- Casa cheia na Luz para receber PSV
- Novo centro cultural da EDP: 16 milhões.


Claro que há quem possa gastar.
Mas também há uma multidão que dá prioridade ao que se mostra.

Um nobre disparate


Se é assim que esta malta pensa que se vai credibilizar, vamos longe...

O homem fez uma campanha para as presidenciais anti-partidos. Agora é candidato por um partido, e é-lhe oferecido o 2º lugar na hierarquia do Estado, após a Presidência da República.
Sobre coerência estamos conversados.
Sobre como perder as eleições que podiam ser ganhas com um perna às costas também.
Sócrates agradece. 
Como dizia José Adelino Maltez num destes dias: "Basta alterar o vilão e o enredo" para Sócrates poder ser reeleito.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portugal: socorro!



É oficial: o governo anunciou o pedido de ajuda à Comissão Europeia.
Lançando a responsabilidade desta situação para os outros (até porque todos sabem que o Governo nos últimos anos foi constituído pelos “outros”…), Sócrates lá assumiu a sua máscara de responsável e disse que “Não tomar essa decisão acarretaria riscos que o país não deve correr”. E ainda: “Espero que a negociação deste pedido de ajuda tenha os menores custos possíveis para os portugueses”.
Falo em máscara por ter falado como líder do PS, à caça de votos, e não como primeiro-ministro de um país. Esteve mal.
Depois de ter criado toda esta situação, ainda se assume como o D. Sebastião que vai salvar o país deste descalabro, acusando os outros de serem os seus causadores.
E ainda teve a desfaçatez de dizer que a subida dos juros se deveu à rejeição do PEC. Foi?
Então os juros só subiram nos últimos 15 dias?! O mundo muda muito em apenas 15 dias para os lados socialistas...
Os juros sobem há meses devido a um motivo: falta de credibilidade nas medidas apresentadas. 
Não é a apresentar PEC após PEC que se tranquiliza mercados.

Assim seja. E sirva para resolver de facto os nossos problemas. Com um pozinho: o país precisa de crescer.

Ontem vi num canal qualquer que a receita tinha subido 10%, e a despesa também tinha subido 3,5%.
Não é possível. Assim não vamos lá.
Apesar de sugar recursos do país, o Estado ainda permite que as despesas cresçam nesta maneira. Deviam estar a descer em força.

Negócios da semana

O Negócios da Semana, hoje, na SIC-N, conta com a presença de Alexandre Soares dos Santos.
Uma conversa/entrevista de luxo.
Um empresário sem meias palavras para dizer muitas verdades.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Uma comparação

Sócrates é o pior primeiro-ministro do Portugal recente.
Santana Lopes não soube ser primeiro-ministro, não tinha perfil, era incompetente para a função.
Sócrates é uma fraude, um mentiroso, um chico-esperto. Um reflexo do pior que há nos portugueses.




Post scriptum via Corta-fitas:

Em mais um dos seus exercícios de desinformação da opinião pública, Sócrates disse ontem, na entrevista à RTP, que na última reunião do Conselho de Estado não foi discutida a possibilidade de Portugal pedir um empréstimo intercalar.
Perante aquela que considerou ser mais uma falsidade de José Sócrates, Bagão Felix, conselheiro de Estado presente na dita reunião, veio esclarecer: "Perante as declarações do senhor primeiro-ministro só posso dizer que tem um problema de natureza física, como surdez, o que não parece, ou é distraído, o que também não me parece, ou faltou à verdade. Mentiu”.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sócrates, o mago da manipulação

A entrevista de Sócrates é inqualificável.
Não percebi de que país é que ele é chefe de governo, ou que realidade é que ele conhece.
Uma coisa é certa: não é de Portugal e dos portugueses que trabalham todos os dias.
A realidade é algo que escapa por completo a José Sócrates. Mas que ele sabe manipular como ninguém. 
Alguém se lembra da Alegoria da Caverna, de Platão, que se dava antigamente nas aulas de Filosofia do secundário? O discurso deste Sócrates é semelhante: uma coisa é a realidade, outra bem diferente é a que se projecta no fundo da caverna. Olham-se as sombras no fundo da caverna e acredita-se que essa é a realidade. É a única realidade conhecida, ainda que completamente falsa. 
É assim que este país vive, inebriado nas palavras de Sócrates, o Primeiro-ministro de Portugal nos últimos seis anos, não o da Grécia Antiga.

O perigoso deste discurso - em que Sócrates é exímio - é que vai convencer muita gente, com aquela banha da cobra, com aquela conversa da treta, com aquele país mirabolante, cheio de possibilidades, de tecnologias, de TGV (barbaridade que ele vai continuar)... A realidade é que durante o seu magnífico consulado o país afundou-se como nunca.


"Há dois países em Portugal: o país real - o da monumental dívida pública, do desemprego, do défice externo e do crescente afastamento em relação à média europeia - e o país do neo-nacionalista José Sócrates, orgulhosamente só. O único cor-de-rosa é este último. Por azar, também é o único que não existe." (Delito de Opinião)

No Corta-fitas, a Duplicidade e Intrujice deste primeiro-ministro também é analisada.


Livrem-nos deste homem!