sábado, 31 de janeiro de 2009
Cantinho do poeta - 49
"Eu sou uma antologia,
Escrevo tão diversamente
Que pouca ou muita a valia
Dos poemas, ninguém diria
Que o poeta é um somente."
Cultura a preço de saldo
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Aaahhhhh!
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
O pretexto que falta?
Se calhar, nem era mau...
Se as eleições ocorrerem normalmente no início do Outono, até lá o governo não vai fazer nada para além de acções de propaganda e, com este caso, arder em lume brando. O que não é positivo com a "crise de fora" que nos caiu encima. Ou seja, em bom português, será um ano sem governo. Se as eleições fossem antecipadas, este problema ficaria resolvido.
Confesso que hoje ao fim do dia, quando soube de mais uma intervenção de Sócrates sobre o caso Freeport, pensei que o senhor iria apresentar a demissão.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Mudar a Face da Lua
Look forward...
Keep walking...
Step by step…
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Bem Bom
Esta é uma delas!
E com o iconoclasta Rui Reininho no seu melhor!
Letra aqui.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Palavras em papel
Paulo Coelho, in “Maktub”
E muda mesmo o quê...?
Seja.
Mas hoje assaltou-me esta questão: qual a diferença entre estarem presos em Guantánamo (Cuba) ou estarem presos num outro país qualquer?
Só me lembro de uma palavra: marketing. Ou de uma frase de "O Leopardo": mudar, para que tudo fique na mesma...
"Uma das dificuldades de Obama é fazer a lista completa dos milagres que esperam dele», afirmou o professor universitário, referindo-se ao conflito no Médio Oriente.
In "O Estranho Caso de Benjamin Button"
E uma sugestão para muitos momentos: I CAN READ
domingo, 25 de janeiro de 2009
Portugal tem saída?
«...começam a suceder-se demasiados casos no passado de José Sócrates que lhe começam a pesar politicamente. De cor, recordo-me do processo de licenciatura, das ligações também perigosas à construção da estação de compostagem da Cova de Beira, dos seus antigos projectos de arquitectura na zona da Covilhã e agora este caso. Não me recordo de um primeiro-ministro com uma casa que parece ter tanta telha de vidro».
A isto resta acrescentar um trecho do artigo de opinião de Vasco Pulido Valente, no Público, no passado dia 18 de Janeiro:
"Começa agora a surgir por aí um argumento, que se aproxima da chantagem e que é bom perceber e recusar: o argumento de que o país não sobrevive sem a maioria absoluta do PS. Ou seja, o argumento de que sem autoridade de Sócrates cairíamos rapidamente no caos. (...) há aqui a extraordinária ideia de que mais vale um primeiro-ministro incompetente e cego a uma solução qualquer que, embora frágil ou efémera, evite a persistência no erro. (...) Uma dose de Sócrates levou ao que levou. Quem sabe ao que levará a segunda?"
sábado, 24 de janeiro de 2009
Anos perdidos
"Não ganhámos nada com este governo socialista, só perdemos."
“Se pensarmos como estávamos quando este Governo tomou posse, concluímos que estamos, agora, pior em todos os indicadores, não melhorámos em nenhum.”
(fonte: PÚBLICO)
By Fernando Alvim
Noutro post, a ditadura da felicidade centra a sua atenção.
A ler...
O perigo da dança
Dias depois voltei a receber esta anedota:
Um casal muçulmano 'moderno', que prepara o casamento religioso, visita um Mullah para pedir conselhos. No final, o Mullah pergunta se eles têm mais alguma dúvida.
O homem pergunta :
- Nós sabemos que é uma tradição no Islão os homens dançarem com homens e mulheres dançarem com mulheres. Mas na nossa festa de casamento, gostaríamos de sua permissão para que todos dancem juntos.
- Absolutamente, não! - diz o Mullah - É imoral. Homens e mulheres sempre dançam separados.
- Então após a cerimónia eu não posso dançar nem com minha própria mulher?
- Não - respondeu o Mullah - É proibido pelo Islão.
- Está bem - diz o homem - E que tal sexo? Podemos finalmente fazer sexo?
- É claro! - responde o Mullah - Alá é Grande! No Islão, o sexo é bom dentro do casamento, para ter filhos!
- E quanto a posições diferentes? - pergunta o homem.
- Alá é Grande! Sem problemas! - diz o Mullah.
- Mulher por cima? - pergunta o homem.
- Claro! - diz o Mullah - Alá é Grande. Pode fazer!
- De gatas?
- Claro! Alá é Grande!
- Na mesa da cozinha?
- Sim, sim! Alá é Grande!
- Posso fazê-lo, então, com as minhas quatro mulheres juntas, em colchões de borracha, com uma garrafa de óleo quente, alguns vibradores, chantilly, acessórios de couro, um pote de mel e vídeos pornográficos?
- Claro que pode! Alá é Grande!
- Podemos fazer de pé?
- Nãããããão, isso é que não! DE MANEIRA NENHUMA! diz o Mullah.
- E porque não? pergunta o homem, surpreso.
- Porque vocês podem entusiasmar-se e começar a dançar....
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Discurso de tomada de posse
Aqui estou hoje, humilde perante a tarefa à nossa frente, grato pela confiança que depositaram em mim, consciente dos sacrifícios que os nossos antepassados enfrentaram. Agradeço ao Presidente Bush pelo seu serviço à nossa nação, assim como a generosidade e a cooperação que demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro americanos fizeram até agora o juramento presidencial. Os discursos foram feitos durante vagas de crescente prosperidade e águas calmas de paz. No entanto, muitas vezes a tomada de posse ocorre no meio de nuvens espessas e furiosas tempestades. Nesses momentos, a América perseverou não só devido ao talento ou à visão dos que ocupavam altos cargos mas porque Nós o Povo permanecemos fiéis aos ideais dos nossos antepassados e aos nossos documentos fundadores.
Assim tem sido. E assim deve ser com esta geração de americanos.
Que estamos no meio de uma crise, já todos sabem. A nossa nação está em guerra, contra uma vasta rede de violência e ódio. A nossa economia está muito enfraquecida, consequência da ganância e irresponsabilidade de alguns, mas também nossa culpa colectiva por não tomarmos decisões difíceis e prepararmos a nação para uma nova era. Perderam-se casas; empregos foram extintos, negócios encerraram. O nosso sistema de saúde é muito oneroso; para muita gente as nossas escolas falharam; e cada dia traz-nos mais provas de que o modo como usamos a energia reforça os nossos adversários e ameaça o nosso planeta.
Estes são indicadores de crise, resultado de dados e de estatística. Menos mensurável mas não menos profunda é a perda de confiança na nossa terra - um medo incómodo de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve baixar as expectativas.
Hoje eu digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Não serão resolvidos facilmente nem num curto espaço de tempo. Mas fica a saber, América - eles serão resolvidos.
Neste dia, unimo-nos porque escolhemos a esperança e não o medo, a unidade de objectivo e não o conflito e a discórdia.
Neste dia, viemos para proclamar o fim dos ressentimentos mesquinhos e falsas promessas, as recriminações e dogmas gastos, que há tanto tempo estrangulam a nossa política.
Continuamos a ser uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o melhor da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa nobre ideia, passada de geração em geração; a promessa de Deus de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a felicidade completa.
Ao reafirmar a grandeza da nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um dado adquirido. Deve ser conquistada. A nossa viagem nunca foi feita de atalhos ou de aceitar o mínimo. Não tem sido o caminho dos que hesitam – dos que preferem o divertimento ao trabalho, ou que procuram apenas os prazeres da riqueza e da fama. Pelo contrário, tem sido o dos que correm riscos, os que agem, os que fazem as coisas – alguns reconhecidos mas, mais frequentemente, mulheres e homens desconhecidos no seu labor, que nos conduziram por um longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.
Por nós, pegaram nos seus parcos bens e atravessaram oceanos em busca de uma nova vida.
Por nós, eles labutaram em condições de exploração e instalaram-se no Oeste; suportaram o golpe do chicote e lavraram a terra dura. Por nós, eles combateram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg; Normandia e Khe Sahn.
Tantas vezes estes homens e mulheres lutaram e se sacrificaram e trabalharam até as suas mãos ficarem ásperas para que pudéssemos viver uma vida melhor. Eles viram a América como maior do que a soma das nossas ambições individuais; maior do que todas as diferenças de nascimento ou riqueza ou facção.
Esta é a viagem que hoje continuamos. Permanecemos a nação mais poderosa e próspera na Terra. Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos inventivas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não foi diminuída. Mas o nosso tempo de intransigência, de proteger interesses tacanhos e de adiar decisões desagradáveis – esse tempo seguramente que passou.
A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a América.
Para onde quer que olhamos, há trabalho paraa fazer. O estado da economia pede acção, corajosa e rápida, e nós vamos agir – não só para criar novos empregos mas para lançar novas bases de crescimento. Vamos construir estradas e pontes, redes eléctricas e linhas digitais que alimentam o nosso comércio e nos ligam uns aos outros.
Vamos recolocar a ciência no seu devido lugar e dominar as maravilhas da tecnologia para elevar a qualidade do serviço de saúde e diminuir o seu custo. Vamos domar o sol e os ventos e a terra para abastecer os nossos carros e pôr a funcionar as nossas fábricas. E vamos transformar as nossas escolas e universidades para satisfazer as exigências de uma nova era.
Podemos fazer tudo isto. E tudo isto iremos fazer. Há alguns que, agora, questionam a escala das nossas ambições – que sugerem que o nosso sistema não pode tolerar muitos planos grandiosos. As suas memórias são curtas. Esqueceram-se do que este país já fez; o que homens e mulheres livres podem fazer quando à imaginação se junta um objectivo comum, e à necessidade a coragem.
O que os cínicos não compreendem é que o chão se mexeu debaixo dos seus pés – que os imutáveis argumentos políticos que há tanto tempo nos consomem já não se aplicam. A pergunta que hoje fazemos não é se o nosso governo é demasiado grande ou demasiado pequeno, mas se funciona – se ajuda famílias a encontrar empregos com salários decentes, cuidados de saúde que possam pagar, pensões de reformas que sejam dignas. Onde a resposta for sim, tencionamos seguir
E aqueles de nós que gerem os dólares do povo serão responsabilizados – para gastarem com sensatez, reformarem maus hábitos e conduzirem os nossos negócios à luz do dia – porque só então poderemos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.
Não se coloca sequer perante nós a questão se o mercado é uma força para o bem ou para o mal. O seu poder de gerar riqueza e de expandir a democracia não tem paralelo, mas esta crise lembrou-nos que sem um olhar vigilante o mercado pode ficar fora de controlo – e que uma nação não pode prosperar quando só favorece os prósperos. O sucesso da nossa economia sempre dependeu não só da dimensão do nosso Produto Interno Bruto, mas do alcance da nossa prosperidade; da nossa capacidade em oferecer oportunidades a todos – não por caridade, mas porque é o caminho mais seguro para o nosso bem comum.
Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e os nossos ideais. Os nossos Pais Fundadores, face a perigos que mal conseguimos imaginar, redigiram uma carta para assegurar o estado de direito e os direitos humanos, uma carta que se expandiu com o sangue de gerações. Esses ideais ainda iluminam o mundo, e não vamos abdicar deles por oportunismo.
E por isso, aos outros povos e governos que nos estão a ver hoje, das grandes capitais à pequena aldeia onde o meu pai nasceu: saibam que a América é amiga de todas as nações e de todos os homens, mulheres e crianças que procuram um futuro de paz e dignidade, e que estamos prontos para liderar mais uma vez.
Recordem que as primeiras gerações enfrentaram o fascismo e o comunismo não só com mísseis e tanques mas com alianças sólidas e convicções fortes. Compreenderam que só o nosso poder não nos protege nem nos permite agir como mais nos agradar. Pelo contrário, sabiam que o nosso poder aumenta com o seu uso prudente; a nossa segurança emana da justeza da nossa causa, da força do nosso exemplo, das qualidades moderadas de humildade e contenção.
Nós somos os guardiões deste legado. Guiados por estes princípios uma vez mais, podemos enfrentar essas novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior cooperação e compreensão entre nações. Vamos começar responsavelmente a deixar o Iraque para o seu povo, e a forjar uma paz arduamente conquistada no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, vamos trabalhar incansavelmente para diminuir a ameaça nuclear, e afastar o espectro do aquecimento do planeta.
Não vamos pedir desculpa pelo nosso modo de vida, nem vamos hesitar na sua defesa, e àqueles que querem realizar os seus objectivos pelo terror e assassínio de inocentes, dizemos agora que o nosso espírito é mais forte e não pode ser quebrado; não podem sobreviver-nos, e nós vamos derrotar-vos.
Porque nós sabemos que a nossa herança de diversidade é uma força, não uma fraqueza. Nós somos uma nação de cristãos e muçulmanos, judeus e hindus – e não crentes. Somos moldados por todas as línguas e culturas, vindas de todos os cantos desta Terra; e porque provámos o líquido amargo da guerra civil e da segregação, e emergimos desse capítulo sombrio mais fortes e mais unidos, não podemos deixar de acreditar que velhos ódios um dia passarão; que as linhas da tribo em breve se dissolverão; que à medida que o mundo se torna mais pequeno, a nossa humanidade comum deve revelar-se; e que a América deve desempenhar o seu papel em promover uma nova era de paz.
Ao mundo muçulmano, procuramos um novo caminho em frente, baseado na confiança mútua e no respeito mútuo. Aos líderes por todo o mundo que procuram semear o conflito, ou culpar o Ocidente pelos males da sua sociedade – saibam que o vosso povo vos julgará pelo que construírem, não pelo que destruírem. Aos que se agarram ao poder pela corrupção e engano e silenciamento dos dissidentes, saibam que estão no lado errado da história; mas que nós estenderemos a mão se estiverem dispostos a abrir o vosso punho fechado.
Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos floresçam e as vossas águas corram limpas; para dar alimento aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.
Ao olharmos para o caminho à nossa frente, lembremos com humilde gratidão os bravos americanos que, neste preciso momento, patrulham desertos longínquos e montanhas distantes. Eles têm alguma coisa para nos dizer hoje, tal como os heróis caídos em Arlington fazem ouvir a sua voz. Honramo-los não apenas porque são guardiões da nossa liberdade, mas porque incorporam o espírito de serviço; uma vontade de dar significado a algo maior do que eles próprios. E neste momento – um momento que definirá uma geração – é este espírito que deve habitar em todos nós. Porque, por mais que o governo possa e deva fazer, a nação assenta na fé e na determinação do povo americano.
É a generosidade de acomodar o desconhecido quando os diques rebentam, o altruísmo dos trabalhadores que preferem reduzir os seus horários a ver um amigo perder o emprego que nos revelam quem somos nas nossas horas mais sombrias. É a coragem do bombeiro ao entrar por uma escada cheia de fumo, mas também a disponibilidade dos pais para criar um filho, que acabará por selar o nosso destino.
Os nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende o nosso sucesso – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – estas coisas são antigas. Estas coisas são verdadeiras. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo da nossa história. O que é pedido, então, é o regresso a essas verdades. O que nos é exigido agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento, da parte de cada americano, de que temos obrigações para connosco, com a nossa nação, e com o mundo, deveres que aceitamos com satisfação e não com má vontade, firmes no conhecimento de que nada satisfaz mais o espírito, nem define o nosso carácter, do que entregarmo-nos todos a uma tarefa difícil.
Este é o preço e a promessa da cidadania.
Esta é a fonte da nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.
Este é o significado da nossa liberdade e do nosso credo – é por isso que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as religiões se podem juntar em celebração neste magnífico mall, e que um homem cujo pai há menos de 60 anos não podia ser atendido num restaurante local pode agora estar perante vós a fazer o mais sagrado juramento.
Por isso, marquemos este dia com a lembrança do quem somos e quão longe fomos. No ano do nascimento da América, no mais frio dos meses, um pequeno grupo de patriotas juntou-se à beira de ténues fogueiras nas margens de um rio gelado. A capital tinha sido abandonada. O inimigo avançava. A neve estava manchada de sangue. No momento em que o resultado da nossa revolução era incerto, o pai da nossa nação ordenou que estas palavras fossem lidas ao povo:
“Que o mundo que há-de vir saiba que... num Inverno rigoroso, quando nada excepto a esperança e a virtude podiam sobreviver... a cidade e o país, alarmados com um perigo comum, vieram para [o] enfrentar.”
América. Face aos nossos perigos comuns, neste Inverno das nossas dificuldades, lembremo-nos dessas palavras intemporais. Com esperança e virtude, enfrentemos uma vez mais as correntes geladas e suportemos as tempestades que vierem. Que seja dito aos filhos dos nossos filhos que quando fomos testados recusámos que esta viagem terminasse, que não recuámos nem vacilámos; e com os olhos fixos no horizonte e a graça de Deus sobre nós, levámos adiante a grande dádiva da liberdade e entregámo-la em segurança às futuras gerações."
(fonte: PÚBLICO)
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
O peso das palavras
Mal encontre esse discurso em português, virá parar a este humilde blogue.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
A fronteira da esperança
Não foi o melhor presidente dos EUA, nem pouco mais ou menos. Mas também teve a sorte de ser presidente em tempos particularmente conturbados.
Ontem, o PÚBLICO trazia em destaque uma interessante avaliação prévia dos 8 anos que Bush passou na Casa Branca. Só daqui a algumas décadas poderá ser feita uma avaliação do que significou esta Administração americana, quer em termos internos, quer internacionalmente. Esta administração será definida sobretudo por três momentos: o 11 de Setembro, o furacão Katrina e a crise financeira.
Mas há um ponto a não esquecer: a sorte da Administração Obama poderá ofuscar ainda mais ou fazer brilhar a passagem de George W. Bush pela Casa Branca. O legado de qualquer presidência é sempre avaliado em comparação com as que se lhe seguiram. Foi assim com Harry Truman, por exemplo, "que, nos anos 50, abandonou a Casa Branca como um dos mais líderes impopulares nos Estados Unidos." A História reabilitou-o.
Reitero o que ja aqui disse por várias vezes: Bush não foi certamente o mais brilhante dos presidentes americanos, mas também não é o idiota chapado que muitos querem fazer crer. Tenho para mim que a guerra contra o terrorismo ficará como um grande ponto a favor desta administração.
Amanhã, 20 de Janeiro, Obama cruza a fronteira da esperança.
Oxalá consiga ser tão inspirador como tem sido até aqui.
Lista dos presidentes americanos aqui.
domingo, 18 de janeiro de 2009
O Estranho Caso de Benjamin Button
Adaptado de um romance de F. Scott Fitzgerald, ficará como um dos grandes filmes de 2009.
“O filme conta a história de Benjamin e da sua "viagem" fora do comum, das pessoas e lugares que descobre ao longo do seu caminho, dos seus amores, das alegrias da vida e da tristeza da morte, e daquilo que dura para além do tempo.” (SAPO)
Diria que é quase um filme conceptual, na medida em que nos remete para uma série de conceitos que, necessariamente, estão ligados à Vida.
Tendo como pano de fundo a temporalidade, este “estranho caso” põe-nos a debater o significado de envelhecer, de rejuvenescer, da vida, da morte, de amar, das condições que impomos para amar e ser amados… e o que cada um destes conceitos e realidades representa para cada indivíduo.
Benjamin Button – magistralmente interpretado por Brad Pitt – nasce em 1918 com o aspecto de um velho de 80 anos de idade. É muito interessante acompanhar o choque entre a sua idade temporal, a sua idade psicológica e a sua idade social. E ver como é tratado, desse ponto de vista, pelos pais. Curiosa também a forma como ele, velho, entra em contacto com a bela Daisy dos olhos azuis – também magnificamente interpretada por Cate Blanchett – e a relação que se estabelece entre eles, atendendo à brutal diferença física que os separa.
A certa altura, num reencontro entre Benjamin Button e Daisy, esta diz que ele está com óptimo aspecto. E ele responde que é só por fora.
Muito interessante também o que poderia chamar de passagem invertida do tempo, como se em sentidos opostos de uma auto-estrada. Enquanto Benjamin vai ficando cada vez mais jovem, os que o rodeiam vão envelhecendo. O tempo mantém o seu sentido, no entanto, ele parece acompanhá-lo em sentido contrário. Seria quase como ir num comboio chamado tempo, no qual todos vão no mesmo sentido, mas alguém no seu interior vai a correr no sentido inverso. Sem, no entanto, deixar de seguir no mesmo sentido.
Na medida em que as idades correm inversamente, haverá um ponto de se irão cruzar... É o que acontece entre Benjamin, já com apenas 49 anos, e Daisy com 43. Que sentido dar a essa intersecção? Quando reparam nessa proximidade, ele quer fixar esse momento na memória, enquanto olha para ambos ao espelho da sala de ballet...
Essa passagem invertida do tempo, no início do filme, põe em evidência a perda dos seus semelhantes. Estão todos num lar de terceira idade, e os idosos vão morrendo. Excepto ele, que está cada dia mais jovem. E, neste particular, alguém diz que o melhor é todos irem no mesmo sentido, e assim não sentir tanto a perda dos seus semelhantes.
Esta história pode também ser vista como uma alegoria, como a sempre renovada capacidade de começar de novo, de mudar, de fugir às circunstâncias do Tempo, de conseguir ser outro sendo intrinsecamente o mesmo. Como canta Chico Buarque, "começar de novo/vai valer a pena.."
Ao nível dos cenários e da fotografia, o filme está muito bem conseguido. Só um reparo: no início, algures na década de 30, brancos e negros partilharem igualmente um transporte público... Pelo que conheço de História, a realidade não eram bem essa…
É difícil descrever um filme destes.
Provavelmente a rever.
O texto de Seinfield que nos vem à memória ao ver o rumo da história:
A nossa existência deveria justamente começar pela morte.
Os primeiros anos seriam passados num lar de terceira idade, até sermos expulsos por sermos novos de mais.
Alguém nos oferecia um relógio de ouro e um Ferrari e íamos trabalhar durante quarenta anos, até sermos suficientemente novos para nos reformarmos.
Aí desatávamos a experimentar drogas leves, álcool e muito sexo até ficarmos miúdos.
Nessa altura, poderíamos começar a brincar todo o dia e a gozar o facto de não termos qualquer responsabilidade.
Finalmente, chegados a bebés, voltávamos para o conforto da barriga da mãe, gozávamos um magnífico banho de imersão durante nove meses e acabávamos com um orgasmo..."
sábado, 17 de janeiro de 2009
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
E onde é que eu assino?
"Sendo governo riscarei imediatamente o TGV"
Parafraseando - 29
"Prefiro ser um homem de paradoxos que um homem de preconceitos"
Jean Jacques Rousseau
Menezes: mais um momento de silêncio...
O ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, desafiou hoje os membros da actual direcção do partido a demitirem-se e a convocarem eleições internas, considerando que seriam "irresponsáveis e egoístas" se não o fizessem.
"Se não derem um passo atrás e não permitirem eleições no partido são irresponsáveis e egoístas, estão a prestar um péssimo serviço ao PSD e ao país", disse Menezes à margem da inauguração de obras numa escola de Pedroso, Gaia.
"Estes senhores devem fazer o que eu fiz: dar um passo ao lado e dizer 'venham escolher alguém que seja capaz de derrotar o Eng.º Sócrates'", frisou.
Para mim, estas intervenções já são do domínio do humor. E da idiotice.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
A polémica desnecessária
Comprou uma guerra desnecessária, que já chegou à esfera internacional. Os muçulmanos agradecem a ofensa... D. José Policarpo diz, ainda, que se estão a dar os primeiros passos no diálogo com os muçulmanos, pelo que estas afirmações são uma idiotice e mais um obstáculo a esse diálogo.
Quanto à substância... nos dias que correm há informação suficiente sobre tudo, portanto ninguém irá de olhos fechados para o casamento. Seja ele católico, muçulmano, hindu, civil ou o que for.
Por outro lado, ao casar, os noivos não casam apenas um com o outro. Levam todo um package de valores, ideias, pessoas e referências.
Tenho para mim, neste particular quanto à religião, que quem casa são as pessoas, não as religiões, e que estas não devem ser impedimento formal para um casamento. (Tal como não faz sentido que só o facto de um dos nubentes ser do Bloco de Esquerda e outro do CDS impeça um casamento). O fundamental terá de ser a confiança e o entendimento. A escolha mútua pressupõe isso.
Se na imagem do Cardeal Patriarca a mulher aceitar as regras do marido muçulmano, o que têm os outros a ver com isso?
Cat café
Por cerca de 10 dólares (pouco mais de 7,5 euros), o cliente pode passar uma hora num desses estabelecimentos.
Os clientes podem acariciá-los ou apenas tirar fotografias com os seus bichanos preferidos."
Cá fica o meu humilde contributo para o negócio...
Porque carga de água é que não fui eu a lembrar-me desta?!
Será que ainda encontro um nicho de mercado para alugar bilhetes de metro usados, jornais de ontem, livros lidos e sublinhados...? Mostrar moedas de euro ou calendários? Ou quiçá folhas de revistas para fazer embrulhos?
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Curtas
Ontem, a SIC inaugurou o programa "Mário Crespo Entrevista", com Alberto João Jardim. Grande entrevista!
Sem papas na língua, Jardim falou do edifício político-constitucional, dos partidos e do PSD. Cada vez mais acho que Portugal precisava de alguém com o perfil de Jardim - de levar tudo pela frente - para dar a volta a isto. E não precisava de mais que um mandato. Precisava apenas de determinação.
2 -
A agência internacional de notação financeira Standard & Poor’s anunciou hoje que colocou o "rating" atribuído à República portuguesa em situação de alerta “com pendor negativo”.
"Uma das consequências de uma descida do "rating" (risco de crédito) é o aumento dos custos de financiamento do Estado português." (PÚBLICO)
Em tempo de crise, isto é das piores coisas que podiam acontecer ao país: perder a credibilidade.
3 -
Nos últimos dias, o país foi varrido pela ronaldite.
Ontem, no Prós e Contras, inesperadamente o Cristiano Ronaldo entra em directo. A conversa de chacha foi conduzia pela Fátima Campos Ferreira. Às tantas, esta pergunta qualquer coisa como:
- o Cristiano, ao ser anunciado vencedor, dobrou-se e pôs as mãos para baixo. O que significou esse gesto?
Resposta do futebolista:
- foi só para endireitar as calças!
Resposta absolutamente impagável!
Sobretudo para aqueles que se armam em psicólogos da ronaldite e dão interpretações superiores a um mínimo mexer de dedo do puto prodígio.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Persistência da memória
Há alguns dias o meu computador teve ser formatado, e a minha principal preocupação ao ouvir o fatal diagnóstico foi salvar as fotografias. Adquiri um disco externo para ter um backup do que paira nesta caixa informática, sobretudo as fotografias.
Agora, ao passar as fotografias para esse disco, não pude deixar de pensar um pouco sobre a persistência da memória fixada através da fotografia. Passam os anos e é agradável rever momentos, agarrar a memória colada à imagem, trazer sensações de volta.
Enquanto guardava as minhas fotografias, tive um susto: faltavam as fotos da segunda metade de 2007. Senti um aperto… como se uma parte de mim tivesse sido amputada. Depois de revirar alguns CDs em que guardei fotos mais antigas (e onde só tinha guardado a primeira parte de 2007), lembrei-me de um disco também antigo mas no qual não confio… estava lá toda a memória de 2007! Um alívio!!
Sempre gostei de fotografia, e sou absolutamente impulsivo quando tenho a máquina fotográfica comigo. Apenas sou vencido quando a bateria chega ao fim, e me deixa a tristeza agarrada à máquina.
Por outro lado, transformar em palavras tudo o que vemos, seja num convívio com amigos, seja num passeio ou numa viagem, é incompleto. E por vezes não é possível fazer uma espécie de diário de viagem das sensações. Nestas situações o melhor é agarrar momentos através da objectiva. Faltarão as palavras, mas ficam as imagens que irão trazer de volta recordações no futuro. Uma espécie de slides da vida.
Lembro-me de há alguns anos, quando trabalhava a 15-20 minutos de casa, aproveitar muitos finais de tarde para organizar e legendar fotografias nos “velhinhos” álbuns. A tarefa não ficou concluída, mas essas fotografias ficaram com alguma ordem cronológica. Os álbuns estão ali na prateleira, assinalados por anos nas lombadas.
Entretanto a tecnologia evoluiu e o suporte em papel caiu
STOMP
Uma fantástica massagem aos sentidos, numa linguagem universal.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Oportunidades alternativas
«Com estes dois programas damos um bom contributo para a melhoria da política externa, para a melhoria da política cultural e para que Portugal seja um país de oportunidades para os jovens» (SOL)
Piada fácil e mesmo a jeito:
Um país de tantas oportunidades para os jovens que estes têm de emigrar para poderem fazer um simples estágio…!