Para quem gosta de grandes fábulas.
E para quem gosta do multifacetado Johnny Depp. E do genial Tim Burtom.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Multi-carregador de telemóveis
Cá está uma medida óbvia e com sentido (e não as maçãs, bananas e pêssegos calibrados):
"Os principais fabricantes de telemóvel a operar no mercado europeu chegaram a um acordo para introduzirem neste território um carregador de telemóveis que funcione em todos os aparelhos. A medida já era esperada e foi impulsionada pela Comissão Europeia." (PÚBLICO)
Já agora... para quando telemóveis a energia solar?!
(Se avançarem com a ideia, não se esqueçam que a patente é minha. Já digo isto há alguns anos)
"Os principais fabricantes de telemóvel a operar no mercado europeu chegaram a um acordo para introduzirem neste território um carregador de telemóveis que funcione em todos os aparelhos. A medida já era esperada e foi impulsionada pela Comissão Europeia." (PÚBLICO)
Já agora... para quando telemóveis a energia solar?!
(Se avançarem com a ideia, não se esqueçam que a patente é minha. Já digo isto há alguns anos)
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Pobres de espírito
Se em plena crise os "portugueses são pobres, estão desmobilizados mas dizem estar felizes", o ministro das Finanças nem precisa se esforçar muito a dizer tretas como esta: os dados revelados hoje pelo INE são “sinais positivos que indicam que a crise se aproxima do fim”. (Público)
domingo, 28 de junho de 2009
Santana Lopes - o regresso?
Em entrevista ao DN, Santana Lopes falou um pouco do que defende para Lisboa, caso ganhe em 11 de Outubro.
Na próxima quarta-feira (1 de Julho) será apresentada a sua candidatura, no Jardim do Arco do Cego.
O slogan (e site) da campanha já existe: Lisboa com Sentido
O slogan (e site) da campanha já existe: Lisboa com Sentido
António Costa apresentar-se-á a 13 de Julho.
Ainda não se sabe se irá ser no Parque da Bela Vista, com o alto patrocínio do Modelo, com a presença do Tony Carreira e para constar no Guiness Book...
(Imagino o escândalo que aí andaria se este episódio tivesse sido com Santana Lopes...)
Toldos e Poemas
No âmbito do programa Próximo Futuro, está patente nos jardins da Gulbenkian uma exposição intitulada “Toldos e Poemas”.
À semelhança de anos anteriores, ao longo de 80 metros, os jardins desta fundação estão cobertos de toldos amarelos com poemas de vários autores e proveniências. No percurso, vários almofadões coloridos estão dispostos de forma aos visitantes se sentarem ou deitarem a olhar para estas coberturas poéticas.
Vale a pena perder-se por lá.De preferência em dias sem chuva…
De 20 de Junho a 30 de Setembro
Todos os dias, entre as 08h00 e as 20h00
Coisas que constam na Playboy nº 4
Consta que a capa da Playboy de Julho é Rita Mendes.
Consta que a menina andou no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas) a tirar Sociologia do Trabalho (para onde entrou em 1994).
Eu, que também andei no ISCSP versão Junqueira, a partir de 1995, não me lembro de a ver por lá. Nem em trajes de estudante, nem em trajes (?) de Playboy de Julho. (Mas também não tenho de conhecer toda a gente que andou por lá).
Consta que é preciso virar dezenas de páginas para se ver a primeira mulher com menos roupa (aquilo não será bem "nua"...).
Consta que, algumas páginas antes, Joaquim de Almeida confessa em entrevista o seguinte: "no ano passado, com 51 anos, fiz amor com a minha ex-namorada dentro de um autocarro, com mais 15 pessoas lá dentro".
Consta que também tem uma reportagem/entrevista com o Tony Carreira.
Consta que na última página vem uma foto da Cindy Crawford, que foi capa da revista em 1988, tão "atrevida" como as fotos que a versão portuguesa faz em 2009.
Consta que a Playboy Portugal não é bem a Playboy americana.
Eu, que também andei no ISCSP versão Junqueira, a partir de 1995, não me lembro de a ver por lá. Nem em trajes de estudante, nem em trajes (?) de Playboy de Julho. (Mas também não tenho de conhecer toda a gente que andou por lá).
Consta que é preciso virar dezenas de páginas para se ver a primeira mulher com menos roupa (aquilo não será bem "nua"...).
Consta que, algumas páginas antes, Joaquim de Almeida confessa em entrevista o seguinte: "no ano passado, com 51 anos, fiz amor com a minha ex-namorada dentro de um autocarro, com mais 15 pessoas lá dentro".
Consta que também tem uma reportagem/entrevista com o Tony Carreira.
Consta que na última página vem uma foto da Cindy Crawford, que foi capa da revista em 1988, tão "atrevida" como as fotos que a versão portuguesa faz em 2009.
Consta que a Playboy Portugal não é bem a Playboy americana.
sábado, 27 de junho de 2009
Parafraseando - 47
"Na escola, ensinam-nos uma lição e apresentam-nos um teste. Na vida, passamos por um teste que nos ensina uma lição"
Tom Bodett, autor norte-americano
Portugal a votos
Depois de ontem o Governo ter marcado as eleições autárquicas para 11 de Outubro, hoje foi a vez de Cavaco Silva agendar as legislativas para 27 de Setembro.
O Presidente foi sensível ao argumento de todos os partidos, à excepção do PSD. E argumentou a sua escolha com essa mesma preferência, e porque são os partidos que se vão submeter a eleições.
Quanto a mim, e para aqueles que acham que os eleitores são imaturos e não podem ter duas eleições em simultâneo, houve um esquecimento: com as legislativas antes das autárquicas, durante a campanha para os municípios ninguém vai discutir os problemas locais, mas sim como será constituído o próximo governo (quanto a eventuais ministros, quanto à sua viabilidade e coligações caso não haja maioria absoluta...).
Ou seja, a partir de 12 de Setembro (início da campanha) o país pára oficialmente. Estando já em modo ralenti desde a noite das europeias...
Lobo Xavier multifacetado
Desapareceu um mito
Nunca fui grande apreciador, mas ele marcou uma era.
Thriller, o álbum mais vendido de sempre, põe-no, em 1982, definitivamente na história da música.
É dele também uma postura inovadora em palco, com aquele passo de dança único e inconfundível, a fazer o moonwalk, estreado num programa de TV na NBC.
Ontem, no Público, Vítor Belanciano escrevia: “O fenómeno Jackson não pode ser dissociado de outro facto, a MTV, revolução televisiva, mas também cultural e social. Mos anos 80 já não bastava ter uma boa canção. Era preciso criar uma boa imagem para ela. Ter a atitude certa. A representação tomava o lugar da autenticidade. E com Jackson, a MTV abria as portas à pop negra. Ele transforma-se num estilo de vida.”
Para o seu produtor Quincy Jones, Jackson era "o entertainer perfeito".
Com o desaparecimento de Michael Jackson, o mundo fica apenas com um mito/monstro vindo dos anos 80: Madonna.
Thriller, o álbum mais vendido de sempre, põe-no, em 1982, definitivamente na história da música.
É dele também uma postura inovadora em palco, com aquele passo de dança único e inconfundível, a fazer o moonwalk, estreado num programa de TV na NBC.
Ontem, no Público, Vítor Belanciano escrevia: “O fenómeno Jackson não pode ser dissociado de outro facto, a MTV, revolução televisiva, mas também cultural e social. Mos anos 80 já não bastava ter uma boa canção. Era preciso criar uma boa imagem para ela. Ter a atitude certa. A representação tomava o lugar da autenticidade. E com Jackson, a MTV abria as portas à pop negra. Ele transforma-se num estilo de vida.”
Para o seu produtor Quincy Jones, Jackson era "o entertainer perfeito".
Com o desaparecimento de Michael Jackson, o mundo fica apenas com um mito/monstro vindo dos anos 80: Madonna.
Numa actuação com a Britney Spears:
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Tudo gente séria
"Administradores acusados de manipulação de mercado, falsificação de documento e burla qualificada
Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, António Rodrigues, Christophe de Beck e Castro Henriques estão acusados dos crimes de manipulação de mercado, falsificação de documento e burla qualificada. A informação é confirmada por um comunicado da Procuradoria-Geral da República" (SOL)
Se eu devesse 25,00€ a um banco, era punido, tinha coimas, o Estado atrás de mim com a força dos tribunais e vasculhavam-me a vida toda. Como alegadamente estes senhores não terão feito nada disso, e o montante de 600 milhões de euros “perdidos”, com os quais tiverem benefícios, não são nada de relevante, irão ver as suas “engenharias” ilibadas, arquivadas, e em águas de bacalhau.
O argumento de “não ter memória” e “serem gente séria” resolve o assunto.
Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal, António Rodrigues, Christophe de Beck e Castro Henriques estão acusados dos crimes de manipulação de mercado, falsificação de documento e burla qualificada. A informação é confirmada por um comunicado da Procuradoria-Geral da República" (SOL)
Se eu devesse 25,00€ a um banco, era punido, tinha coimas, o Estado atrás de mim com a força dos tribunais e vasculhavam-me a vida toda. Como alegadamente estes senhores não terão feito nada disso, e o montante de 600 milhões de euros “perdidos”, com os quais tiverem benefícios, não são nada de relevante, irão ver as suas “engenharias” ilibadas, arquivadas, e em águas de bacalhau.
O argumento de “não ter memória” e “serem gente séria” resolve o assunto.
Afinal... já não quero
"Estado opõe-se ao negócio da PT com a Media Capital
O primeiro ministro José Sócrates acabou de dizer aos jornalistas, à saída da Assembleia da República, que mandou o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, convocar a administração da Portugal Telecom para informar que o Estado opõe-se, enquanto accionista, ao negócio com Media Capital." (Diário de Notícias)
Primeiro não sabia de nada. Agora já sabe e é contra.
Eu, que não percebo nada disto, acho esta posição absolutamente extraordinária.
Para quem dizia que não havia interferência (ou lá o que era por vias travessas...) na TVI, esta tomada de posição, recuando com receio, é a prova de que de facto havia segundas intenções neste negócio. Nas palavras de Manuela Ferreira Leite, "gato escondido com o gato todo de fora".
O primeiro ministro José Sócrates acabou de dizer aos jornalistas, à saída da Assembleia da República, que mandou o Ministro das Obras Públicas, Mário Lino, convocar a administração da Portugal Telecom para informar que o Estado opõe-se, enquanto accionista, ao negócio com Media Capital." (Diário de Notícias)
Primeiro não sabia de nada. Agora já sabe e é contra.
Eu, que não percebo nada disto, acho esta posição absolutamente extraordinária.
Para quem dizia que não havia interferência (ou lá o que era por vias travessas...) na TVI, esta tomada de posição, recuando com receio, é a prova de que de facto havia segundas intenções neste negócio. Nas palavras de Manuela Ferreira Leite, "gato escondido com o gato todo de fora".
"Esta gente é um nojo"
Palavras de Medina Carreira, esta noite na SIC Notícias, a comentar os políticos a discutir os episódios do negócio PT-Media Capital.
Contundente, igual a si próprio, questionou o país, as pessoas, o que falta, o que nos conduziu a este buraco.
Há 10 anos, tínhamos um endividamento externo de 10% do PIB. Agora já ultrapassa os 100%. Não há país que resista a isto.
"Em Portugal a governação é uma farsa".
E não é uma questão de regime, mas sim da qualidade dos agentes políticos. Que só falam de tretas e não dos problemas do país e das soluções. Falam dos efeitos, mas não da causa do problema: a economia.
Sem economia não há mais nada (educação, justiça, pensões, saúde...)
Contundente, igual a si próprio, questionou o país, as pessoas, o que falta, o que nos conduziu a este buraco.
Há 10 anos, tínhamos um endividamento externo de 10% do PIB. Agora já ultrapassa os 100%. Não há país que resista a isto.
"Em Portugal a governação é uma farsa".
E não é uma questão de regime, mas sim da qualidade dos agentes políticos. Que só falam de tretas e não dos problemas do país e das soluções. Falam dos efeitos, mas não da causa do problema: a economia.
Sem economia não há mais nada (educação, justiça, pensões, saúde...)
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Uma questão de datas
O Presidente da República recebeu hoje os partidos com representação parlamentar com vista à marcação das eleições legislativas.
À excepção do PSD, todos defendem datas divergentes para as autárquicas e para as legislativas.
Cavaco já deu a entender que prefere a simultaneidade de ambas as eleições. O que me parece óbvio: por uma questão de bom senso, de redução de custos, por poder contribuir para a redução da abstenção, e porque não entendo os que falam em confusão dos eleitores.
O Bloco de Esquerda, paladino da pureza, "acha que a simultaneidade provocaria "diminuição da clareza democrática". Ou seja, considera que os eleitores são estúpidos.
Manuela Ferreira Leite, por sua vez, afirmou: "Ninguém está a pôr em causa a democracia quando se defende que as eleições sejam no mesmo dia, bem pelo contrário, eu considero que a democracia ficará reforçada se a abstenção diminuir e duvido que eleições tão seguidas seja bom para combater a abstenção". O óbvio que muitos não percebem.
Espero que o PR marque as legislativas na mesma data das autárquicas.
Irritam-me argumentos que consideram os cidadãos-eleitores como se fossem estúpidos, limitados, deficientes mentais, e não pessoas no pleno uso das suas capacidades mentais. As pessoas não desligam o discernimento quando têm várias tarefas a fazer em simultâneo. Mas há quem ache que eles são diminuídos mentais...
À excepção do PSD, todos defendem datas divergentes para as autárquicas e para as legislativas.
Cavaco já deu a entender que prefere a simultaneidade de ambas as eleições. O que me parece óbvio: por uma questão de bom senso, de redução de custos, por poder contribuir para a redução da abstenção, e porque não entendo os que falam em confusão dos eleitores.
O Bloco de Esquerda, paladino da pureza, "acha que a simultaneidade provocaria "diminuição da clareza democrática". Ou seja, considera que os eleitores são estúpidos.
Manuela Ferreira Leite, por sua vez, afirmou: "Ninguém está a pôr em causa a democracia quando se defende que as eleições sejam no mesmo dia, bem pelo contrário, eu considero que a democracia ficará reforçada se a abstenção diminuir e duvido que eleições tão seguidas seja bom para combater a abstenção". O óbvio que muitos não percebem.
Espero que o PR marque as legislativas na mesma data das autárquicas.
Irritam-me argumentos que consideram os cidadãos-eleitores como se fossem estúpidos, limitados, deficientes mentais, e não pessoas no pleno uso das suas capacidades mentais. As pessoas não desligam o discernimento quando têm várias tarefas a fazer em simultâneo. Mas há quem ache que eles são diminuídos mentais...
Hoje eu vi uma primeira-ministra
Em brutal contraste com a entrevista-xanax de Sócrates a semana passada, Manuela Ferreira Leite brilhou hoje no Dia D.
Com o recente resultado das europeias no bolso, Manuela Ferreira Leite foi uma mulher confiante, bem-disposta, brincalhona, clara, enérgica, inteligente, irónica, concreta, bem preparada…
No início da entrevista conduzida por Ana Lourenço, MFL não se embrulhou em questões pessoais, de partidarite.
Respondeu sem hesitações a tudo (talvez menos quando o assunto foi Dias Loureiro), teve boas respostas, imediatas, sobre coisas que aparentemente a podiam deixar atrapalhada. Por exemplo, quando confrontada com o facto de a decisão do TGV ter sido tomada pelo governo de Durão Barroso, em 2003, atalhou logo e matou o assunto.
Atacou os anúncios sistemáticos do governo, afirmando que nada disso está no orçamento. Portanto, os anúncios ou são fantasia, ou ninguém sabe de onde vem o dinheiro. De qualquer forma, duvida que haja alguma concretização desses anúncios, uma vez que não se vê nenhum efeito das mesmas.
A certa altura, foi ironicamente cruel: “na entrevista da semana passada, Sócrates não sussurrou a palavra “endividamento” uma única vez. Sussurrou… porque ele falou muito baixo.”
Gostei imenso de ver MFL assim, cheia de gás.
Enquanto a semana passada Sócrates tinha uma máscara, e soou tremendamente a falso, hoje MFL foi genuína.
Com o recente resultado das europeias no bolso, Manuela Ferreira Leite foi uma mulher confiante, bem-disposta, brincalhona, clara, enérgica, inteligente, irónica, concreta, bem preparada…
No início da entrevista conduzida por Ana Lourenço, MFL não se embrulhou em questões pessoais, de partidarite.
Respondeu sem hesitações a tudo (talvez menos quando o assunto foi Dias Loureiro), teve boas respostas, imediatas, sobre coisas que aparentemente a podiam deixar atrapalhada. Por exemplo, quando confrontada com o facto de a decisão do TGV ter sido tomada pelo governo de Durão Barroso, em 2003, atalhou logo e matou o assunto.
Atacou os anúncios sistemáticos do governo, afirmando que nada disso está no orçamento. Portanto, os anúncios ou são fantasia, ou ninguém sabe de onde vem o dinheiro. De qualquer forma, duvida que haja alguma concretização desses anúncios, uma vez que não se vê nenhum efeito das mesmas.
A certa altura, foi ironicamente cruel: “na entrevista da semana passada, Sócrates não sussurrou a palavra “endividamento” uma única vez. Sussurrou… porque ele falou muito baixo.”
Gostei imenso de ver MFL assim, cheia de gás.
Enquanto a semana passada Sócrates tinha uma máscara, e soou tremendamente a falso, hoje MFL foi genuína.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Episódios do dia-a-dia – 3
Ontem e hoje uma colega minha levou a filhota de 9 anos para o trabalho. Estamos todos mais do que cheios de trabalho, mas a menina é uma lufada de ar fresco.
Mal se dava por ela. Estava ali sentada numa mesa, a rabiscar umas coisas.
Após o almoço, vendo que ela dava sinais de saturação, lembrei-me de desafiá-la para escrever pequenas histórias a partir de uma folha que tenho na parede ao meu lado.
A partir destas imagens…
… ela tinha de escrever uma pequena história para cada uma das caretas do Calvin (a que ela chamou João).Após o almoço, vendo que ela dava sinais de saturação, lembrei-me de desafiá-la para escrever pequenas histórias a partir de uma folha que tenho na parede ao meu lado.
A partir destas imagens…
Regularmente, ela vinha mostrar a sua nova história, contada em apenas três ou quatro linhas. Sempre surpreendente, criativa. Com vocabulário que não é vulgar ouvir em crianças daquela idade. Apenas algumas frases mal construídas.
Por vezes parecia que se distraía, que esquecia as histórias e dava umas voltas pela sala. Mas descobri a sua técnica: enquanto circulava, estava a arranjar elementos para a nova história. Fazia perguntas, esclarecia dúvidas… Pouco depois, vinha com uma nova história.
Apesar do trabalho, estes momentos lúdicos deram-me um gozo extraordinário!
Hoje esteve a acabar as histórias de ontem.
Esta tarde, tendo concluído a tarefa, novo desafio: a partir de 3 bonecos/alfinetes que estão num biombo, ela tinha de escrever uma história com os três, e depois um desses bonecos tomaria vida e transformar-se-ia em alguém que estivesse na sala. Tinha de escrever uma página com a sua história.
Não tendo concluído esta segunda tarefa, prometeu-me que amanhã a mãe traria a folha para eu ver a sua história.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Cantinho do poeta - 55
Sophia de Mello Breyner Andressen, poetisa (e não "poeta", como refere o Público na sua primeira página de hoje...), desapareceu há cinco anos.
Um inédito:
Inocência e possibilidade
As imagens eram próximas
Como coladas sobre os olhos
O que nos dava um rosto justo e liso
Os gestos circulavam sem choque nem ruído
As estrelas eram maduras como frutos
E os homens eram bons sem dar por isso
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Um inédito:
Inocência e possibilidade
As imagens eram próximas
Como coladas sobre os olhos
O que nos dava um rosto justo e liso
Os gestos circulavam sem choque nem ruído
As estrelas eram maduras como frutos
E os homens eram bons sem dar por isso
-- / / --
Não se perdeu nenhuma coisa em mimNão se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Midsommar
Chegou a estação mais esperada do ano.
Hoje é o dia com mais sol do ano.
Cheira a sol, a calor, a descontracção, a alegria, a energia positiva.
Por terras da Suécia, o solstício de verão é celebrado em grande...
"A Festa do Verão (Midsommar) é a festa mais popular da Suécia.
É a festa do dia do solstício do Verão, o dia mais longo de todo o ano, com o sol a aparecer lá pelas 4 horas da manhã e a pôr-se lá pelas 10 horas da noite.
É celebrada no último sábado de junho, sendo o feriado mais esperado em todo o ano, tanto por crianças como por adultos.
Os momentos altos da festa são a dança à volta do mastro (majstång) e a refeição com a família e os amigo" (wikipedia)
Uma das tradições desta altura é a seguinte: as raparigas e jovens mulheres devem apanhar sete espécies diferentes de flores e colocá-las debaixo das suas almofadas. Durante a noite, o futuro marido irá aparecer-lhes em sonhos.
É durante estes meses que a Suécia tem o privilégio do sol da meia-noite:
Há alguns dias o Metro destacou a Midsommar nas suas páginas aqui e aqui.
Cheira a sol, a calor, a descontracção, a alegria, a energia positiva.
Por terras da Suécia, o solstício de verão é celebrado em grande...
"A Festa do Verão (Midsommar) é a festa mais popular da Suécia.
É a festa do dia do solstício do Verão, o dia mais longo de todo o ano, com o sol a aparecer lá pelas 4 horas da manhã e a pôr-se lá pelas 10 horas da noite.
É celebrada no último sábado de junho, sendo o feriado mais esperado em todo o ano, tanto por crianças como por adultos.
Os momentos altos da festa são a dança à volta do mastro (majstång) e a refeição com a família e os amigo" (wikipedia)
Uma das tradições desta altura é a seguinte: as raparigas e jovens mulheres devem apanhar sete espécies diferentes de flores e colocá-las debaixo das suas almofadas. Durante a noite, o futuro marido irá aparecer-lhes em sonhos.
É durante estes meses que a Suécia tem o privilégio do sol da meia-noite:
Há alguns dias o Metro destacou a Midsommar nas suas páginas aqui e aqui.
Isto já não é abuso?
«(...) o Executivo prepara-se para aprovar, em Conselho de Ministros, um diploma de combate à criminalidade, que prevê buscas a computadores sem que haja necessidade de autorização judicial.
Os investigadores vão poder interceptar e registar dados de tráfego, bem como o conteúdo de informações, segundo a proposta.
O documento prevê ainda que os fornecedores de serviços de comunicações sejam obrigados a colaborar, facilitando o acesso ao sistema informático e aos dados armazenados. Além disso, essas empresas têm de revelar dados sobre o assinante sob suspeita.» (TSF)
Em nome da liberdade, da luta contra a criminalidade, e de mais não sei o quê, o Estado continua a criar uma malha e a entrar-nos pela casa dentro. Com esta, nem sequer é preciso o despacho de um juiz: é à vontade de sei lá quem.
É de mim, ou isto já ultrapassa os limites mínimos da liberdade e do bom senso?
Eu tenho medo deste Estado, muito medo.
Como escrevia há uns tempos Pacheco Pereira, a máquina está montada; só falta alguém que a queira usar...
Os investigadores vão poder interceptar e registar dados de tráfego, bem como o conteúdo de informações, segundo a proposta.
O documento prevê ainda que os fornecedores de serviços de comunicações sejam obrigados a colaborar, facilitando o acesso ao sistema informático e aos dados armazenados. Além disso, essas empresas têm de revelar dados sobre o assinante sob suspeita.» (TSF)
Em nome da liberdade, da luta contra a criminalidade, e de mais não sei o quê, o Estado continua a criar uma malha e a entrar-nos pela casa dentro. Com esta, nem sequer é preciso o despacho de um juiz: é à vontade de sei lá quem.
É de mim, ou isto já ultrapassa os limites mínimos da liberdade e do bom senso?
Eu tenho medo deste Estado, muito medo.
Como escrevia há uns tempos Pacheco Pereira, a máquina está montada; só falta alguém que a queira usar...
Obras põem governo em xeque
Um conjunto de economistas de vários quadrantes políticos reuniu-se e fez um Apelo à Reavaliação do Investimento Público.
Já há vários meses que alguns partidos, sobretudo o PSD pela voz de Manuela Ferreira Leite, vinham apelando nesse sentido. Ninguém, muito menos o governo, lhe deu ouvidos.
Com o balde de água fria das eleições europeias, o governo achou que devia repensar alguma coisa. Foi assim que Mário Lino num dia garante que não há alteração no calendário do TGV, e no dia seguinte diz que afinal a coisa vai ficar em águas de bacalhau até depois das eleições.
Hoje no Público, Vasco Pulido Valente escreve isto: "nenhum governo, em véspera de eleições, sofreu um vexame parecido: uma espécie de moção de não-confiança de uma elite incontestável e prestigiada".
Ontem na SIC Notícias, Clara Ferreira Alves, não suspeita de ser de direita, disse com as letras todas que este governo tem um conjunto enorme de incompetentes.
Com esta suspensão de alguns investimentos públicos de utilidade duvidosa, e com o empurrão dado por este manifesto, o governo pode vestir durante mais uns dias a sua nova máscara de cordeiro dialogante e atento aos cidadãos... É que consta que há eleições legislativas em breve.
Já há vários meses que alguns partidos, sobretudo o PSD pela voz de Manuela Ferreira Leite, vinham apelando nesse sentido. Ninguém, muito menos o governo, lhe deu ouvidos.
Com o balde de água fria das eleições europeias, o governo achou que devia repensar alguma coisa. Foi assim que Mário Lino num dia garante que não há alteração no calendário do TGV, e no dia seguinte diz que afinal a coisa vai ficar em águas de bacalhau até depois das eleições.
Hoje no Público, Vasco Pulido Valente escreve isto: "nenhum governo, em véspera de eleições, sofreu um vexame parecido: uma espécie de moção de não-confiança de uma elite incontestável e prestigiada".
Ontem na SIC Notícias, Clara Ferreira Alves, não suspeita de ser de direita, disse com as letras todas que este governo tem um conjunto enorme de incompetentes.
Com esta suspensão de alguns investimentos públicos de utilidade duvidosa, e com o empurrão dado por este manifesto, o governo pode vestir durante mais uns dias a sua nova máscara de cordeiro dialogante e atento aos cidadãos... É que consta que há eleições legislativas em breve.
Ligações Perigosas
“Um "thriller" político, baseado numa mini-série produzida pela BBC, que gira à volta de Stephen Collings (Ben Affleck), um bem-sucedido congressista norte-americano, e de Cal McAffrey (Russell Crowe), seu ex-mandatário de campanha e agora jornalista de uma importante publicação de Washington. Quando a amante de Stephen Collings é encontrada morta, em circunstâncias misteriosas, todos os segredos começam a ser revelados. Cal McAffrey é então destacado, com a jovem e ambiciosa jornalista Della Frye, para investigar o caso, acabando por descobrir um perigoso jogo de poder e intriga, onde estão implicados alguns dos mais importantes empresários e políticos dos EUA.” (via Cinecartaz)
Muito interessante!
A teia política e empresarial. A mentira. As meias verdades. Os factos ocultos. Os interesses. O Estado. O jornalismo. O que parece e o que é.
Notáveis desempenhos dos protagonistas Russel Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams e Helen Mirren.
Site oficial aqui.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
British Airways... voluntariado?
"A companhia aérea britânica está a pedir a mais de 30 mil colaboradores que trabalhem de graça durante um período não superior a um mês. Esta medida faz parte do "plano de sobrevivência" da empresa.
O apelo, lançado por email, pede a mais de 30 mil colaboradores da BA no Reino Unidos que, voluntariamente, abdiquem do seu salário durante um período entre uma semana a um mês, noticia a BBC. Os colaboradores podem ainda optar por não trabalhar mas durante esses período não têm direito ao seu salário.
O CEO da empresa, Willie Walsh, já afirmou que vai abdicar do seu salário de Julho, no valor de 61 mil libras" (Jornal de Negócios)
Os sindicatos já responderam hoje: "Willie Walsh [CEO da BA] pode dar-se ao luxo de trabalhar um mês de graça. Mas os nossos membros não", disse o representante do maior sindicato da companhia.
Isto é fantástico!
Quando as empresas apresentavam lucros (não sei se alguma vez a BA os teve), não os distribuíam pelos trabalhadores, ou davam-lhes migalhas.
Agora querem que esses mesmos trabalhadores paguem os prejuízos das empresas.
É melhor não escrever o que me passa pela cabeça neste momento...
O apelo, lançado por email, pede a mais de 30 mil colaboradores da BA no Reino Unidos que, voluntariamente, abdiquem do seu salário durante um período entre uma semana a um mês, noticia a BBC. Os colaboradores podem ainda optar por não trabalhar mas durante esses período não têm direito ao seu salário.
O CEO da empresa, Willie Walsh, já afirmou que vai abdicar do seu salário de Julho, no valor de 61 mil libras" (Jornal de Negócios)
Os sindicatos já responderam hoje: "Willie Walsh [CEO da BA] pode dar-se ao luxo de trabalhar um mês de graça. Mas os nossos membros não", disse o representante do maior sindicato da companhia.
Isto é fantástico!
Quando as empresas apresentavam lucros (não sei se alguma vez a BA os teve), não os distribuíam pelos trabalhadores, ou davam-lhes migalhas.
Agora querem que esses mesmos trabalhadores paguem os prejuízos das empresas.
É melhor não escrever o que me passa pela cabeça neste momento...
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Só isso
Hoje à tarde apeteceu-me mesmo estar numa esplanada em Aveiro, a comer uns ovos moles, a olhar o horizonte, e a beber qualquer coisa bem fresca...
A mosca de Obama
Hoje o mundo anda maravilhado com este momento de Barack Obama:
... tenho alguma curiosidade em saber quais seriam as reacções que algo semelhante feito por George W. Bush teria pelo planeta Terra.
Mas quase arrisco adivinhar:
- Bush era um saloio por matar uma mosca. Ainda para mais, na televisão!
- Bush era um selvagem por matar um animal da espécie mosca. E teria um onda de protestos encabeçada pela Greenpeace;
- Bush era um estúpido, por mostrar a mosca depois de a ter matado;
- Bush era um pateta por tentar responder na entrevista ao mesmo tempo que tentava afastar uma mosca;
- Bush era um idiota por rir do que acabou de fazer.
Bush era tão palerma que até se pôs a fazer sapateado enquanto esperava por não sei quem para uma conferência de imprensa. No entanto, eu achei esse episódio delicioso!
Mas pronto, Bush é estúpido e Obama é muita fixe.
Esta atitude embevecida e parola por tudo o que Obama faz é absolutamente idiota!
Mas quase arrisco adivinhar:
- Bush era um saloio por matar uma mosca. Ainda para mais, na televisão!
- Bush era um selvagem por matar um animal da espécie mosca. E teria um onda de protestos encabeçada pela Greenpeace;
- Bush era um estúpido, por mostrar a mosca depois de a ter matado;
- Bush era um pateta por tentar responder na entrevista ao mesmo tempo que tentava afastar uma mosca;
- Bush era um idiota por rir do que acabou de fazer.
Bush era tão palerma que até se pôs a fazer sapateado enquanto esperava por não sei quem para uma conferência de imprensa. No entanto, eu achei esse episódio delicioso!
Mas pronto, Bush é estúpido e Obama é muita fixe.
Esta atitude embevecida e parola por tudo o que Obama faz é absolutamente idiota!
A entrevista calimero
Sócrates foi à sua primeira entrevista após as eleições. Eu que não acreditava muito naquela conversa da humildade… rendo-me. O homem travestiu-se.
Só aqueles momentos em que Sócrates punha um olhar parecido ao Gato das Botas versão Sherk, e um discurso cheio de misericórdia... bah! Era irritante e tão postiço aquele discurso "humilde" e quase pedagógico.
A máscara quase lhe caiu quando Ana Lourenço, resumindo as questões de alguns telespectadores, lhe atira: depois de 3 anos a pedir sacrifícios, e vendo a situação actual, somos levados a pensar se tudo não foi em vão. Sócrates, antes de responder, teve ali uns trejeitos curiosos no rosto.
A entrevista…
Sócrates foi demagogo.
Sócrates descobriu o seu novo chavão: “escrúpulo democrático do governo”. E usou-o como justificação para o compasso de espera para a adjudicação do TGV…
Sócrates teve esta frase fantástica, elogiando as qualidades do Magalhães: “o Magalhães melhora o ambiente na sala de aula”. Sugestão: de distribuir a Wii nas salas de aula, o efeito será semelhante… desde que os alunos estejam distraídos com qualquer coisa e não chateiem os professores.
Sócrates, quando questionado sobre eventuais coligações após as legislativas, afirmou: “o objectivo do PS é fazer uma coligação com o país”. Não pude conter uma lágrima. Ou terá sido uma gargalhada?
De vez em quando, em algumas respostas, tentava enumerar os grandes feitos do seu governo. Ana Lourenço, serena, cortava-lhe a palavra a passava a outra pergunta.
O mesmo Sócrates de sempre. Marketing, fachada, vazio político.
A jornalista Ana Lourenço: por vezes frontal, sempre serena.
Conduziu a entrevista de forma exímia. Grande profissional!
Na próxima semana é a vez de Manuela Ferreira Leite ser entrevistada no Dia d
A máscara quase lhe caiu quando Ana Lourenço, resumindo as questões de alguns telespectadores, lhe atira: depois de 3 anos a pedir sacrifícios, e vendo a situação actual, somos levados a pensar se tudo não foi em vão. Sócrates, antes de responder, teve ali uns trejeitos curiosos no rosto.
A entrevista…
Sócrates foi demagogo.
Sócrates descobriu o seu novo chavão: “escrúpulo democrático do governo”. E usou-o como justificação para o compasso de espera para a adjudicação do TGV…
Sócrates teve esta frase fantástica, elogiando as qualidades do Magalhães: “o Magalhães melhora o ambiente na sala de aula”. Sugestão: de distribuir a Wii nas salas de aula, o efeito será semelhante… desde que os alunos estejam distraídos com qualquer coisa e não chateiem os professores.
Sócrates, quando questionado sobre eventuais coligações após as legislativas, afirmou: “o objectivo do PS é fazer uma coligação com o país”. Não pude conter uma lágrima. Ou terá sido uma gargalhada?
De vez em quando, em algumas respostas, tentava enumerar os grandes feitos do seu governo. Ana Lourenço, serena, cortava-lhe a palavra a passava a outra pergunta.
O mesmo Sócrates de sempre. Marketing, fachada, vazio político.
A jornalista Ana Lourenço: por vezes frontal, sempre serena.
Conduziu a entrevista de forma exímia. Grande profissional!
Na próxima semana é a vez de Manuela Ferreira Leite ser entrevistada no Dia d
terça-feira, 16 de junho de 2009
Irão mexe?
O Irão está em ebulição.
Passados 30 anos sobre 1979, as recentes eleições presidenciais trouxeram de novo os iranianos para a rua.
"Os resultados oficiais deram a vitória do actual Presidente, Mahmoud Ahmadinejad, com 63 por cento dos votos. Mas o Supremo Líder, ayatollah Ali Khamenei, pediu ao Conselho que investigasse alegadas fraudes." (Público)
No entanto, o candidato rival Mousavi rejeita a recontagem dos votos.
Mas, apesar do controle da informação e dos jornalistas estrangeiros, parece que as manifestações têm tido cada vez mais adeptos.
Há até quem afirme que "há mais pessoas na rua do que no ano da Revolução Islâmica".
O que reservará o futuro?
"Os direitos são uma conquista, não uma dádiva"
No entanto, o candidato rival Mousavi rejeita a recontagem dos votos.
Mas, apesar do controle da informação e dos jornalistas estrangeiros, parece que as manifestações têm tido cada vez mais adeptos.
Há até quem afirme que "há mais pessoas na rua do que no ano da Revolução Islâmica".
O que reservará o futuro?
"Os direitos são uma conquista, não uma dádiva"
Tempos interessantes
Ainda sem data marcada, as legislativas já começaram a mexer na política nacional.
Ao nível da retórica, já tinham começado a sentir-se, com acusações e afins.
Agora chega à matéria de facto: o Governo (através do ministro Mário Lino) já remeteu a "decisão final sobre o TGV para a próxima legislatura".
A contestação encabeçada pelo PSD, à qual Cavaco Silva deu cobertura, surtiu efeito. E ele nem precisou dizer a palavra "TGV" uma única vez. Bastou falar em "prioridades".
Por outro lado, o desaire - perdão, derrota - eleitoral do PS nas eleições europeias foi ontem analisado na comissão política do partido.
Já muito se escreveu sobre o que Sócrates disse sobre a maioria absoluta ontem à noite. Ouvi-o na TV. A mensagem foi clara: pedir uma “maioria parlamentar que dê condições para governar”. Sob a insistência jornalística disse o óbvio: só conhece uma maioria parlamentar que o permita. E esclareceu: maioria absoluta.
Portanto, tudo na mesma.
Entretanto, apontou as três prioridades para os próximos meses, que antecedem as eleições legislativas: defender a obra feita na educação, na energia e no plano tecnológico, explicar melhor as reformas e construir a tal “solução política que enfrente a crise”. Ou seja, propaganda.
Aos que pedem mudanças de política e de estilo, julgo que seria um erro fazê-lo a 2 ou 3 meses de eleições. Seria, descaradamente, chamar estúpidos aos cidadãos eleitores. Esta é uma observação de alguém que nem sequer é simpatizante do governo PS.
Enquanto isto se passa, Cavaco vai condicionando a agenda política sem muito espalhafato.
Fê-lo em relação ao TGV.
E hoje, sibilinamente, deixou perceber que as datas das autárquicas e das legislativas podem "coincidir". "São duas datas mas podem eventualmente coincidir. Eu apenas quis dizer que uma é fixada pelo Governo e outra é fixada pelo Presidente da República. Não há qualquer decisão, nem para uma eleição nem para outra", explicitou o Chefe de Estado.
Para quem perceber cavaquês, a mensagem está dada.
Vêm aí tempos politicamente interessantes.
Ah... mantenho a minha aposta: o vencedor das legislativas 2009 será o PSD.
Ao nível da retórica, já tinham começado a sentir-se, com acusações e afins.
Agora chega à matéria de facto: o Governo (através do ministro Mário Lino) já remeteu a "decisão final sobre o TGV para a próxima legislatura".
A contestação encabeçada pelo PSD, à qual Cavaco Silva deu cobertura, surtiu efeito. E ele nem precisou dizer a palavra "TGV" uma única vez. Bastou falar em "prioridades".
Por outro lado, o desaire - perdão, derrota - eleitoral do PS nas eleições europeias foi ontem analisado na comissão política do partido.
Já muito se escreveu sobre o que Sócrates disse sobre a maioria absoluta ontem à noite. Ouvi-o na TV. A mensagem foi clara: pedir uma “maioria parlamentar que dê condições para governar”. Sob a insistência jornalística disse o óbvio: só conhece uma maioria parlamentar que o permita. E esclareceu: maioria absoluta.
Portanto, tudo na mesma.
Entretanto, apontou as três prioridades para os próximos meses, que antecedem as eleições legislativas: defender a obra feita na educação, na energia e no plano tecnológico, explicar melhor as reformas e construir a tal “solução política que enfrente a crise”. Ou seja, propaganda.
Aos que pedem mudanças de política e de estilo, julgo que seria um erro fazê-lo a 2 ou 3 meses de eleições. Seria, descaradamente, chamar estúpidos aos cidadãos eleitores. Esta é uma observação de alguém que nem sequer é simpatizante do governo PS.
Enquanto isto se passa, Cavaco vai condicionando a agenda política sem muito espalhafato.
Fê-lo em relação ao TGV.
E hoje, sibilinamente, deixou perceber que as datas das autárquicas e das legislativas podem "coincidir". "São duas datas mas podem eventualmente coincidir. Eu apenas quis dizer que uma é fixada pelo Governo e outra é fixada pelo Presidente da República. Não há qualquer decisão, nem para uma eleição nem para outra", explicitou o Chefe de Estado.
Para quem perceber cavaquês, a mensagem está dada.
Vêm aí tempos politicamente interessantes.
Ah... mantenho a minha aposta: o vencedor das legislativas 2009 será o PSD.
domingo, 14 de junho de 2009
À descoberta de... Aveiro (dias 2 e 3)
O segundo dia em Aveiro começou cedo.
Sendo sábado, quis ir à praça do peixe, vê-la em funcionamento, cheia de gente.
Desilusão. Cheguei lá por volta das 9h e estava praticamente vazia. Nem clientes, nem vendedores. Deu tão-só para dar uma volta e tirar algumas fotos à exposição que lá estava devido à pesca excessiva, com peixes a cair do tecto. Interessante, a ideia da exposição.
De seguida, como era perto, fui à Igreja da Apresentação. Por fora, bastante simples. Por dentro, vestida de motivos dourados.
O meu destino nessa manhã era longínquo, pelo que fiquei à beira do Canal Central à espera da camioneta, enquanto ia vendo o ambiente. Aguardava partir rumo à Costa Nova e à Barra. Era ali que ia encontrar as coloridas casas típicas de Aveiro e o famoso farol. A viagem levou cerca de 30 minutos.
Durante o percurso vou reparando no ambiente piscatório, nas pessoas de meia idade a andar de bicicleta, numa rua gigante, na Gafanha da Nazaré, que me fez lembrar a Nazaré. Só faltavam os letreiros ou as pessoas a dizer “aluga-se”.
Ao chegar à Costa Nova, o maravilhamento. Ali estava uma série das tradicionais casinhas coloridas. O dia soalheiro acompanhava.
Andei ali a espreitar as casas, a fotografar aquela alameda de cores, com a Ria ali em frente.
O sol estava quente, apesar da brisa constante.
Acabei por sentar-me numa esplanada. Descansar, reabastecer energias, ler a Visão. Ainda perguntei se o percurso até à Barra era longe, e como se ia lá ter.
Havia um passadiço sobre as dunas, ali atrás da igreja.
Passadiço convidativo. De um lado dunas. Do outro mar e mar e mar. E a brisa fresca a bater. Não se dava pelo calor.
Segui pelo passadiço… que infelizmente não acompanhava todo o percurso até à Barra. Tive de voltar à estrada. À torreira. Tenho de comprar um daqueles chapéus à Sampaio.
Muitas casas de verão, de praia, naquela zona. E um pormenor curioso neste concelho de Ílhavo: há passeio durante uns metros, ou durante uma casa, depois deixa de haver, mais à frente volta a haver… uau!
Chego à Barra, não sei quantos quilómetros à frente, completamente exausto. E eu, que nem me vou abaixo assim facilmente em caminhadas… Acabo por procurar sombra, e um sítio para almoçar. Acreditam se disser que comi um “menu executivo” por apenas 6€ e com direito a sopa, peixe grelhado, bebida e café?
O Farol de Aveiro, na Barra, impõe respeito. Enorme! Apenas acho estranho ter as cores esbatidas. Suponho que seja pelo sol e brisa constantes na zona.
Ali ao lado, um cartaz com um "trilho natureza", entre a Ria e o Mar. A castanho, os percursos com passadiço. O circuito inteiro são 11,5 Km. Eu fiz o percurso entre o extremo esquerdo e o lado direito, onde está uma seta, no fim do passadiço. É só calcular os quilómetros...
É hora de regressar a Aveiro. Procurar uma paragem e ficar à espera da camioneta, pois não imagino a que horas passaria a próxima. Pouco depois chegou uma rapariga que tinha vindo de manhã. Olha para um papelinho de horários. Pergunto-lhe a que horas seria o próximo, mas também não sabe. É inglesa (ou seja lá o que for, fala inglês…) e também não sabe nada de nada. Turistas, bah!
Uns 20 minutos à espera e eis que voltamos a Aveiro.
Na cidade, ando pela Praça da República e pela Praça Marquês de Pombal.
Lembro-me de a senhora do hotel ter referido um percurso ao lado da Universidade de Aveiro, na parte de baixo. Vou à procura, faço uma parte do percurso, mas não tem nada de especial. É um lamaçal, com um estrada muito estranha, pouco frequentada. Não me inspirou confiança e voltei ao centro da cidade.
Ainda fui até à Estação. E de lá meti-me por uma “paralela” à Lourenço Peixinho, tentando ver o que havia por ali. Era uma zona velha da cidade. Muitos prédios degradados.
Acabo sentado numa esplanada da enorme Praça Marquês de Pombal. Descanso, leio o jornal…
Ainda passo pelo Rossio e ali fico a ver os moliceiros, o Canal Central, as cores de um fim de tarde. Definitivamente adoptei aquele espaço.
Ao fim do dia, o fenómeno musical das andorinhas repete-se.
Aveiro fica bonito ao cair da noite.
Mas hoje foi um dia extenuante. A caminhada entre a Costa Nova e a Barra foi cansativa. Tenho a cara vermelha do sol… quase um pimento, não fosse noite de Santo António por terras de Lisboa. Um After Sun deve ajudar.
Amanhã será mais um dia.
O terceiro dia é mais calmo. A cidade está vista. Só faltam pormenores.
Logo de manhã, vou espreitar o canal que faltava, o Canal do Paraíso. Nome pomposo para um pequeno canal. Nada a relatar, além de ter encontrado vários gatos pelos arredores.
Faltava ir às Barrocas. Depois de encontrar o sítio no mapa, lá vou eu. Trata-se de uma igreja, encalhada numa zona habitacional, quase oculta. Está fechada.
Ali ao lado vejo uma coisa que nunca tinha visto ao vivo: um lavadouro público.
Regresso aos arredores do Fórum e por ali fico. A manhã está fresca. As pessoas começam a passar, as ruas a encher-se de gente.
Pouco depois é hora de voltar a Lisboa.
De outra cidade cantam que “tem mais encanto na hora da despedida”. Ainda nem parti e já sinto saudades de Aveiro.
Agarrei-me à cidade, ao seu ritmo, às suas cores, aos canais, aos jardins. É calma, pequena, sem a loucura de uma grande cidade. E tem espaços de repouso. Gostei imenso das praças que se abrem após ruas estreitas. Das esplanadas que nascem em muitos cantos. Da luz.
Depois de conhecer Aveiro, acho um abuso dizer que um dos adjectivos de Lisboa é “luz”.
Hei-de lá voltar, sem dúvida. Encheu-me as medidas.
É um sítio excelente para abrandar o ritmo. Para espairecer. Para permanecer.
E quero ver Aveiro vestida com as cores de Outono.
Desilusão. Cheguei lá por volta das 9h e estava praticamente vazia. Nem clientes, nem vendedores. Deu tão-só para dar uma volta e tirar algumas fotos à exposição que lá estava devido à pesca excessiva, com peixes a cair do tecto. Interessante, a ideia da exposição.
De seguida, como era perto, fui à Igreja da Apresentação. Por fora, bastante simples. Por dentro, vestida de motivos dourados.
O meu destino nessa manhã era longínquo, pelo que fiquei à beira do Canal Central à espera da camioneta, enquanto ia vendo o ambiente. Aguardava partir rumo à Costa Nova e à Barra. Era ali que ia encontrar as coloridas casas típicas de Aveiro e o famoso farol. A viagem levou cerca de 30 minutos.
Durante o percurso vou reparando no ambiente piscatório, nas pessoas de meia idade a andar de bicicleta, numa rua gigante, na Gafanha da Nazaré, que me fez lembrar a Nazaré. Só faltavam os letreiros ou as pessoas a dizer “aluga-se”.
Ao chegar à Costa Nova, o maravilhamento. Ali estava uma série das tradicionais casinhas coloridas. O dia soalheiro acompanhava.
Andei ali a espreitar as casas, a fotografar aquela alameda de cores, com a Ria ali em frente.
O sol estava quente, apesar da brisa constante.
Acabei por sentar-me numa esplanada. Descansar, reabastecer energias, ler a Visão. Ainda perguntei se o percurso até à Barra era longe, e como se ia lá ter.
Havia um passadiço sobre as dunas, ali atrás da igreja.
Passadiço convidativo. De um lado dunas. Do outro mar e mar e mar. E a brisa fresca a bater. Não se dava pelo calor.
Segui pelo passadiço… que infelizmente não acompanhava todo o percurso até à Barra. Tive de voltar à estrada. À torreira. Tenho de comprar um daqueles chapéus à Sampaio.
Muitas casas de verão, de praia, naquela zona. E um pormenor curioso neste concelho de Ílhavo: há passeio durante uns metros, ou durante uma casa, depois deixa de haver, mais à frente volta a haver… uau!
Chego à Barra, não sei quantos quilómetros à frente, completamente exausto. E eu, que nem me vou abaixo assim facilmente em caminhadas… Acabo por procurar sombra, e um sítio para almoçar. Acreditam se disser que comi um “menu executivo” por apenas 6€ e com direito a sopa, peixe grelhado, bebida e café?
O Farol de Aveiro, na Barra, impõe respeito. Enorme! Apenas acho estranho ter as cores esbatidas. Suponho que seja pelo sol e brisa constantes na zona.
Ali ao lado, um cartaz com um "trilho natureza", entre a Ria e o Mar. A castanho, os percursos com passadiço. O circuito inteiro são 11,5 Km. Eu fiz o percurso entre o extremo esquerdo e o lado direito, onde está uma seta, no fim do passadiço. É só calcular os quilómetros...
É hora de regressar a Aveiro. Procurar uma paragem e ficar à espera da camioneta, pois não imagino a que horas passaria a próxima. Pouco depois chegou uma rapariga que tinha vindo de manhã. Olha para um papelinho de horários. Pergunto-lhe a que horas seria o próximo, mas também não sabe. É inglesa (ou seja lá o que for, fala inglês…) e também não sabe nada de nada. Turistas, bah!
Uns 20 minutos à espera e eis que voltamos a Aveiro.
Na cidade, ando pela Praça da República e pela Praça Marquês de Pombal.
Lembro-me de a senhora do hotel ter referido um percurso ao lado da Universidade de Aveiro, na parte de baixo. Vou à procura, faço uma parte do percurso, mas não tem nada de especial. É um lamaçal, com um estrada muito estranha, pouco frequentada. Não me inspirou confiança e voltei ao centro da cidade.
Ainda fui até à Estação. E de lá meti-me por uma “paralela” à Lourenço Peixinho, tentando ver o que havia por ali. Era uma zona velha da cidade. Muitos prédios degradados.
Acabo sentado numa esplanada da enorme Praça Marquês de Pombal. Descanso, leio o jornal…
Ainda passo pelo Rossio e ali fico a ver os moliceiros, o Canal Central, as cores de um fim de tarde. Definitivamente adoptei aquele espaço.
Ao fim do dia, o fenómeno musical das andorinhas repete-se.
Aveiro fica bonito ao cair da noite.
Mas hoje foi um dia extenuante. A caminhada entre a Costa Nova e a Barra foi cansativa. Tenho a cara vermelha do sol… quase um pimento, não fosse noite de Santo António por terras de Lisboa. Um After Sun deve ajudar.
Amanhã será mais um dia.
O terceiro dia é mais calmo. A cidade está vista. Só faltam pormenores.
Logo de manhã, vou espreitar o canal que faltava, o Canal do Paraíso. Nome pomposo para um pequeno canal. Nada a relatar, além de ter encontrado vários gatos pelos arredores.
Faltava ir às Barrocas. Depois de encontrar o sítio no mapa, lá vou eu. Trata-se de uma igreja, encalhada numa zona habitacional, quase oculta. Está fechada.
Ali ao lado vejo uma coisa que nunca tinha visto ao vivo: um lavadouro público.
Regresso aos arredores do Fórum e por ali fico. A manhã está fresca. As pessoas começam a passar, as ruas a encher-se de gente.
Pouco depois é hora de voltar a Lisboa.
De outra cidade cantam que “tem mais encanto na hora da despedida”. Ainda nem parti e já sinto saudades de Aveiro.
Agarrei-me à cidade, ao seu ritmo, às suas cores, aos canais, aos jardins. É calma, pequena, sem a loucura de uma grande cidade. E tem espaços de repouso. Gostei imenso das praças que se abrem após ruas estreitas. Das esplanadas que nascem em muitos cantos. Da luz.
Depois de conhecer Aveiro, acho um abuso dizer que um dos adjectivos de Lisboa é “luz”.
Hei-de lá voltar, sem dúvida. Encheu-me as medidas.
É um sítio excelente para abrandar o ritmo. Para espairecer. Para permanecer.
E quero ver Aveiro vestida com as cores de Outono.
À descoberta de... Aveiro (dia 1)
Aproveitando os feriados e com uns dias de férias (tecnicamente é mais uma pausa…), fui à descoberta de Aveiro.
Mala a tiracolo, mapa na mão, e a indispensável máquina fotográfica.
Mala a tiracolo, mapa na mão, e a indispensável máquina fotográfica.
Logo pela manhã do dia 11, apanho o InterCidades rumo à Veneza portuguesa, como também é conhecida a cidade.
Chego por volta do meio-dia. E começo a descobrir a cidade, enquanto atravesso a Av. Lourenço Peixinho rumo à Praça Humberto Delgado.
Ali a desorientação começa. Os mapas que consegui na net são maus. Andei às voltas quase uma hora. Muitas ruas não têm qualquer placa com o nome (uma dificuldade que se irá repetir nos dias seguintes), as pessoas a quem perguntei também não sabiam. Nem um polícia, que disse que “deve ser por ali”. Obrigadinho.
(Outra descoberta quanto à toponímia aveirense são várias ruas com o mesmo nome. A mais comum é Homem Cristo...).
Volto à Rua Clube dos Galitos, e encontro ali em frente um edifício com o hotel que procurava. Não era ali, mas sim numa rua ao lado. O hotel tem dois espaços: um é hotel, outro é residencial.
Encontrado o sítio para estadia, a pergunta sacramental: tem um mapa da cidade?
Tinha. E a senhora que me atendeu, sabendo já que eu ia um bocado à descoberta, esteve ali a indicar-me uma série de sítios a visitar. Óptimo.
Depois do almoço, a grande experiência em Aveiro: passear nos moliceiros pelos canais que abraçam a cidade. É indescritível!
E tive a sorte de o “meu” barco ser guiado por dois malucos: um velhote, que teria 83 anos, e um rapaz que, se o encontrasse na rua, eu teria cuidado: aspecto algures entre marginal e Jesus Cristo. São estes dois que se vêem ali no centro da foto...
Durante o passeio, o rapaz ia contando o motivo dos nomes dos canais, um pouco da história da cidade, ia explicando como era a apanha do moliço, o que se passou no fim do Canal do Côjo, para actualmente ter o Lago da Fonte Nova…. E, também ali, o Hotel Melià Ria, o único no país com 9 estrelas. Gargalhada geral no barco. (Ficai curiosos, mas não vou contar onde está a piada disto…).
Com estes guias brincalhões e bem dispostos aprendemos que há dois tipos de barcos:
- mercantel: de poucas cores, com capacidade até 22 toneladas;
- moliceiro: coloridos, com quatros painéis, com capacidade à volta de 5 toneladas, transportavam o moliço para adubar as terras. Nos painéis estão retratados momentos da cida de Aveiro, um painel a apelar à nacionalidade, e um com uma frase "maldosa".
- que os canais têm nomes diferentes para os marnotos (homens dos moliceiros) saberem onde iam deixar o moliço. Os canais, tal como as ruas, têm nomes diferentes. Por exemplo, o Canal das Pirâmides chama-se assim por ficar ao lado da Troncalhada, onde surgem as pirâmides de sal...
Neste passeio começo a ter a noção de uma coisa: Aveiro é uma cidade-espelho. Toda ela se reflecte nos canais, e isto dá-lhe umas cores mágicas, irreais.
Feito o passeio de barco, depois fui fazer a pé um passeio mais ou menos semelhante, contornando o Canal Central e o Canal de S. Roque. Queria tirar fotografias a alguns sítios que vi quando tinha passado no barco: a ponte da “Abraço”, a ponte de Carcavelos, umas casinhas coloridas que tinha visto por ali…
É assim que vou parar ao Largo da Praça do Peixe. Uma praça toda modernaça, vestida de arquitectura bonita. E uma exposição no interior sobre espécies em extinção devido à pesca excessiva. O mercado estava fechado, mas sentei-me ali numa esplanada. Era hora de descansar, olhar, tirar uns apontamentos, estudar o mapa.
E reparo nesta particularidade...
Enquanto ali estou, aparece um senhor a tocar violino. Pobre, triste. Tenta entoar uma música portuguesa, a custo descubro qual. Ele, entretanto, tenta ganhar uma moeda das poucas pessoas na esplanada. Duas espanholas dão-lhe atenção. Ela lá vai, contente, tocar para elas. A moeda não veio, e foi embora tão triste como chegou.
Às espanholas disse que tinha tirado o curso na Escola de Música Pública Romena.
Após a pausa, vou tentar descobrir uma coisa que a senhora do hotel e o guia do barco tinham falado: a Troncalhada, onde são feitas as pirâmides de sal. Sigo junto ao Canal das Pirâmides. Chego a um espaço dividido em quadrículas gigantes, cheio de água, parece um pântano cuidado.
Oficialmente este local chama-se Eco-Museu Marinha da Troncalhada.
Regresso ao centro da cidade e tento descobrir a Sé. Ainda tenho de ficar à espera, pois uma procissão (é feriado, dia do Corpo de Deus) atravessa a rua. De seguida, desço por detrás do Fórum Aveiro (um centro comercial como todos os outros, mas em jeito de Campera, aberto. No Inverno, deve estar-se ali muito bem...).
A Sé não é nada de especial.
Ali ao centro, uma réplica do Cruzeiro de S. Domingos, monumento nacional. O original está no interior da Sé, para onde foi transportado em 1979.
Entretanto, sento-me nuns tijolos que lá estão para olhar o mapa, as indicações, o mail de uma aveirense... Fico a saber que ao fundo da avenida há um parque: o Parque Infante D. Pedro.
Fantástico! Verde, árvores imponentes, silêncio, pássaros, o fim do dia, um lago, patos… Um jardim Gulbenkian em estado quase selvagem. Muitas fotografias, à luz de um dia que se aproxima do ocaso. Aquelas cores... Fico maravilhado!
Quando ia a caminho deste parque, passei junto ao Museu Santa Joana Princesa. (Museu de Aveiro). Está fechado, mas à porta, isto:
Volto a subir a Av. Miguel Bombarda, a Av. Santa Joana, e vou até junto do Canal do Côjo. Caminho ao seu lado rumo ao Fórum Aveiro.
Depois de jantar, ando por ali e acabo por ficar no Rossio, tendo o Canal Central a cercar-me.
O pôr-do-sol chega.
Aveiro veste-se de novas cores. Os canais transformam-se em espelhos. São cores irreais.
Logo ao fim do primeiro dia, sou surpreendido por uma coisa fantástica, mesmo a meio da cidade: uma dança de andorinhas, com a sua melodia alegre e saltitante, sobre os céus centrais.
Para primeira tarde, Aveiro apaixonou-me!
As cores vivas das casas, dos barcos, os canais, a mistura entre arquitectura Arte Nova, edifícios mais antigos e outros bem modernos, as praças enormes, as pontes a cruzarem os canais…
Acho que confessar que tirei quase 250 fotografias é uma boa medida… mesmo eu sendo um fotógrafo compulsivo.
Logo conto o segundo dia…
Chego por volta do meio-dia. E começo a descobrir a cidade, enquanto atravesso a Av. Lourenço Peixinho rumo à Praça Humberto Delgado.
Ali a desorientação começa. Os mapas que consegui na net são maus. Andei às voltas quase uma hora. Muitas ruas não têm qualquer placa com o nome (uma dificuldade que se irá repetir nos dias seguintes), as pessoas a quem perguntei também não sabiam. Nem um polícia, que disse que “deve ser por ali”. Obrigadinho.
(Outra descoberta quanto à toponímia aveirense são várias ruas com o mesmo nome. A mais comum é Homem Cristo...).
Volto à Rua Clube dos Galitos, e encontro ali em frente um edifício com o hotel que procurava. Não era ali, mas sim numa rua ao lado. O hotel tem dois espaços: um é hotel, outro é residencial.
Encontrado o sítio para estadia, a pergunta sacramental: tem um mapa da cidade?
Tinha. E a senhora que me atendeu, sabendo já que eu ia um bocado à descoberta, esteve ali a indicar-me uma série de sítios a visitar. Óptimo.
Depois do almoço, a grande experiência em Aveiro: passear nos moliceiros pelos canais que abraçam a cidade. É indescritível!
E tive a sorte de o “meu” barco ser guiado por dois malucos: um velhote, que teria 83 anos, e um rapaz que, se o encontrasse na rua, eu teria cuidado: aspecto algures entre marginal e Jesus Cristo. São estes dois que se vêem ali no centro da foto...
Durante o passeio, o rapaz ia contando o motivo dos nomes dos canais, um pouco da história da cidade, ia explicando como era a apanha do moliço, o que se passou no fim do Canal do Côjo, para actualmente ter o Lago da Fonte Nova…. E, também ali, o Hotel Melià Ria, o único no país com 9 estrelas. Gargalhada geral no barco. (Ficai curiosos, mas não vou contar onde está a piada disto…).
Com estes guias brincalhões e bem dispostos aprendemos que há dois tipos de barcos:
- mercantel: de poucas cores, com capacidade até 22 toneladas;
- moliceiro: coloridos, com quatros painéis, com capacidade à volta de 5 toneladas, transportavam o moliço para adubar as terras. Nos painéis estão retratados momentos da cida de Aveiro, um painel a apelar à nacionalidade, e um com uma frase "maldosa".
- que os canais têm nomes diferentes para os marnotos (homens dos moliceiros) saberem onde iam deixar o moliço. Os canais, tal como as ruas, têm nomes diferentes. Por exemplo, o Canal das Pirâmides chama-se assim por ficar ao lado da Troncalhada, onde surgem as pirâmides de sal...
Neste passeio começo a ter a noção de uma coisa: Aveiro é uma cidade-espelho. Toda ela se reflecte nos canais, e isto dá-lhe umas cores mágicas, irreais.
Feito o passeio de barco, depois fui fazer a pé um passeio mais ou menos semelhante, contornando o Canal Central e o Canal de S. Roque. Queria tirar fotografias a alguns sítios que vi quando tinha passado no barco: a ponte da “Abraço”, a ponte de Carcavelos, umas casinhas coloridas que tinha visto por ali…
É assim que vou parar ao Largo da Praça do Peixe. Uma praça toda modernaça, vestida de arquitectura bonita. E uma exposição no interior sobre espécies em extinção devido à pesca excessiva. O mercado estava fechado, mas sentei-me ali numa esplanada. Era hora de descansar, olhar, tirar uns apontamentos, estudar o mapa.
E reparo nesta particularidade...
Enquanto ali estou, aparece um senhor a tocar violino. Pobre, triste. Tenta entoar uma música portuguesa, a custo descubro qual. Ele, entretanto, tenta ganhar uma moeda das poucas pessoas na esplanada. Duas espanholas dão-lhe atenção. Ela lá vai, contente, tocar para elas. A moeda não veio, e foi embora tão triste como chegou.
Às espanholas disse que tinha tirado o curso na Escola de Música Pública Romena.
Após a pausa, vou tentar descobrir uma coisa que a senhora do hotel e o guia do barco tinham falado: a Troncalhada, onde são feitas as pirâmides de sal. Sigo junto ao Canal das Pirâmides. Chego a um espaço dividido em quadrículas gigantes, cheio de água, parece um pântano cuidado.
Oficialmente este local chama-se Eco-Museu Marinha da Troncalhada.
Regresso ao centro da cidade e tento descobrir a Sé. Ainda tenho de ficar à espera, pois uma procissão (é feriado, dia do Corpo de Deus) atravessa a rua. De seguida, desço por detrás do Fórum Aveiro (um centro comercial como todos os outros, mas em jeito de Campera, aberto. No Inverno, deve estar-se ali muito bem...).
A Sé não é nada de especial.
Ali ao centro, uma réplica do Cruzeiro de S. Domingos, monumento nacional. O original está no interior da Sé, para onde foi transportado em 1979.
Entretanto, sento-me nuns tijolos que lá estão para olhar o mapa, as indicações, o mail de uma aveirense... Fico a saber que ao fundo da avenida há um parque: o Parque Infante D. Pedro.
Fantástico! Verde, árvores imponentes, silêncio, pássaros, o fim do dia, um lago, patos… Um jardim Gulbenkian em estado quase selvagem. Muitas fotografias, à luz de um dia que se aproxima do ocaso. Aquelas cores... Fico maravilhado!
Quando ia a caminho deste parque, passei junto ao Museu Santa Joana Princesa. (Museu de Aveiro). Está fechado, mas à porta, isto:
Volto a subir a Av. Miguel Bombarda, a Av. Santa Joana, e vou até junto do Canal do Côjo. Caminho ao seu lado rumo ao Fórum Aveiro.
Depois de jantar, ando por ali e acabo por ficar no Rossio, tendo o Canal Central a cercar-me.
O pôr-do-sol chega.
Aveiro veste-se de novas cores. Os canais transformam-se em espelhos. São cores irreais.
Logo ao fim do primeiro dia, sou surpreendido por uma coisa fantástica, mesmo a meio da cidade: uma dança de andorinhas, com a sua melodia alegre e saltitante, sobre os céus centrais.
Para primeira tarde, Aveiro apaixonou-me!
As cores vivas das casas, dos barcos, os canais, a mistura entre arquitectura Arte Nova, edifícios mais antigos e outros bem modernos, as praças enormes, as pontes a cruzarem os canais…
Acho que confessar que tirei quase 250 fotografias é uma boa medida… mesmo eu sendo um fotógrafo compulsivo.
Logo conto o segundo dia…
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