sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Querido líder
Alguém acredita num pingo das dramáticas lágrimas dos coreanos pela morte de Kim Jong-Il?
Ninguém faz cenas daquelas nem por alguém da família... quanto mais por um ditador tão querido...
No entanto, sucedem-se imagens de multidões em pranto e desespero pela morte de Kim Jong-Il.
No entanto, sucedem-se imagens de multidões em pranto e desespero pela morte de Kim Jong-Il.
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Curtas do dia
1 - o défice deste ano terá ficado pelos 4%.
É um número bonito, mas é falso. Sem as medidas extraordinárias que foi necessário tomar devido ao descontrolo do primeiro semestre, estaríamos perto dos 8%.
Ou seja, em 2012 o esforço terá de ser descer desses 8% para os 4,5% acordados.
Vai ser duro.
2 - anda para aí uma polémica por Passos Coelho ter alegadamente dito para os professores emigrarem.
Basta uma pergunta: com a demografia que temos, com cada vez menos crianças, os professores vão ficar em Portugal a fazer o quê? Tocar piano pagos por nós?
Antes um Passos Coelho que diz o que nos espera do que um Sócrates que dizia que estava tudo maravilhoso.
De acordo com o CM, em 31 anos de carreira, só deu aulas nos primeiros 10.
Aquele "Bom" foi dado por quem e deve-se a quê? Ao número de manifs e piquetes?
4 - "Federação Europeia de Caminhos-de-Ferro Turísticos apelou a museus para não comprarem comboio de via estreita estacionado na Régua, em nome da defesa do património português."
Por que têm de ser os estrangeiros a dar valor àquilo que nós temos?
5 - finalmente, uma nota de humor (só pode ser isso): a nota do gabinete de imprensa do PCP sobre o falecimento de Kim Jong-Il.
Por que têm de ser os estrangeiros a dar valor àquilo que nós temos?
5 - finalmente, uma nota de humor (só pode ser isso): a nota do gabinete de imprensa do PCP sobre o falecimento de Kim Jong-Il.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Coisas do Natal
A poucos dias do Natal, as músicas respectivas pululam no ar.
São os grandes clássicos e são as músicas feitas no momento.
Os clássicos permanecem, as outras desaparecem e ninguém as recorda.
Os grandes clássicos vêm dos Estados Unidos, dos meados do século XX, e alguns nasceram há 20 anos.
Mais recentemente, alguém se lembra de uma - uma! - canção de Natal que tenha sobrevivido?
A última foi o quê?
"Last Christmas" do George Michael?
"All I want for Christmas is you", da Mariah Carey?
Depois disto, nada.
Entretanto... vamos é ouvir música de Natal!! :)
A propósito de Natal, encontrei o que escrevi há dois anos sobre esta quadra.
Mantenho tudo.
Agora ando à procura de um postal que me agrade para ser o meu postal de Natal para este ano. Este será o quarto ano que o faço.
David Fonseca, que também tem a sua originalidade nataleira, aqui apresenta a prenda para 2011:
A propósito de Natal, encontrei o que escrevi há dois anos sobre esta quadra.
Mantenho tudo.
Agora ando à procura de um postal que me agrade para ser o meu postal de Natal para este ano. Este será o quarto ano que o faço.
David Fonseca, que também tem a sua originalidade nataleira, aqui apresenta a prenda para 2011:
Querido líder foi-se
"A palavra ditador parece ter caído definitivamente em desuso em Portugal. Só isto explica que a SIC Notícias tenha hoje informado o País que "morreu o líder da Coreia do Norte". E no entanto não conheço nenhum outro dirigente mundial, na actualidade, que merecesse tanto o epíteto de ditador como Kim Jong-il, herdeiro da mais longa dinastia comunista do planeta. Nem conheço nenhum país que ostente um nome oficial tão desfasado da realidade como a chamada República Democrática Popular da Coreia. Um país que nada tem de republicano, pois o poder transita ali de pai para filho, como era costume na corte absolutista de Versalhes: o tirano agora falecido herdara o ceptro do pai, Kim Il-sung, e o seu indigitado sucessor será o filho mais novo, Kim Jong-un. Um país que nada tem de democrático: a transmissão das rédeas do poder ocorre em Pyongyang por simples decreto emanado da cúpula do partido único, enquanto os direitos mais elementares são ferozmente espezinhados. Um país que nada tem de popular: os norte-coreanos continuam a fugir para o exterior, com risco da própria vida, para escapar às tenebrosas condições proporcionadas pelo regime estalinista implantado em 1948. Um regime que condena a sua própria população à miséria e à fome, em flagrante contraste com a vizinha Coreia do Sul."
(via Delito de Opinião)
(via Delito de Opinião)
domingo, 18 de dezembro de 2011
Ao sábado, nas traseiras - 2
Na sexta-feira de manhã ainda sobravam algumas folhas...
Hoje está assim:
Há uma semana o meu post deixou o cheiro de outono aqui.
Hoje está assim:
Há uma semana o meu post deixou o cheiro de outono aqui.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Boas notícias
Oxalá assim se contribua para reduzir muita da ignorância do tipo "África fica a Norte de Portugal"...
Por mim, aprendi muita geografia com um puzzle do mapa-mundo, feito e refeito vezes sem conta.
Por mim, aprendi muita geografia com um puzzle do mapa-mundo, feito e refeito vezes sem conta.
2 - "Dominique de Villepin vai entrar na corrida presidencial francesa de 2012. É a primeira vez que concorre a eleições, depois de ter exercido altos cargos governativos no executivo sob a égide do Presidente Jacques Chirac, entre 2002 e 2007, como ministro dos Negócios Estrangeiros, ministro do Interior e, finalmente, primeiro-ministro."
domingo, 11 de dezembro de 2011
Roma nomeia Tolentino Mendonça
De acordo com uma nota publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, este professor, biblista e poeta português partilha a lista de nomeados com figuras proeminentes da arte e das ciências, como o arquiteto espanhol Santiago Calatrava e o cientista alemão Wolf Joachim Singer."
"Nascido em 1965, em Machico, na Madeira, José Tolentino Mendonça iniciou os seus estudos de Teologia em 1982 e foi ordenado sacerdote em julho de 1990.
Pouco depois seguiu para Roma, onde frequentou o mestrado em Ciências Bíblicas e se doutorou em Teologia Biblíca pela Pontifícia Universidade Gregoriana.
Atualmente, desempenha também as funções de diretor da revista de teologia Didaskalia, editada pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, onde é professor auxiliar.
A nível literário, a sua obra é considerada unanimemente como uma das mais rigorosas e originais da moderna poesia portuguesa, tendo-se destacado também nos campos da espiritualidade, exegese e tradução bíblica.
Publicou ensaios sobre Ruy Belo, Teixeira de Pascoaes e Eugénio de Andrade, , apresentou reflexões como “O Outro Que Me Torna Justo” e “Métodos de Leitura da Bíblia” e traduziu do hebraico o “Cântico dos Cânticos” e o “Livro de Ruth”.
Além dos seus sete livros de poesia, entre os quais “A Noite abre os meus olhos” (2006) – uma antologia da sua obra poética – escreveu uma peça de teatro, dois ensaios sobre Teologia e ainda diversos artigos em revistas científicas desta matéria."
sábado, 10 de dezembro de 2011
A UE que se segue
Depois de mais uma cimeira histórica e que ia resolver os problemas da UE, temos que:
- haverá um "pacto orçamental" entre alguns países da UE UE, sem o Reino Unido (e outros que estão reticentes, dependendo dos respectivos parlamentos);
- o Reino Unido bloqueou a alteração ao Tratado de Lisboa por pretender obtenção de algumas derrogações às regras europeias de regulação dos serviços financeiros;
- a UE-2 (Alemanha e França) impôs uma série de regras para "salvar" o euro (por exemplo, a constitucionalização do limite do défice, as penalizações automáticas por incumprimento...);
- a UE avança a duas velocidades (por agora...).
Interessará saber, no futuro, o que acontecerá se:
- na França, Sarkozy perder as presidenciais do próximo ano;
- na Alemanha, Merkel perder algumas eleições regionais em 2012 e as legislativas em 2013;
- algum país se lembrar de fazer um referendo ao tal "pacto orçamental" e os respectivos cidadãos acharem que é melhor votar contra;
- os mercados e as agências de rating daqui a uma semana voltarem a penalizar os países da UE.
A crise da UE segue dentro de momentos.
Democracia, essa chatice
Depois de ter vencido as legislativas só com maioria absoluta, e não com maioria qualificada, agora as ruas de Moscovo enchem-se de manifestantes a protestar contra a alegada fraude eleitoral.
Assim, e com eleições presidenciais no início de 2012, será uma chatice para Putin passar de primeiro-ministro a (de novo) presidente.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Além da Mancha, não
Perante a catástrofe iminente, e com soluções ad hoc que nada resolvem nas cimeiras semanais da mini-UE, só David Cameron diz que não assina "qualquer novo tratado europeu se não obtiver garantias suficientes para proteger os interesses do Reino Unido".
É egoísta? Será (como sempre foi o Reino Unido).
Mas é o único que está a bater o pé à ideia germano-gaulesa de (mais) um novo tratado.
É egoísta? Será (como sempre foi o Reino Unido).
Mas é o único que está a bater o pé à ideia germano-gaulesa de (mais) um novo tratado.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Solidariedades europeias
“Não podemos esquecer que a reconstrução da Alemanha após a guerra não teria sido possível sem o apoio dos parceiros ocidentais e, por isso, temos o dever histórico de mostrar solidariedade com outros países, o que se aplica especialmente à Grécia”, disse Helmut Schmidt num comício que antecedeu a abertura do congresso dos sociais-democratas (SPD), em Berlim, e em que participaram cerca de 9000 pessoas.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Momento delirante
"Devia ser uma saída negociada (da UE) com compensações ao país por aquilo que nos roubaram", disse Ilda Figueiredo aos jornalistas, na Figueira da Foz.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Fado moderno
Coisas do 1 de Dezembro
1 - António José Seguro, líder do PS: "Se fosse PM, o próximo ano seria melhor"
Vá... parem de rir.
2 -
«Se querem acabar com feriados, acabem com o 25 de Abril porque é o único feriado que não nos faz nenhuma falta, não há nada a celebrar, é um feriado sectário, de regime, divisor da nossa sociedade. Acabar com um feriado que é absolutamente fundamental, como é o da restauração da nossa independência não faz qualquer sentido, é mais um crime antipatriótico», considerou o líder do PNR José Pinto-Coelho.
Em parte, até concordo... Mas se assim fosse, o Otelo e brigada conexa já estariam no Largo do Carmo...
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Fado a Metro
Ao andar no Metro, hoje, reparei que a música ambiente nas estações é fado.
Acho bem.
É uma forma de se associarem à recente consagração como Património Imaterial da Humanidade.
Além disso, promovem música portuguesa.
E se forem mudando de registo de vez em quando, andar de Metro fica mais agradável.
Daqui a uns dias a envolvente musical deverá ser o Natal. Depois pode seguir-se o samba. De seguida, as Estações de Vivaldi...
Não convém é abusar dos géneros.
Um aspecto altamente positivo: acabaram aquelas telas onde eram projectados anúncios publicitários até à exaustão, com música em altos berros.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Curtas
Se o IVA é uma forma de taxar bens e serviços consoante a sua necessidade, não é o sector da restauração mais básico e necessário que os festivais de verão?
Da forma como os concertos das grandes estrelas internacionais esgotam, é óbvio que a cultura é um sector necessitado...
Aumentar o IVA de um bilhete de concerto de 6% para 13% pode ser um aumento de mais de 100%, mas aumentar o IVA na restauração de 13% para 23% é uma aumento semelhante. Apenas uma diferença: num restaurante, a comida mata a fome.
Agora vamos ver se em 5 anos estamos no mesmo nível de desenvolvimento dos países com poucos feriados.
O problema de Portugal não é a quantidade de horas trabalhadas (que costuma ser superior aos países desenvolvidos). O problema é a organização do trabalho.
"Acontece que Portugal já é o quarto país da zona euro que trabalha mais horas, o que prova que o problema é o que se faz durante essas horas: falta de produtividade. Para trabalhar melhor é preciso melhores gestores." (Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios, na Sábado de 03 Novembro).
Seja meia hora por dia, sejam mais dias de trabalho por ano (por via da eliminação de feriados, pontes e dias suplementares de férias), a produtividade não aumenta automaticamente.
Ainda hoje o presidente da CIP dizia que há outros factores mais favoráveis para as empresas (custos de energia, licenças...)
Os olhos, essa sem vergonhice...
"As mulheres da Arábia Saudita podem vir a ser obrigadas a cobrir os olhos sempre que estes forem considerados atraentes.
O objectivo é evitar que as mulheres exponham em público tal tentação.
Até agora, as mulheres sauditas já são obrigadas a usar uma túnica negra, chamada “Abaya”, para cobrir o corpo.
A proposta foi enviada para a Comissão de Promoção da Virtude e Prevenção do Vício que deverá emitir um parecer, refere o “Daily Mail”." (Via Ionline.)
Sem comentários...
domingo, 27 de novembro de 2011
Silêncio... que se vai cantar o fado
Um motivo de orgulho para Portugal e para todos os que dão vida a este tipo de música.
Como não sou apreciador de Amália, deixo uma interpretação de Carlos do Carmo:
sábado, 26 de novembro de 2011
Madeira: apenas uma indignada
Revelador.
Uma professora de música no Conservatório da Madeira, Carla Abreu, que organizou hoje, pela segunda vez, uma manifestação de indignados no Funchal, está "bastante desiludida" com a inércia dos madeirenses.
Carla Abreu lamentou o facto de ninguém ter comparecido ao repto que lançou no facebook para uma concentração de indignados esta tarde no parque de Santa Catarina, no Funchal, contra as medidas lesivas dos direitos dos trabalhadores.
"Estou muito desiludida e sinceramente não percebo como é que as pessoas falam, se queixam e depois não agem", sublinha.
A manifestação foi convocada depois de uma primeira, a 15 de outubro, promovida por Carla Abreu, na sequência do que se passava noutras zonas do país.
Então, como "muitos disseram que não aderiram porque não souberam a tempo, porque foi feito muito em cima da hora, porque não ouviram", a organizadora decidiu avançar com outra iniciativa do género.
Agora, perante a ausência de participantes, Carla Abreu recusa voltar a promover ações deste género: "Fico com a minha indignação e cada qual com a sua".
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A greve
Hoje o dia foi marcado por uma greve geral convocada pela CGTP e UGT.
A greve é um direito constitucional.
Os cidadãos têm direito e motivos para estar descontentes com a situação do país.
Mas muitos desses cidadãos são os mesmos que exigem tudo do Estado, que lhes deve dar tudo de graça. Esquecendo que o "de graça" é pago pelos impostos de todos nós.
São muitos desses cidadãos que se vangloriam de fugir ao fisco, de arranjar esquemas, que gostam de trafulhar o Estado e cada um dos seus concidadãos.
São ainda cidadãos os que vandalizaram três repartições de finanças em Lisboa. Quem vai pagar a reparação desses actos de vandalismo? Os mesmos que se queixam do Estado lhes aumentar os impostos. Com essa destruição, evidentemente, esses vândalos reduziram a despesa do Estado e criaram riqueza (que o país precisa como de pão para a boca).
Além disto, muitos grevistas, cheios de direitos, impedem de ir trabalhar quem assim quer. Mas eles têm direitos. Quem quer ir trabalhar não tem direitos e é reaccionário e fascista.
Protestam, reclamam, insultam, destroem e dizem "se a gente não fizer nada, continua tudo na mesma". O que resolveu a greve?
Com a greve, o país ganhou o quê? Quanto? Qual a riqueza que o país perdeu com esta greve? Carvalho da Silva e João Proença sabem? Põem do seu bolso essa riqueza no país?
Gritam ainda que "O povo unido jamais será vencido". E se usassem essa união e força para ajudar a desenvolver o país?
Os cortes de rating de hoje não são por acaso. São o sinal do que vai acontecer se muitos continuarem a achar que o caminho para sair desta situação é paralisar o país.
Se Portugal não se ajudar, ninguém nos vem ajudar de fora.
A cidadania tem de se exercer de forma diferente.
O país somos nós.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Espanha azul - 2
O mapa de Espanha ficou assim:
Uma cor que me agrada.
Ao seguir a noite eleitoral espanhola pela TVE não pude deixar de reparar numa coisa: a quantidade de mulheres. E bonitas. Quer jornalistas, quer políticas do PP.
De facto, Espanha é bem frequentada.
domingo, 20 de novembro de 2011
Espanha azul
Os resultados já escrutinados em Espanha dão uma ampla maioria absoluta ao Partido Popular de Mariano Rajoy.
Estes resultados são, simultaneamente, o melhor do PP e o pior do PSOE.
sábado, 19 de novembro de 2011
A casa dos mil espelhos
Há muito tempo atrás, numa aldeia distante, existia um misterioso palacete conhecido como "a casa dos mil espelhos".
Certo dia, um cãozinho muito feliz (e cheio de curiosidade, diga-se) entrou nesse lugar. Ao chegar lá correu por todo lado, com as orelhinhas levantadas e a cauda a abanar de contentamento.
Para sua surpresa, deparou-se com outros mil cãezinhos felizes, que abanavam a cauda tão rapidamente quanto ele. Sorriu para eles e recebeu em troca mil enormes sorrisos.
Quando saiu daquela casa pensou: "Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre aqui, muitas e muitas vezes!".
Pouco tempo depois, no mesmo palacete entrou um cão que não era tão feliz. Com olhar zangado e rosnando (andava chateado com a vida), olhou então em volta. Ficou ainda mais irritado, pois mil cães com olhar hostil olhavam-no fixamente, rosnando e mostrando-lhe os dentes.
Quando saiu dali pensou: "Que lugar horrível! Nunca mais volto aqui!".
Descaradamente copiado de A Felicidade é o Caminho.
Espanha: 20N
Amanhã Espanha vai a votos escolher o novo governo.
Depois de Zapatero ter chegado à Moncloa em 2004 na sequência dos atentados de Madrid, e da trapalhada explicativa dada pelo governo de Aznar, amanhã é a vez do PSOE deixar o governo.
Mariano Rajoy, número dois de Aznar, sobreviveu a sete anos de oposição (que contraste com Portugal, em que as lideranças se sucedem nas oposiçõe!...), e amanhã chegará a Presidente do Governo espanhol.
Curioso como, desde o carismático Felipe Gonzalez, se sucedem homens supostamente sem carisma: José Maria Aznar (pelo PP) e José Luis Zapatero (pelo PSOE). Mas cujo alegado cinzentismo não os impediu de ter governos fortes, com rumos definidos, e abandonarem o cargo como quase senadores.
Aznar, acusado de falta de carisma antes de ser chefe de governo, afirmou: "o carisma vem com o poder".
O contraste com Portugal é visível na quantidade de governos e primeiros-ministros desde a democratização. Espanha: 9 governos, 5 primeiros-ministros; Portugal: 19 governos, 14 primeiros-ministros.
Isto diz muito sobre estabilidade política, desenvolvimento, rumo e peso internacional.
A cultura geral
Consta para aí que a Sábado andou a fazer perguntas sobre cultura geral a jovens universitários.
Seja lá o que for, o facto é que "bla bla bla não é comigo."
Entretanto, eu ri à gargalhada com o programa do Bruno Nogueira sobre o assunto - aqui.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Onde é que eu assino?
"Não resisto a fazer um apelo para que acabem com as conferências de imprensa da troika. Eu gosto muito de ouvir o nosso Governo, acho que faz um excelente trabalho. Gosto muito de ouvir o sr. ministro das Finanças: ele é muito mais brilhante, mais competente e tem mais sentido de humor que os senhores da troika"
"Mas ter de ouvir funcionários, sei lá, de quinta ou sétima linha, não eleitos democraticamente, virem cá dizer o que temos de fazer... Por favor, poupem-me. E venha a união política. Prefiro ter uma palavra a dizer na eleição da sra. Merkel"
Há umas semanas a Comissão Europeia (se não estou em erro) disse para a troika estar calada e não comentar a situação de Portugal.
Ontem foi o que se viu, a darem entrevistas e bitaites sobre o que deve ou não ser feito.
E estarem calados, não?
Por acaso, Portugal até tem um governo eleito recentemente.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Se não é...
É curioso como os mercados parece que andam a fazer tiro aos corvos. Depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Itália, eis que voltam a mira para os restantes países.
A Europa está assim tão mal?
Os mercados têm assim tanto poder?
A política tem de se vergar à economia?
Não acho que a solução para a UE seja a peregrina ideia de Cavaco Silva de pôr o BCE a imprimir euros. Mas que a UE precisa de um rumo e liderança claros e fortes, disso não há dúvida. E não é escolhendo primeiros-ministros a dedo para os países como fizeram com os gregos e italianos.
Onde está a implementação do apaixonado discurso de Durão Barroso há umas semanas no Parlamento Europeu?
Admito que actualmente seja difícil recuar para tempos de menos profusão informativa e de interdependência económico-financeira, mas a UE tem de se libertar desta pressão dos mercados e pôr a política a comandar os seus destinos (sem delírios voluntaristas como a Constituição Europeia).
Uma visão da Europa, uma paixão pela Europa, um líder para a Europa.
Se não for assim, se o objectivo não é acabar com a UE em meia dúzia de meses, parece.
domingo, 13 de novembro de 2011
Blogosferando - 65
"Dez mil militares saíram à rua. Parece que estão fartos desta democracia que não respeita a sua condição e esperam resolver o assunto com alguma limpeza. Não são os únicos. Quando a intelligentzia europeia se fartou dos eleitores, nomeou presidentes honoríficos, repetiu referendos, delegou poderes nos excelentes políticos da França e da Alemanha e extinguiu consultas populares que considerava irresponsáveis. Quando os bancos se fartaram do Papandreu e do Berlusconi, chamaram aqueles rapazes do Grupo de Bilderberg e não se maçaram excessivamente com sufrágios.
Por isso, agora vai ser um bocadinho mais difícil explicarmos aos militares que precisamos de eleitores, de eleitos, e dessas merdas que não servem para nada."
sábado, 12 de novembro de 2011
A lente do Prof. Marques Bessa
Por acaso, fui parar ao site do jornal O Diabo e encontro uma série de artigos do Prof. António Marques Bessa.
Para quem se interessa pelo que é de facto relevante, vale a pena ler o que escreve (mesmo tendo já 2 anos, a actualidade é notável).
Ao ler alguns desses textos, quase que o ouço ou vejo nas aulas de História Diplomática, ou nos jantares com alunos do ISCSP.
Sempre igual a si próprio, inteligente, irónico, e olhando além da espuma dos dias.
A "democracia" dos mercados
Não deixa de ser curiosa - para não dizer perigosa - a forma como a crise está a aniquilar governos por toda a Europa.
Se até agora, antecipadamente ou não, ocorriam eleições que resultavam na mudança de governo (veja-se os casos de Portugal, Irlanda, Reino Unido, Grécia no início da crise...), parece que a norma mudou. Há uma semana a crise impôs um novo primeiro-ministro na Grécia - Lucas Papademos - e nestes dias ditou a saída de Berlusconi, em Itália, para dar lugar a Mario Monti.
Que o descontentamento popular leve a mudanças de governos é normal. O que não é normal é o governo mudar sem haver eleições, apenas para satisfazer os mercados (ou seja lá o que for). Por muito qualificados e tecnocratas que sejam os novos detentores dos cargos.
Podem chamar a isto o que quiserem, mas democracia não será certamente. E é um precedente muito perigoso esta forma de escolher governos.
Oxalá a Europa não se venha a arrepender. Nem nós, cidadãos europeus.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Blogosferando - 64
No Corta-fitas:
"Ouvi Pedro Silva Pereira na TVI 24 a dizer que controlar o défice pelo lado da despesa do Estado é ser contra a Função Pública, defende este senhor que o défice deve ser reduzido pelo lado da receita (impostos). Pois o mal foi esse. É por isso que a esquerda é um desastre a Governar um país, e foi o Governo deste senhor que nos arrastou para este nível de défice e de dívida pública que nos pôs no olho do furacão da crise internacional de dívida soberana.
Auto-estradas a metro, ordenados nas empresas públicas incomportáveis, progressões nas carreiras da função pública em vésperas das eleições, aumentos da função pública em véspera das eleições, foram estas políticas do Governo de Pedro Silva Pereira, que nos arrastaram para a crise de dívida soberana.
Cortar o défice pelo lado das receitas é estar sujeito ao contexto económico internacional. O crescimento económico depende muito da conjuntura internacional, e por isso políticas de pôr o Estado a gastar e compensar isso cobrando muitos impostos, só sobrevivem em épocas de crescimento económico. Assim que a economia começa a decrescer, as receitas dos impostos baixam inevitavelmente. Logo o discurso deste senhor na televisão, que diz isto tudo com ar muito sério, não passa de uma charada e de uma mentira, como compete a um bom discípulo do maior falso que Governou este país."
Essa corja merecia era cadeia.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Muro de Berlim
Há 12 anos, no dia 9 de Novembro de 1989, tombava o Muro de Berlim. O muro que dividiu o mundo, além da cidade que lhe deu nome.
A corja
"Foi este o homem que criou o Copcon, responsável pela perversão das regras democráticas e pela criação de um clima de terror em 1975. Foi pelo seu próprio punho que foram assinados vários mandatos de captura em branco.
Foi preso, julgado e condenado em tribunal, posteriormente libertado. Sendo um dos amnistiados, não cumpriu pena de um crime que nunca se arrependeu.
Posteriormente, por decisão do ultimo Governo, foi condecorado e promovido com uma indemnização superior á recebida pelas vitimas que assassinou.
É ele, com a arrogância e transparência de quem nunca acreditou na democracia, que nos ameaça subjugar a liberdade pela força das armas sugerindo um golpe de estado militar.
Mesmo sendo hoje pouco mais que uma figura decorativa e ornamental repugnante e caricata, Otelo deve ser responsabilizada. Mesmo quando, como agora, reafirma a sua indigência intelectual. O estado de direito tem o dever de agir contra com quem o ameaça, seja por palavras ou actos ou sugestões. Se não o fizer, aos poucos perderá a sua força, legitimidade e continuidade.
Foi apesar dele, que temos democracia. Será apesar dele que a manteremos."
Esta trupe de bandidos encartados, vestidos de democratas, são o pior perigo que uma sociedade pode ter. É o Otelo e o Vasco Gonçalves.
Democracia, para esta gente, é fazer-se a vontade deles.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Ler em greve
Uma das coisas boas de dias como hoje, com greves, é que as longas esperas e demoras dos transportes permitem ler paginas e páginas de livros.
Hoje, graças a isso, li umas 80 páginas d'A Curva do Rio.
Pois não, não faz sentido...
Em Madrid, por exemplo, vendo ao acaso os horários de algumas linhas, não fecha antes das 02h00 da manhã.
Não consegui ver noutra cidade europeia. Mas duvido que façam recolher obrigatório assim que anoitece.
Tolerância de ponto?!
O despacho assinado por Alberto João Jardim determina a dispensa ao serviço, a partir das 14h de amanhã, dos trabalhadores dos serviços públicos e dos institutos e empresas públicas sob tutela do Governo Regional. A ‘tolerância’ é dada para “permitir aos mesmos assistirem, pessoalmente ou através dos meios de comunicação social”, ao acto solene marcado para as 17h, na Assembleia Legislativa da Madeira, com transmissão em directo pelo centro regional da RTP. A dispensa não abrange os serviços que, pela sua natureza, tenham de manter-se em actividade, casos das escolas e unidades de saúde."
Com a situação em que o país - e a região - está, há tolerância de ponto?
Está tudo louco?
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Procura-se o "Pierre"
O Pierre perdeu-se ontem (06 de Novembro) pelas 11h da manhã, na zona de Miraflores/Linda-a-Velha/Algés.
Se conhecerem alguém que more naquela zona, por favor partilhem esta informação.
Pêlo cerdoso branco e bege, porte médio (13kg), franjinhas, coleira castanha.
É um cão que foi recuperado de um canil, muito maltratado, pelo que é assustadiço.
Perdeu-se a 06/11/2011, zona de Miraflores.
É o cão de uns amigos meus. Se alguém o avistou, por favor avise.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Vidas
Sabedoria de uma amiga minha:
"Ao longo da minha existência aprendi que eu tenho 3 vidas:
1- a minha
2- a que os outros inventam
3- a que os outros acham que eu tenho"
Certeira.
Blogosferando - 63
"Os passos:
- 27 de Outubro de 2011: "Este é um novo dia para a Grécia" (George Papandreou, a propósito do novo plano de resgate para a Grécia).
- 31 de Outubro: "Decidi convocar um referendo sobre o plano de resgate" (George Papandreou).
- 2 de Novembro: "Jogada política genial de Papandreou" (Manuel Maria Carrilho).
- 2 de Novembro: "A Grécia cumpre ou sai. Fica suspensa a transferência de fundos prevista no plano de resgate." (Merkel & Sarkozy).
- 3 de Novembro: "O referendo nunca foi um fim em si mesmo" (George Papandreou).
As conclusões:
a) Nunca esteve em causa a devolução da soberania ao povo. O referendo foi usado por Papandreou como arma política de recurso face à fragilidade da sua própria situação pessoal. A consulta do povo foi um joguete arremessado de forma oportunística.
b) A Grécia sai ainda mais enfraquecida de um braço de ferro suicida e extemporâneo. O bluff não pegou.
c) A opção política de Atenas continua a ser a submissão à Troika e à agenda do resgate, com toda a perda de soberania que esta implica, eventualmente agravada por uma maior desconfiança dos parceiros europeus perante os factos dos últimos dias. A alternativa seria ainda mais dolorosa.
d) A situação política da Grécia permanece extremamente confusa e periclitante, perante um Primeiro-Ministro fragilizado, uma oposição comprometida com os erros do passado e a necessidade de clarificação da solução que se seguirá: governo de salvação nacional ou, mais provável, governo transitório, eventualmente com novo Primeiro-Ministro, com mandato estrito de aprovação dos termos do plano de resgate e convocação de novas eleições.
e) O Ministro das Finanças Venizelos assume preponderância política. A sua posição contrária ao referendo prevaleceu. Papandreou é o grande derrotado.
e) A trapalhada política provocada por Papandreou e os avanços e recuos relativamente à questão do referendo representam um combustível adicional derramado sobre o barril de pólvora político e social da Grécia. A rua terá dificuldade em aceitar que lhe retirem um referendo que foi prometido como forma de devolver a soberania ao povo.
f) A Grécia sobreviverá na Zona Euro, eventualmente, por mais um tempo, até se consumar a sua derrocada. A crise aberta por Papandreou obrigou os líderes europeus a considerarem essa hipótese como real. É possível que, devidamente ponderada, não lhes tenha parecido tão má como isso."
Subscrever:
Mensagens (Atom)