terça-feira, 29 de setembro de 2009

Perigo de derrocada

"Tenho por hobbie observar pessoas e imaginar quem elas levam lá dentro. Imaginar quantas pessoas há para além daquela e muitas das vezes perceber que não existe lá ninguém . Nada. Há pessoas que vivem sem ninguém lá dentro, ouviram? Porque estão vazias ou por as esvaziaram a dado momento e daí não serem habitáveis."

Do improvável Fernando Alvin, no Espero bem que não.

Vale a pena ler o texto completo.

CDS: mensagem entendida

«Não, não e outra vez não. A recusa vem acompanhada de frases igualmente definitivas: "Só se fossemos suicidas"; "Não foi para isso que votaram em nós"; "Seria muito pouco inteligente fazer isso". O "isso", entenda-se, é um acordo do CDS com os socialistas. Os democratas-cristãos até soletram : "N-A-O"» (DN)

A palavra de Cavaco

A declaração de Cavaco Silva, esta noite, é gravíssima. Porque não o fez antes das eleições?!
Percebo que não quisesse falar antes, para não interferir na campanha para as legislativas, mas fê-lo (e de que maneira!) quando demitiu Fernando Lima. Sem uma palavra, fez ruído suficiente.
As dúvidas que deixou são legítimas.
E as declarações que fez esta noite são graves. Acusa um dos contendores das eleições legislativas. Não seria útil para os cidadãos-eleitores saberem disto antes de votarem?
Teria sido mais esclarecedor que o tivesse feito.
Depois desta declaração, como vai Cavaco Silva dar posse a um governo liderado por José Sócrates e tutti quanti?

domingo, 27 de setembro de 2009

É oficial

592.064 eleitores
21 deputados

Resultados finais

(infografia do Público. Carregar na imagem para ampliar)


PS
2005: 45,0% (121 deputados)
2009: 36,6% (96)

PSD:
2005: 28,8% (75)
2009: 29,1% (78)

CDS
2005: 7,2% (12)
2009: 10,5% (21)

PCP
2005: 7,5% (14)
2009: 7,9% (15)

BE
2005: 6,4% (8)
2009: 9,9% (16)

Alguns dados:
- a esquerda só consegue a maioria absoluta se juntar PS + PCP + BE.
- PS + CDS formam maioria absoluta. Espero que o CDS não o faça.

Teve?

José Sócrates;
"O Partido Socialista teve esta noite uma extraordinária vitória eleitoral"

Camparando resultados: 2005 vs 2009

Com base na informação da RTP, é possível comparar os resultados das legislativas entre 2005 e 2009:

A dúvida da noite - 2

Sendo o PS vencedor destas eleições (com bem menos que em 2005: 45,03%), resta saber se se irá juntar a alguém.
E, caso se junte, com quem.

A dúvida da noite

A posição do CDS: 3º ou 4º.

As projecções da TVI dão-no em 3º lugar.
Os resultados oficiais neste momento dão-no também em 3º lugar.

Eu sempre disse que o CDS ia ter um grande resultado nestas eleições.
E este resultado tem um rosto: Paulo Portas.

Uma nota: qualquer que seja o resulta, o CDS não deve coligar-se com o PS. Perderia tudo o que ganhou nos últimos meses em termos de credibilidade e votação.

Vitória de Pirro

Alberto Martins (PS): "o PS teve uma grande vitória"

Vou ali rir e já volto.
Um partido que tinha uma maioria absoluta (absoluta!) passa a ter, no máximo, 40%... Uau!
Isto não é bem uma "grande vitória"...

Sondagens à boca de urna: gosto da da TVI.
Espero que se confirme o CDS como terceira força.

sábado, 26 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Parafraseando - 52


"Quando as pessoas são felizes, não reparam se é Inverno ou Verão."


Anthon Tchekhov

A Falar com Letras deu a chave da caixinha: "O segredo está em olhar para tudo com o mesmo deslumbramento que da primeira vez, como se tudo fosse novo e desconhecido. SEMPRE...!"

Um pré-balanço das eleições

Encerra-se esta noite a campanha eleitoral para as legislativas.
A campanha, tal como muitas outras, foi uma campanha de casos. Com muitos dos assuntos centrais para o país a serem deixados de lado.
As duas semanas de campanha oficial foram feitas a dois tempos. Na primeira parte, o PS atacou Manuela Ferreira Leite pela voz do líder. Na segunda parte, o trabalho sujo ficou para figuras de segunda linha. E Sócrates pôde olhar para a frente.
Manuela Ferreira Leite ficou muito agarrada à crítica ao governo e a Sócrates. Para descolar nesta segunda semana, precisava de olhar para frente. Quanto a mim, é isto que as últimas sondagens demonstram, deixando-a a 8% do PS.

Como está José Gil a afirmar agora na SIC-N, se as eleições tivessem sido em Junho, Sócrates teria perdido. Se a campanha durasse mais uma semana, com esta dinâmica de vitória, o PS repetiria a maioria absoluta.

Domingo é o veredicto real.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Heterónimos

Há dias em que me sinto um Fernando Pessoa pequenino, tantos são os espaços em que deixo um pouco de mim. Tantos são os eus em que me reconheço.

Uma sondagem para domingo

Hoje foi dia de sondagem.
O PS descola do empate técnico que tinha com o PSD a semana passada.
O PSD fica-se.
O BE – felizmente! – cai de 16% para 9%. E mesmo assim é muito voto.
O CDS e a CDU sobem, sendo que o primeiro ascende a quarto partido.

Há coisas boas e coisas más nesta sondagem.
A minha intenção de voto é pública. E acho que o CDS irá ter muitos mais votos doque a sondagem aponta.
Tendo em conta esta sondagem – que espero não se concretize – há algo que gostava de dizer para já: caso o PS seja vencedor, prefiro que o seja com o maior número possível de votos, para não ter de depender do BE.

Falsos alarmismos

Ontem, com direito a anúncio ministerial, esta notícia: "Homem com 41 anos é o primeiro caso de morte com gripe A"
Vamos ler a notícia no PÚBLICO e damos de caras com algumas frases que desmentem a própria notícia:
"Não é líquido, porém, para os médicos, que o vírus da gripe A tenha sido a causa directa da morte."
"O emigrante fez um transplante renal há 14 anos e estava em processo de rejeição do órgão."

Rrrrrr!!!!!
Esta notícia é igual a dizerem: o homem estava constipado e levou um tiro. Logo... morreu devido à constipação.
Bah!!!!
Quando param com estas barbaridades???

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Pai...

... hoje seriam 74.

A mão invisível

Pacheco Pereira tem razão quando afirma isto:

"O Presidente da República tem certamente coisas graves para dizer ao país e entendeu que se as dissesse interferia no acto eleitoral. Muito bem, compreende-se que o faça, embora também se interfira na campanha por omissão. Mas o Presidente rompeu o seu próprio silêncio e "falou" através da demissão do seu assessor de imprensa e, sendo assim, interferiu de facto na campanha eleitoral. Mais valia agora que dissesse tudo para não acordarmos no dia 28 sabendo coisas que mais valia que fossem conhecidas já. Para contarem para a decisão de voto dos portugueses, com cujo resultado final ele já está inevitavelmente comprometido." (Abrupto)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Cantinho do poeta - 58

Sísifo

Recomeça…
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

Miguel Torga, Diário XIII

O que falta saber

Tenho para mim que esta história das escutas em Belém, das palavras e actos de Cavaco Silva, e todo o folclore associado - potenciado pelo período eleitoral - está longe de estar bem explicada.
Cavaco não costuma perdoar falhas. Aguardamos pelo dia seguinte às eleições legislativas. Ganhe quem ganhe.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os meus amigos

"Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não me interessam os bons de espírito, nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não ri connosco não sabe sofrer connosco.
Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas que lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos.
Quero-os metade de infância e outra metade de velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril."

Oscar Wilde

Sete vidas - 16

Imagem gentilmente cedida pela M. do Estante de Livros

domingo, 20 de setembro de 2009

Para a minha irmã


Um filme brutalmente intenso.

O Cinecartaz faz uma bela resenha do filme:
“Concebida através de métodos de fertilização "in vitro", o nascimento de Anna Fitzgerald (Abigail Breslin) teve um objectivo preciso: salvar a sua irmã Kate (Sofia Vassilieva), com leucemia, através de um transplante de medula óssea.
Depois de onze anos de testes e hospitalizações, e estando Kate a precisar agora, e com urgência, de um transplante renal, Anna decide processar os seus próprios pais (Cameron Diaz e Jason Patric), pedindo emancipação médica de forma a ter total poder sobre o seu próprio corpo e deixar de ser tratada apenas como um meio para atingir um fim. O advogado Alexandre Campbell (Alec Baldwin) decide ajudá-la, "pro bono", neste processo delicado. Mas as razões de Anna são mais profundas do que aparentam...”

Com desempenhos excelentes de todos, sobretudo das duas irmãs, é um filme que nos toca profundamente. Os primeiros minutos, de uma simplicidade notável, e narrados pela Anna, anunciam já o que nos espera ao longo de toda a história.

Tal como me tem acontecido ultimamente nos filmes que vejo, saí com vários pontos de interrogação no lugar da cabeça:
- o que é o amor?
- o que fazemos quando amamos alguém?
- onde vamos buscar forças quando não as temos?
- até onde/quando podemos segurar/agarrar alguém que amamos?
- como é amar quando não sabemos como fazê-lo?
- onde fica o limite do amor que dedicamos a alguém?
- o segredo é libertar.

“Para a minha irmã” (originalmente My sister’s keeper) é um dos grandes filmes deste ano.
E revela-nos uma Cameron Diaz fora dos registos habituais, mas muito consistente.

A outra face do Bloco

Ontem o Expresso fazia capa com aquilo que o BE condena publicamente, mas beneficia em privado.
Esta dualidade é ainda mais grave quando um partido - como o BE faz permanentemente! - apregoa a pureza e a política asséptica (ou outras coisas deste género).

Roubando parte de um post ao Corta-fitas:
"O problema aqui é ético. Quem se dedica à vida pública e à política em particular não pode, de modo algum, apregoar uma coisa e fazer outra. Muitas das coisas que o Bloco defende, e o Daniel sabe-o, interferem com aspectos da vida privada dos cidadãos e, como tal, quem defende estas interferências tem de sofrer consequências. O Bloco condena os especuladores da bolsa, os accionistas, o capitalismo – para facilitar. Ora, ao condenar o capitalismo em público tirando dele os benefícios que traz em privado é simplesmente hipócrita."

Uma das coisas boas desta campanha eleitoral é o facto de finalmente alguém ter começado a olhar para dentro do programa deste partido.
O primeiro foi Sócrates no debate com Louçã. Depois foi Portas.
Infelizmente o programa totalitário deste partido-maravilha não tem sido devidamente esmiuçado. Apenas se olha para a retórica de Louçã. E muitos vão embalados nisso.
Como se viu nesses debates, ou mesmo no Gato Fedorento, Louçã muda de expressão e fica atrapalhado quando confrontado com meia dúzia de medidas que tem no seu programa.
Mas é isso que é preciso fazer: descascar o BE da sua retórica.
A ver se os ingénuos que irão votar no BE continuariam a votar se de facto vissem o que se esconde ali. E os menos ingénuos jovens que votam BE iriam ficar felizes caso este partido chegue ao governo e destrua o seu modelo de vida.

E se há coisa que o Bloco de Esquerda não é, é um partido de centro.
É um partido de esquerda radical.

Podem espreitar uma lista dos disparates propostos no programa do BE aqui.
Quem quiser viver na Albânia, faça favor de votar nestes senhores.

É isto que é preciso ver!

sábado, 19 de setembro de 2009


Sou muito mais do que pareço e menos do que gostaria de ser.


Sete vidas - 15

A caminho do dia 27...

A caminho das eleições legislativas, várias sondagens vão surgindo.
Há uma semana havia um empate técnico entre PS e PSD. Nos inquéritos desta semana, já com os debates concluídos, depois do “escândalo TVI” e com alguns candidatos esmiuçados no Gato Fedorento, o PS surgem com algum destaque face ao PSD. No entanto, ainda bem longe da maioria absoluta.
A indefinição de resultados é uma constante. Ninguém sabe o que se irá passar a 27 de Setembro. E no dia seguinte.
Uma maioria absoluta parece longe de qualquer horizonte.
Se assim for, e dada a previsível fragmentação parlamentar, os próximos dois anos serão dramáticos politicamente. Falo em dois anos porque também me parece que daqui a dois anos teremos novas eleições legislativas.
Para já…
O PSD não descola.
O PS não convence.
Há quem acredite que o BE é um partido de centro. Eles próprios “acreditam” nisso. Isto arrepia-me.
O CDS está a fazer uma boa campanha. Promissora. Até nas sondagens.
O PCP (ou CDU…) mantém-se igual a si mesmo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Esmiuçar os sufrágios - MFL

Manuela Ferreira Leite foi esmiuçada hoje pelos Gato Fedorento.
Sem comparação possível com Sócrates ontem.
Sócrates estava mais que ensaiado.
Manuela Ferreira Leite foi genuína, natural, irónica, humana, com humor, inteligente.
Sem nada a ver com
a prestação francamente má de Sócrates ontem.
Viu-se que MFL ficava atrapalhada em várias perguntas. Pensava no que ia dizer. Mas as suas respostas surpreendiam. "Entalaram" o Ricardo Araújo Pereira frequentemente.
RAP esteve bem: interventivo, provocador. Como devia ter estado ontem.

Deve ter ganho uma série de votos nos breves minutos que passou no programa da SIC.

Amanhã será a vez de Paulo Portas ser esmiuçado.

Hush Hush

Gosto desta música das The Pussycat Dolls:



E aquela parte final com outra música de que sempre gostei, a "first I was affraid..."
Em grupo, levantar a perna... Cansativo, mas brutal!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Esmiuçar os sufrágios - Sócrates

A SIC estreou hoje o programa "Gato Fedorento esmiúça os sufrágios".
Na primeira parte, alguns sketches apresentados por alguns "conhecidos humoristas".
Na segunda parte, Sócrates sujeitou-se ao humor do Ricardo Araújo Pereira (RAP).

Embora um bocado formatado, sério, quando comparado com programas semelhantes nos EUA (veja-se o genial Daily Show, com Jon Stewart), correu bem.

A começar, RAP recorre a uma cábula onde vai lendo as perguntas: o Magalhães.
Um reparo no seu desempenho: como Gato, ele tem mais acutilância. Em vez de apenas fazer a pergunta e ficar à espera da resposta, sem qualquer interrupção, devia ir picando o convidado, provocando. Ao jeito de Jon Stewart.

Sócrates foi respondendo com a pele de primeiro-ministro, muito sério. Se entrasse mais na brincadeira, teria tido mais piada. Mas não correu mal para primeiro programa.

Amanhã a convidada será Manuela Ferreira Leite. Estou curioso.
Na SIC, pelas 21h30.

Isto é que é falar!

«Há cinco dias que PS e PSD só sabem discutir o TGV, portanto, aquilo que os separa é uma bitola. Ora o país tem problemas mais importantes, meio milhão de desempregados a subir todos os dias, milhares de falências de pequenas e médias empresas, uma carga fiscal pesadíssima sobre as famílias e empresas, a agricultura de rastos, a insegurança é o que é, a justiça ninguém confia», destacou Paulo Portas.

Ou se está para fazer campanha para vencer, ou se está a fazer campanha para empatar...
Portas, se estivesse, por exemplo, no PSD, já tinha sido primeiro-ministro.

Coisas que só a mim...

Hoje, ao entrar no prédio, a vizinha de cima estava à porta. Cumprimentei, regra de boa educação. A senhora, apoiada na sua bengala, atira qualquer coisa como isto: "gosto muito do menino".
Fiquei um bocado sem reacção.
E depois... "o menino anda sempre tão limpinho, bem vestido. Põe a roupa a secar tão bem., toda direitinha. Queixo-me sempre à empregada da minha filha, que não sabe fazer nada. Já lhe disse que devia ver um rapazinho no meu prédio. A minha filha vive em Coimbra, é médica.
Já disse ao meu marido, deve trabalhar na Caixa..."
Ahahahah

Agradeço a bondade, a simpatia.
Respondo circunstancialmente: "tive de aprender a fazer as coisas".

Isto é que seria uma sogra como deve ser. Terá alguma filha interessante?
lol

Pelos ares

Este fim-de-semana, o Douro à beira-Porto esteve de olhos postos no céu...

Foto: Balazs Gardi for Global-Newsroom/Reuters

domingo, 13 de setembro de 2009

Um dia de Setembro

Em dia de Setembro a cheirar a Outono, fui passear para os lados de Belém.
Marginal à beira-rio, com a ciclovia concluída. Ficou muito bem! E os novos bancos convidam a permanecer a olhar o Tejo.
Hoje, para além do passeio refrescante, ficam duas imagens (das 100 que captei... terei abusado?)


Enquanto ali estava a sentir a maresia e embrenhado num livro, este monstro sai de Lisboa: o Grand Princess.

Sócrates vs. Manuela Ferreira Leite

Apenas uma frase: numa situação de empate técnico, como apontam as sondagens, nenhum deles teve o golpe de asa para descolar (notícia do debate aqui).
Sócrates, demagogo e em versão "animal feroz amansado", debitava os grandes feitos da sua governação maravilha e ia ao passado para entalar (é essa a palavra) a sua opositora de debate.
MFL, um pouco desajeitada nas palavras, lá explicava pouca coisa e não se comprometia com nada, por não saber a real situação do país. Quando a questão do TGV saltou para cima da mesa, ela não devia ter aquele tipo de tirada nacionalista e anti-espanhola. Há outras maneiras de dizer as coisas...
Uma coisa que gostei em Ferreira Leite é quando, fazendo frente a Sócrates sobre os famigerados "apoios sociais", ela contrapõe que se se criar riqueza suficiente para todos não são necessários apoios sociais.
Haverá incomodados com isto, mas é esta a questão central: ou se cria riqueza para todos, ou se continua a distribuir esmolas aos pobres, ao país todo. É a diferença entre distribuir riqueza ou distribuir pobreza.

Confesso que, algures entre a discussão da segurança social e da educação, adormeci. Não me lembro de nada do que tenham dito entretanto.

MFL, se quiser ganhar as eleições, tem de ser mais afirmativa, mais rápida na resposta, mais acutilante.
Da parte de Sócrates, o que se dá agora atenção é a uma baboseira óbvia: "com novo governo haverá novos ministros". Nada mais natural. Mas há quem goste de circo.

--- // ---

Numa rápida avaliação pela prestação dos vários candidatos, o seguinte:
- candidatos com vontade de ganhar votos: Portas e Louça;
- candidatos à procura de não perder votos: Sócrates e Ferreira Leite;
- candidato a falar para os seus eleitores habituais: Jerónimo de Sousa.

Aqui podemos ver ou rever os vários debates: RTP.

Bússola eleitoral

Em tempo de campanha, perto do momento da escolha política para Portugal nos próximos anos (?), há um site que pode ajudar alguns indecisos.
Trata-se da Bússola Eleitoral.
Através da resposta a quase 30 questões bastante simples, podemos ficar a saber em que quadrante político estamos (isto a partir dos programas eleitorais que os vários partidos apresentaram nas eleições de 2005).
Depois, temos uma pequena sondagem sobre a nossa identificação com os vários partidos e respectivos líderes. Quem quiser, pode registar os seus dados.

O meu resultado... ontem, deu que estou mais próximo do MPT e mais afastado do BE.
Hoje, repetindo o exercício, estou mais próximo do CDS e continuo extremamente afastado do BE.

A nível do resultado da concordância com os partidos, ontem era mais próximo do PSD (no meu resultado, o CDS aparecia em 3º lugar), e mais longínquo do BE. Hoje mantenho o afastamento do BE e estou mais próximo do CDS.

Outro resultado não seria de esperar da minha parte.

Este é um exercício muito interessante.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Parafraseando - 51


"Um pouco de loucura previne o excesso de tolice."

Blog Mude

Há 20 anos

Há 20 anos era sábado...
Há 20 anos e um dia abandonámos a Venezuela, em ano de turbulência política (constante nos últimos anos), sob a presidência de Carlos Andrés Perez, e a minha família voltou a Portugal. Aterrámos na Madeira.
No percurso entre o aeroporto (então minúsculo) e a casa, lembro-me de me sentir dentro de um cenário de banda desenhada: aquelas paisagens rurais, aquelas casinhas, aquelas estradas estreitas, os carros tão diferentes do que estava habituado...
Uma família que não conhecia. Uma língua que não conhecia. Um meio rural, para mim desconhecido.
Lembro-me de que tanto eu como a minha irmã fomos vítimas de uma mezinha: para não adoecermos com a mudança de clima, bebemos um chá de terra. Sim, isso mesmo!

Entretanto, muitos anos passaram...

Portas vs. Ferreira Leite

Um debate duro, entre o "falar verdade" e o "falar claro".
Serei faccioso, mas acho que Portas venceu claramente o debate. Foi afirmativo, apresentou as soluções do CDS, foi aguerrido. Houve um contraste claro entre a rapidez de raciocínio e facilidade de expressão de Portas, por um lado, e o perfil de Manuela Ferreira Leite, por outro. (E noto que, à excepção da primeira questão, todas as perguntas foram colocadas em primeiro lugar à líder do PSD).
Manuela Ferreira Leite, maquilhada como um mimo (já ninguém sabe maquilhar as pessoas na TV?), muitas vezes esteve com o ar "não há pachorra". Pareceu-me que ela quase não queria apresentar as suas medidas. Muitas medidas são mais de centro, enquanto Paulo Portas puxava a corda em várias áreas: sociais (rendimento de inserção), economia, medidas fiscais, segurança...
Talvez Portas, tendo em conta a situação económico-financeira do país, devesse ser mais prudente, mas por vezes a melhor solução é escolher um dos lados. É essa clareza que o distingue de Ferreira Leite.

No final, uma pergunta de Judite de Sousa a Manuela Ferreira Leite, que permite a esta estabelecer uma ponte. Afinal, há afinidades entre os dois partidos, apesar das diferenças.

Amanhã haverá confronto entre Portas e Louçã, na RTP. Imperdível.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A crise não acabou, pois não...

«Um ano depois do colapso do banco de investimento norte-americano (Lehman Brothers), Alan Greenspan deixa o aviso: "A crise vai voltar a repetir-se embora em moldes diferentes."
Num diagnósticos à situação, Greenspan diz que a crise foi alavancada pelo crédito hipotecário de alto risco, acrescentando que qualquer outro factor poderia ter funcionado como catalizador. Se não fossem os activos tóxicos, "mais cedo ou mais tarde" qualquer outra coisa teria servido de gatilho para a crise, assegura Greenspan.» (Jornal I)

Eu não percebo nada de economia e finanças, mas acho que a crise não foi ultrapassada em lado nenhum. A única coisa que se fez foi deitar dinheiro para cima. De resto, tudo na mesma.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sócrates vs. Louçã

Embora não tendo visto o debate na totalidade, Sócrates saiu-se bem frente a Louçã, e encostou-o às cordas com a leitura do programa do BE que refere a "eliminação dos benefícios fiscais". O amarelo sorriso de Louçã dizia tudo.
Sócrates, com a matéria bem estudada, utilizou o veneno constante de Louçã: papel na mão, uma citação e foi por aí fora, entalando o líder do BE. E agitou q.b. o que essa medida de Louçã significava para a classe média. Sócrates fez questão de apontar as vítimas de uma medida dessa natureza: funcionários públicos, professores, ... e não os "Amorim" que tanto apaixonam a verve de Louçã.

Tendo em conta que as pessoas votam com a carteira na mão, isto deve ter tirado uns votos a Louçã.

Paulo Teixeira Pinto - uma vida

A Sábado desta semana (que hoje acaba) traz na capa "A nova vida depois do BCP" de Paulo Teixeira Pinto (PTP). Só hoje tive oportunidade de ler esta notável reportagem.
Um homem de 47 anos, cujo mundo desabou nos últimos anos: a saída do BCP, o divórcio, a morte súbita de um filho, a descoberta da doença de Parkinson.
No entanto, apesar destas circunstâncias, PTP é um homem que olha o futuro. Com garra, sem deitar os braços abaixo. Tem um espaço em Alfama, onde se dedica às suas paixões: pintura, leitura, tocar bateria, escrever poesia. Está a preparar exposições suas em vários espaços.
Um homem que toma nota de tudo em pequeno Moleskines. Mas, no fim do ano, destrói tudo: "Deito fora tudo o que me diga respeito: entrevistas, agendas, jornais, cadernos de apontamentos. Já me chega ter vivido as coisas, não preciso de ter um museu privativo."
Um homem com os dias cheios de tanto: aulas na Católica, a Guimarães Editora, consultor em várias instituições, membro da Causa Real...

Foi das melhores, mais cheias de esperança e mais interessantes reportagens que li nos últimos tempos!!

Há alguns dias, como faço habitualmente, levei a revista para o trabalho e deixei com a senhora da recepção. Depois ela comentou comigo qualquer coisa como: quem diria? um homem que teve tanta coisa e que só tem tido momentos de sofrimento e bla bla bla... Tudo amarfanhado e cheio de tristeza.
Hoje, ao ler o texto, realço a força deste homem, a Vida que lhe corre nas veias. Um homem com projectos, com olhares para além, fixo no futuro.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sida: campanha choque

Na Alemanha, uma campanha contra a sida:


A legenda: "a sida é um assassino de massas".

"A ideia foi de uma agência de publicidade chamada Das Commitee, que criou cartazes semelhantes com outros ditadores, como o líder soviético Estaline ou o iraquiano Saddam Hussein"

Um anúncio forte, e com algum humor (digo eu).

Paulo Portas vs Jerónimo de Sousa

Um bom debate!
Jerónimo de Sousa não estava anestesiado como apareceu frente e Sócrates.
Portas foi igual a si próprio: vivo, enérgico, provocador, lúcido.
Jerónimo vinha com os chavões de sempre do PCP. Alguns, tirando a carga ideológica, com toda a razão.
Portas a explicar muito bem, por exemplo, o que quer para a saúde. Semelhante a Manuela Ferreira Leite, mas mais seguro, confiante, claro.
Convergência entre ambos no que à agricultura diz respeito. Com Portas mais duro e acutilante, e documentado.

Um debate assim vale a pena!

domingo, 6 de setembro de 2009

Ferreira Leite vs Louçã

O frente-a-frente entre Manuela Ferreira Leite e Francisco Louçã abre com as nacionalizações propostas por este. Diz os disparates de sempre. Ferreira Leite, questionada, responde bem: o que é que o país ganhou com as nacionalizações do pós 25 de Abril, das quais ainda pagamos o preço?

Gostei do debate.
Louça, como sempre, a achar-se dono da verdade e a destilar ódio por todos os poros.
Manuela Ferreira Leite esteve bem no debate, segura, a fazer frente à demagogia e totalitarismo de Louça embrulhados em "liberdade".
Houve confronto. Houve diferença. Houve soluções contrárias para os problemas. Há programas diferentes.
De um lado, há soluções de governo. Do outro, há espalhafato de oposição.

Mais um desafio...

A minha chérie Blogadinha dos Virtuais lançou-me o desafio J'adore tien blog.
As normas obrigam a afixar o selo e as regras: indicar cinco coisas que gostamos na vida e redireccionar a 10 blogues.

Cinco coisas que gosto:
- fotografia
- ler
- rir
- passear / andar a pé
- uma esplanada, uma bela conversa com um amigo

Os 10 blogues que marco são:
- Falar com letras
- Trambolhão
- Pensamentos de Borboleta
- As Minhas Pequenas Coisas
- Omnia Vincit Amor
- Jingas
- Aqui há gato...
- Mundo Gato
-… afinal o desafio é só para 8…

Aniversariantes do dia

Hoje há dois aniversariantes em Portugal:

- José Sócrates, 52
Primeiro-ministro, líder do PS, propagandista exímio, engenheiro de todos nós...

- Adriano Moreira, 87
Professor universitário, ex-ministro do Ultramar no tempo de Salazar, estudioso das questões do Estado e da ciência política. Apesar da idade, um homem lúcido que nos deixa permanentemente espantados quando se pronuncia sobre algum assunto.

sábado, 5 de setembro de 2009

Quero...

... um Toshiba com (Mena) Cautela

Pode ser com beijo na boca, como no 5 para a Meia-Noite.

TVI: culpas solteiras

Ainda o caso do Jornal Nacional de Sexta...
Hoje, no Público, este título: "Ninguém quer assumir o fim do Jornal de Moura Guedes"

Para clarificação do episódio que marca a actualidade político-informativa portuguesa, este título é revelador de muita coisa. Ao ler a notícia em causa, fica no ar algo muito mal explicado.
Se, como diz o governo (e Mário Soares), é uma simples decisão tomada por uma empresa, a que se deve esta embrulhada?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cantinho do poeta - 57

Um poema de Eugénio de Andrade, um dos meus poetas predilectos.
De vez em quando lembro-me do primeiro verso desta "viagem", feita de antítese (ou não). O verso ecoa na minha cabeça com a voz tonitruante de um Manuel Alegre.

VIAGEM

Iremos juntos separados,
as palavras mordidas uma a uma,
taciturnas, cintilantes
- ó meu amor, constelação de bruma,
ombro dos meus braços hesitantes.
Esquecidos, lembrados, repetidos
na boca dos amantes que se beijam
no alto dos navios;
desfeitos ambos, ambos inteiros,
no rasto dos peixes luminosos,
afogados na voz dos marinheiros.

Crazy Little Thing Called Love

Ouvi na Antena 1, no programa "As Canções da Minha Vida", esta versão da música dos Queen, em Wembley, em Abril de 1992. Um tributo a Freddie Mercury, falecido há poucos meses (Novembro de 1991).
Cá fica:



Entretanto, está previsto para Novembro um novo álbum com os 20 greatests hits dos Queen. Eu quero.


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"Setembro foi o mês..."

Hoje a meio da tarde, repentinamente, reparei no seguinte:
- na próxima semana passam 20 anos desde que eu e a minha família viemos para Portugal (versão Madeira);
- dia 23 de Setembro faz 14 anos que vim estudar para Lisboa. E que por cá fiquei.

Em Setembro são só datas a assinalar.
Tenho de me lembrar de mais algumas.

Em política, o que parece é

Logo de manhã, a bomba: o Jornal Nacional de sexta-feira, na TVI, era suspenso.
De seguida, a Direcção de Informação, da qual também faz parte Manuela Moura Guedes, apresentadora do noticiário em causa, demite-se em bloco. Um protesto.
As informações e contra-informações sucedem-se.
Manuela Moura Guedes, em entrevista, diz que a TVI tinha pronta uma peça sobre o caso Freeport. Peça que serie emitida amanhã, dia em que o noticiário voltava após as férias.
A Prisa vem dizer que a suspensão do polémico programa se prende com razões económicas.
As reacções dos partidos políticos sucedem-se.
A ERC, em vez de se preocupar com a dúvida legítima que paira sobre o que motivou a suspensão do noticiário, dispara ao lado: a oportunidade desta suspensão (dando a entender que “agora não dá jeito ao governo”…) Isto é o que ouvi da boca do seu presidente, na TVI.
Entretanto, lê-se no comunicado da ERC: "Perante a situação descrita e a eventual violação de valores com dignidade constitucional, de que é exemplo a liberdade de imprensa, o Conselho Regulador delibera, no âmbito das suas atribuições relativas à defesa do 'livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa', a imediata abertura, com carácter de urgência, de um processo de averiguações"

Notas ao lado:
- dia 27 de Setembro há eleições legislativas;
- em Fevereiro, no Congresso do PS, Sócrates atacou sobejamente a TVI e o Jornal Nacional das sextas-feiras;
- há uns meses, no parlamento, o mesmo Sócrates deixou no ar a ideia da intervenção estatal no canal através da PT. E por essa via afastar Manuela Moura Guedes.
- o currículo deste governo tem demasiadas zonas sombrias no que à liberdade de imprensa diz respeito;
- o currículo deste governo tem muitas actuações duvidosas no que à liberdade diz respeito (lembrar casos do professor Charrua, de um centro de saúde não sei onde, das polícias nas escolas devido a manifestações…).
- a mão deste governo no mundo empresarial também é abusiva.
- estes casos, bem explorados pela oposição, retiram uma bela resma de votos a Sócrates. E a altura não podia vir mais a jeito. E foi o próprio primeiro-ministro que se pôs a jeito.
O PS perdeu hoje as eleições. Definitivamente.

Já dizia Salazar: "em política, tudo o que parece é".

E o clima de asfixia democrática é demasiado pesado nesta longa legislatura do PS-Sócrates.

Mais 4 anos de governo Sócrates? JAMAIS!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tempo de campanha

Não vi a entrevista de Sócrates ontem, à RTP.
Quanto ao debate de hoje entre Sócrates e Paulo Portas, soube-me a pouco.
Às tantas tornou-se incidental.
E Sócrates estava fora de si com umas coisas que o líder do CDS disse.

Pro várias vezes o líder do PS disse isto: "eu não sou optimista ou pessimista. Eu sou determinado".
Isto é mesmo o quê?

Assim como assim, os debates ser-me-ão indiferentes - a minha opção de voto já está feita.


Um aparte:
por estes dias, tanto Sócrates como a ministra da Educação, didactas, vieram dizer que o problema da política de educação do seu governo tinha sido a sua explicação, não as políticas em si.
Esta moda actual de dizer que o mal das coisas é a forma como são ditas, e não o seu efectivo conteúdo, faz-me comichão no céu da boca.

Killer instinct

Manuela Ferreira Leite, assassina, a propósito da entrevista de Sócrates ontem na RTP:

“Poucos acreditaram que José Sócrates não estava a representar”

terça-feira, 1 de setembro de 2009