Quanto a mim, e tendo em conta o discurso esquerdizante do congresso, o nome de Freitas do Amaral não faria qualquer sentido. Apesar de este ter feito parte do governo de Sócrates.
Também nunca acreditei que Sócrates quisesse remodelar o governo a poucos meses de eleições, lançando Luís Amado, MNE e um dos ministros centrais do governo, na corrida para o Parlamento Europeu.
Nesta lógica, só podia ser uma personalidade conotadamente de esquerda. Assim, Sócrates tenta também trazer para junto do PS, tanto nas europeias como nas legislativas, os eleitores mais de esquerda e, também, procura esvaziar a força do Bloco de Esquerda e do PCP. Portanto, do ponto de vista do PS é uma excelente escolha.
Por outro lado, esta escolha tem esta leitura: o PS e Sócrates acham que ganham virando-se completamente para a esquerda, e alienando o eleitorado mais ao centro. Ou seja, esquecendo o eleitorado do PSD. Pode ser que o tiro lhes saia pela culatra.
Esta é uma oportunidade política de ouro para o PSD. Basta apresentar um candidato forte, que marque terreno e que lhe dê fôlego para as legislativas. Oxalá!
Agora estou cheio de curiosidade por saber quais serão os cabeças de lista do lado direito do espectro partidário, ou seja, PSD e CDS.