terça-feira, 29 de novembro de 2011

Fado a Metro

Ao andar no Metro, hoje, reparei que a música ambiente nas estações é fado.
Acho bem.
É uma forma de se associarem à recente consagração como Património Imaterial da Humanidade.
Além disso, promovem música portuguesa. 
E se forem mudando de registo de vez em quando, andar de Metro fica mais agradável.
Daqui a uns dias a envolvente musical deverá ser o Natal. Depois pode seguir-se o samba. De seguida, as Estações de Vivaldi...
Não convém é abusar dos géneros.

Um aspecto altamente positivo: acabaram aquelas telas onde eram projectados anúncios publicitários até à exaustão, com música em altos berros.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Curtas


Se o IVA é uma forma de taxar bens e serviços consoante a sua necessidade, não é o sector da restauração mais básico e necessário que os festivais de verão?
Da forma como os concertos das grandes estrelas internacionais esgotam, é óbvio que a cultura é um sector necessitado...
Aumentar o IVA de um bilhete de concerto de 6% para 13% pode ser um aumento de mais de 100%, mas aumentar o IVA na restauração de 13% para 23% é uma aumento semelhante. Apenas uma diferença: num restaurante, a comida mata a fome.

Agora vamos ver se em 5 anos estamos no mesmo nível de desenvolvimento dos países com poucos feriados.
O problema de Portugal não é a quantidade de horas trabalhadas (que costuma ser superior aos países desenvolvidos). O problema é a organização do trabalho.
"Acontece que Portugal já é o quarto país da zona euro que trabalha mais horas, o que prova que o problema é o que se faz durante essas horas: falta de produtividade. Para trabalhar melhor é preciso melhores gestores." (Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, na Sábado de 03 Novembro).
Seja meia hora por dia, sejam mais dias de trabalho por ano (por via da eliminação de feriados, pontes e dias suplementares de férias), a produtividade não aumenta automaticamente.
Ainda hoje o presidente da CIP dizia que há outros factores mais favoráveis para as empresas (custos de energia, licenças...)

Os olhos, essa sem vergonhice...



"As mulheres da Arábia Saudita podem vir a ser obrigadas a cobrir os olhos sempre que estes forem considerados atraentes. 
O objectivo é evitar que as mulheres exponham em público tal tentação. Até agora, as mulheres sauditas já são obrigadas a usar uma túnica negra, chamada “Abaya”, para cobrir o corpo. 
A proposta foi enviada para a Comissão de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício que deverá emitir um parecer, refere o “Daily Mail”." (Via Ionline.)

Sem comentários...

sábado, 26 de novembro de 2011

Madeira: apenas uma indignada


Revelador.


Uma professora de música no Conservatório da Madeira, Carla Abreu, que organizou hoje, pela segunda vez, uma manifestação de indignados no Funchal, está "bastante desiludida" com a inércia dos madeirenses.

Carla Abreu lamentou o facto de ninguém ter comparecido ao repto que lançou no facebook para uma concentração de indignados esta tarde no parque de Santa Catarina, no Funchal, contra as medidas lesivas dos direitos dos trabalhadores.
"Estou muito desiludida e sinceramente não percebo como é que as pessoas falam, se queixam e depois não agem", sublinha.
A manifestação foi convocada depois de uma primeira, a 15 de outubro, promovida por Carla Abreu, na sequência do que se passava noutras zonas do país.
Então, como "muitos disseram que não aderiram porque não souberam a tempo, porque foi feito muito em cima da hora, porque não ouviram", a organizadora decidiu avançar com outra iniciativa do género.
Agora, perante a ausência de participantes, Carla Abreu recusa voltar a promover ações deste género: "Fico com a minha indignação e cada qual com a sua".

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

20 anos sem A voz

Freddie Mercury desapareceu há 20 anos.
Génio, excentricidade e voz permanecem.





A greve

Hoje o dia foi marcado por uma greve geral convocada pela CGTP e UGT.
A greve é um direito constitucional. 
Os cidadãos têm direito e motivos para estar descontentes com a situação do país.

Mas muitos desses cidadãos são os mesmos que exigem tudo do Estado, que lhes deve dar tudo de graça. Esquecendo que o "de graça" é pago pelos impostos de todos nós.
São muitos desses cidadãos que se vangloriam de fugir ao fisco, de arranjar esquemas, que gostam de trafulhar o Estado e cada um dos seus concidadãos.

São ainda cidadãos os que vandalizaram três repartições de finanças em Lisboa. Quem vai pagar a reparação desses actos de vandalismo? Os mesmos que se queixam do Estado lhes aumentar os impostos. Com essa destruição, evidentemente, esses vândalos reduziram a despesa do Estado e criaram riqueza (que o país precisa como de pão para a boca).

Além disto, muitos grevistas, cheios de direitos, impedem de ir trabalhar quem assim quer. Mas eles têm direitos. Quem quer ir trabalhar não tem direitos e é reaccionário e fascista.
Protestam, reclamam, insultam, destroem e dizem "se a gente não fizer nada, continua tudo na mesma". O que resolveu a greve? 
Com a greve, o país ganhou o quê? Quanto? Qual a riqueza que o país perdeu com esta greve?  Carvalho da Silva e João Proença sabem? Põem do seu bolso essa riqueza no país?
Gritam ainda que "O povo unido jamais será vencido". E se usassem essa união e força para ajudar a desenvolver o país?

Os cortes de rating de hoje não são por acaso. São o sinal do que vai acontecer se muitos continuarem a achar que o caminho para sair desta situação é paralisar o país.
Se Portugal não se ajudar, ninguém nos vem ajudar de fora.

A cidadania tem de se exercer de forma diferente.
O país somos nós.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Espanha azul - 2

O mapa de Espanha ficou assim:


Uma cor que me agrada.

Ao seguir a noite eleitoral espanhola pela TVE não pude deixar de reparar numa coisa: a quantidade de mulheres. E bonitas. Quer jornalistas, quer políticas do PP.
De facto, Espanha é bem frequentada.

sábado, 19 de novembro de 2011

A casa dos mil espelhos

Há muito tempo atrás, numa aldeia distante, existia um misterioso palacete conhecido como "a casa dos mil espelhos". 
Certo dia, um cãozinho muito feliz (e cheio de curiosidade, diga-se) entrou nesse lugar. Ao chegar lá correu por todo lado, com as orelhinhas levantadas e a cauda a abanar de contentamento. 
Para sua surpresa, deparou-se com outros mil cãezinhos felizes, que abanavam a cauda tão rapidamente quanto ele. Sorriu para eles e recebeu em troca mil enormes sorrisos. 
Quando saiu daquela casa pensou: "Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre aqui, muitas e muitas vezes!". 
Pouco tempo depois, no mesmo palacete entrou um cão que não era tão feliz. Com olhar zangado e rosnando (andava chateado com a vida), olhou então em volta. Ficou ainda mais irritado, pois mil cães com olhar hostil olhavam-no fixamente, rosnando e mostrando-lhe os dentes. 
Quando saiu dali pensou: "Que lugar horrível! Nunca mais volto aqui!".

Descaradamente copiado de A Felicidade é o Caminho.

Espanha: 20N

Amanhã Espanha vai a votos escolher o novo governo.
Depois de Zapatero ter chegado à Moncloa em 2004 na sequência dos atentados de Madrid, e da trapalhada explicativa dada pelo governo de Aznar, amanhã é a vez do PSOE deixar o governo.
Mariano Rajoy, número dois de Aznar, sobreviveu a sete anos de oposição (que contraste com Portugal, em que as lideranças se sucedem nas oposiçõe!...), e amanhã chegará a Presidente do Governo espanhol.
Curioso como, desde o carismático Felipe Gonzalez, se sucedem homens supostamente sem carisma: José Maria Aznar (pelo PP) e José Luis Zapatero (pelo PSOE). Mas cujo alegado cinzentismo não os impediu de ter governos fortes, com rumos definidos, e abandonarem o cargo como quase senadores.
Aznar, acusado de falta de carisma antes de ser chefe de governo, afirmou: "o carisma vem com o poder".

O contraste com Portugal é visível na quantidade de governos e primeiros-ministros desde a democratização. Espanha: 9 governos, 5 primeiros-ministros; Portugal: 19 governos, 14 primeiros-ministros.
Isto diz muito sobre estabilidade política, desenvolvimento, rumo e peso internacional.

A cultura geral

Consta para aí que a Sábado andou a fazer perguntas sobre cultura geral a jovens universitários.
Consta ainda que há outras pessoas com falta de cultura geral.
Seja lá o que for, o facto é que "bla bla bla não é comigo."

Entretanto, eu ri à gargalhada com o programa do Bruno Nogueira sobre o assunto - aqui.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Onde é que eu assino?

"Não resisto a fazer um apelo para que acabem com as conferências de imprensa da troika. Eu gosto muito de ouvir o nosso Governo, acho que faz um excelente trabalho. Gosto muito de ouvir o sr. ministro das Finanças: ele é muito mais brilhante, mais competente e tem mais sentido de humor que os senhores da troika
"Mas ter de ouvir funcionários, sei lá, de quinta ou sétima linha, não eleitos democraticamente, virem cá dizer o que temos de fazer... Por favor, poupem-me. E venha a união política. Prefiro ter uma palavra a dizer na eleição da sra. Merkel"

Há umas semanas a Comissão Europeia (se não estou em erro) disse para a troika estar calada e não comentar a situação de Portugal.
Ontem foi o que se viu, a darem entrevistas e bitaites sobre o que deve ou não ser feito.
E estarem calados, não?
Por acaso, Portugal até tem um governo eleito recentemente.

Com anúncios assim, quase apetece mudar de operador.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Se não é...


É curioso como os mercados parece que andam a fazer tiro aos corvos. Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Itália, eis que voltam a mira para os restantes países.

A Europa está assim tão mal?
Os mercados têm assim tanto poder?
A política tem de se vergar à economia?

Não acho que a solução para a UE seja a peregrina ideia de Cavaco Silva de pôr o BCE a imprimir euros. Mas que a UE precisa de um rumo e liderança claros e fortes, disso não há dúvida. E não é escolhendo primeiros-ministros a dedo para os países como fizeram com os gregos e italianos.
Onde está a implementação do apaixonado discurso de Durão Barroso há umas semanas no Parlamento Europeu? 

Admito que actualmente seja difícil recuar para tempos de menos profusão informativa e de interdependência económico-financeira, mas a UE tem de se libertar desta pressão dos mercados e pôr a política a comandar os seus destinos (sem delírios voluntaristas como a Constituição Europeia).

Uma visão da Europa, uma paixão pela Europa, um líder para a Europa.

Se não for assim, se o objectivo não é acabar com a UE em meia dúzia de meses, parece.

domingo, 13 de novembro de 2011

Imagem sem palavras - 168


Se o Natal é quando o homem quiser, na minha casa já quis.

Blogosferando - 65


"Dez mil militares saíram à rua. Parece que estão fartos desta democracia que não respeita a sua condição e esperam resolver o assunto com alguma limpeza. Não são os únicos. Quando a intelligentzia europeia se fartou dos eleitores, nomeou presidentes honoríficos, repetiu referendos, delegou poderes nos excelentes políticos da França e da Alemanha e extinguiu consultas populares que considerava irresponsáveis. Quando os bancos se fartaram do Papandreu e do Berlusconi, chamaram aqueles rapazes do Grupo de Bilderberg e não se maçaram excessivamente com sufrágios. 

Por isso, agora vai ser um bocadinho mais difícil explicarmos aos militares que precisamos de eleitores, de eleitos, e dessas merdas que não servem para nada."

sábado, 12 de novembro de 2011

A lente do Prof. Marques Bessa

Por acaso, fui parar ao site do jornal O Diabo e encontro uma série de artigos do Prof. António Marques Bessa.
Para quem se interessa pelo que é de facto relevante, vale a pena ler o que escreve (mesmo tendo já 2 anos, a actualidade é notável).
Ao ler alguns desses textos, quase que o ouço ou vejo nas aulas de História Diplomática, ou nos jantares com alunos do ISCSP
Sempre igual a si próprio, inteligente, irónico, e olhando além da espuma dos dias.

A "democracia" dos mercados

Não deixa de ser curiosa - para não dizer perigosa - a forma como a crise está a aniquilar governos por toda a Europa.
Se até agora, antecipadamente ou não, ocorriam eleições que resultavam na mudança de governo (veja-se os casos de Portugal, Irlanda, Reino Unido, Grécia no início da crise...), parece que a norma mudou. Há uma semana a crise impôs um novo primeiro-ministro na Grécia - Lucas Papademos - e nestes dias ditou a saída de Berlusconi, em Itália, para dar lugar a Mario Monti.
Que o descontentamento popular leve a mudanças de governos é normal. O que não é normal é o governo mudar sem haver eleições, apenas para satisfazer os mercados (ou seja lá o que for). Por muito qualificados e tecnocratas que sejam os novos detentores dos cargos.
Podem chamar a isto o que quiserem, mas democracia não será certamente. E é um precedente muito perigoso esta forma de escolher governos.
Oxalá a Europa não se venha a arrepender. Nem nós, cidadãos europeus.
Se espirrares no Metro e uma lolita mulatinha ao teu lado disser "santinho", isso é Axe.

Lol

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Blogosferando - 64



No Corta-fitas:
"Ouvi Pedro Silva Pereira na TVI 24 a dizer que controlar o défice pelo lado da despesa do Estado é ser contra a Função Pública, defende este senhor que o défice deve ser reduzido pelo lado da receita (impostos). Pois o mal foi esse. É por isso que a esquerda é um desastre a Governar um país, e foi o Governo deste senhor que nos arrastou para este nível de défice e de dívida pública que nos pôs no olho do furacão da crise internacional de dívida soberana. 
Auto-estradas a metro, ordenados nas empresas públicas incomportáveis, progressões nas carreiras da função pública em vésperas das eleições, aumentos da função pública em véspera das eleições, foram estas políticas do Governo de Pedro Silva Pereira, que nos arrastaram para a crise de dívida soberana. 
Cortar o défice pelo lado das receitas é estar sujeito ao contexto económico internacional. O crescimento económico depende muito da conjuntura internacional, e por isso políticas de pôr o Estado a gastar e compensar isso cobrando muitos impostos, só sobrevivem em épocas de crescimento económico. Assim que a economia começa a decrescer, as receitas dos impostos baixam inevitavelmente. Logo o discurso deste senhor na televisão, que diz isto tudo com ar muito sério, não passa de uma charada e de uma mentira, como compete a um bom discípulo do maior falso que Governou este país."

Essa corja merecia era cadeia.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Muro de Berlim

Há 12 anos, no dia 9 de Novembro de 1989, tombava o Muro de Berlim. O muro que dividiu o mundo, além da cidade que lhe deu nome.


A corja




"Foi este o homem que criou o Copcon, responsável pela perversão das regras democráticas e pela criação de um clima de terror em 1975. Foi pelo seu próprio punho que foram  assinados vários mandatos de captura em branco.
Foi preso, julgado e condenado em tribunal, posteriormente libertado. Sendo um dos amnistiados, não cumpriu pena de um crime que nunca se arrependeu.

É ele, com a  arrogância e transparência de quem nunca acreditou na democracia, que nos ameaça subjugar a liberdade pela força das armas  sugerindo um golpe de estado militar.

Mesmo sendo hoje pouco mais que uma figura decorativa e ornamental repugnante e caricata, Otelo deve ser responsabilizada. Mesmo quando, como agora, reafirma a sua indigência intelectual. O estado de direito tem o dever de agir contra com quem o ameaça, seja por palavras ou actos ou sugestões. Se não o fizer, aos poucos perderá a sua força, legitimidade e continuidade.

 Foi apesar dele, que temos democracia. Será apesar dele que a manteremos."

Esta trupe de bandidos encartados, vestidos de democratas, são o pior perigo que uma sociedade pode ter. É o Otelo e o Vasco Gonçalves.
Democracia, para esta gente, é fazer-se a vontade deles.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ler em greve

Uma das coisas boas de dias como hoje, com greves, é que as longas esperas e demoras dos transportes permitem ler paginas e páginas de livros. 
Hoje, graças a isso, li umas 80 páginas d'A Curva do Rio.

Pois não, não faz sentido...


Em Madrid, por exemplo, vendo ao acaso os horários de algumas linhas, não fecha antes das 02h00 da manhã.

Não consegui ver noutra cidade europeia. Mas duvido que façam recolher obrigatório assim que anoitece.

Tolerância de ponto?!


O despacho assinado por Alberto João Jardim determina a dispensa ao serviço, a partir das 14h de amanhã, dos trabalhadores dos serviços públicos e dos institutos e empresas públicas sob tutela do Governo Regional. A ‘tolerância’ é dada para “permitir aos mesmos assistirem, pessoalmente ou através dos meios de comunicação social”, ao acto solene marcado para as 17h, na Assembleia Legislativa da Madeira, com transmissão em directo pelo centro regional da RTP. A dispensa não abrange os serviços que, pela sua natureza, tenham de manter-se em actividade, casos das escolas e unidades de saúde."

Com a situação em que o país - e a região - está, há tolerância de ponto?
Está tudo louco?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Procura-se o "Pierre"



O Pierre perdeu-se ontem (06 de Novembro) pelas 11h da manhã, na zona de Miraflores/Linda-a-Velha/Algés.

Se conhecerem alguém que more naquela zona, por favor partilhem esta informação. 

Pêlo cerdoso branco e bege, porte médio (13kg), franjinhas, coleira castanha. 
É um cão que foi recuperado de um canil, muito maltratado, pelo que é assustadiço. 

Perdeu-se a 06/11/2011, zona de Miraflores.


É o cão de uns amigos meus. Se alguém o avistou, por favor avise.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vidas

Sabedoria de uma amiga minha:

"Ao longo da minha existência aprendi que eu tenho 3 vidas: 
1- a minha
2- a que os outros inventam
3- a que os outros acham que eu tenho"

Certeira.


Blogosferando - 63



"Os passos
- 27 de Outubro de 2011: "Este é um novo dia para a Grécia" (George Papandreou, a propósito do novo plano de resgate para a Grécia). 
- 31 de Outubro: "Decidi convocar um referendo sobre o plano de resgate" (George Papandreou). 
- 2 de Novembro: "Jogada política genial de Papandreou" (Manuel Maria Carrilho). 
- 2 de Novembro: "A Grécia cumpre ou sai. Fica suspensa a transferência de fundos prevista no plano de resgate." (Merkel & Sarkozy). 
- 3 de Novembro: "O referendo nunca foi um fim em si mesmo" (George Papandreou). 

As conclusões: 
a) Nunca esteve em causa a devolução da soberania ao povo. O referendo foi usado por Papandreou como arma política de recurso face à fragilidade da sua própria situação pessoal. A consulta do povo foi um joguete arremessado de forma oportunística. 
b) A Grécia sai ainda mais enfraquecida de um braço de ferro suicida e extemporâneo. O bluff não pegou. 
c) A opção política de Atenas continua a ser a submissão à Troika e à agenda do resgate, com toda a perda de soberania que esta implica, eventualmente agravada por uma maior desconfiança dos parceiros europeus perante os factos dos últimos dias. A alternativa seria ainda mais dolorosa. 
d) A situação política da Grécia permanece extremamente confusa e periclitante, perante um Primeiro-Ministro fragilizado, uma oposição comprometida com os erros do passado e a necessidade de clarificação da solução que se seguirá: governo de salvação nacional ou, mais provável, governo transitório, eventualmente com novo Primeiro-Ministro, com mandato estrito de aprovação dos termos do plano de resgate e convocação de novas eleições. 
e) O Ministro das Finanças Venizelos assume preponderância política. A sua posição contrária ao referendo prevaleceu. Papandreou é o grande derrotado. 
e) A trapalhada política provocada por Papandreou e os avanços e recuos relativamente à questão do referendo representam um combustível adicional derramado sobre o barril de pólvora político e social da Grécia. A rua terá dificuldade em aceitar que lhe retirem um referendo que foi prometido como forma de devolver a soberania ao povo. 
f) A Grécia sobreviverá na Zona Euro, eventualmente, por mais um tempo, até se consumar a sua derrocada. A crise aberta por Papandreou obrigou os líderes europeus a considerarem essa hipótese como real. É possível que, devidamente ponderada, não lhes tenha parecido tão má como isso."

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Puzzle europeu

Se a União Europeia e a Europa não estão a caminhar a passos largos para a implosão, e a breve trecho para a guerra, não sei bem para onde é que isto vai...
Não há um Líder europeu que tenha visão e dê um murro na mesa?

A Grécia em ebulição


Depois do disparate pegado que é o referendo, o governo grego dá sinais de nervosismo.
Isto está a ficar pior do que estava.

Capacidade de arranjar problemas

A União Europeia tem problemas gigantescos que não parece estar à altura de resolver.
Cimeira após cimeira, os problemas vão sendo empurrados com a barriga para a frente. Muitas cabeças, muitas sentenças, egoísmos nacionais, eleições, poderes diversos, tudo contribui para o adiamento de uma solução definitiva e que dê sinais de confiança para o exterior.
Perante este cenário, o que é que aparece para ajudar a dar cabo de tudo?
Se isto não é um suicídio, não sei o que será.

Com sondagens a indicar que os gregos acham que as decisões da cimeira foram negativas, para que serve este referendo?
Para o executivo de Papandreou se suicidar e para acabar de vez com o €uro.

Ou a ideia é repetir referendos, cujos resultados não agradaram à Europa, até que os cidadãos tomem juízo e votem como seria suposto?